My Eyes They Are Different

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POV's Stiles

Passar um mês com Derek falando como era difícil ser um lobisomem foi muito chato, eu estava a ponto de realmente pedir pra ele parar, mas eu respirei fundo todo dia e finalmente chegou o dia.

Quando ele disse que não conseguiria eu fiquei extremamente decepcionado, até soltei essa raiva um pouco e disse que ele tinha broxado comigo, mas depois eu me acalmei eu não ia forçar ele a me morder, tentei procurar alternativas, como pedir para um dos amigos dele me morder, mas ele não concordou, então quando achei que ia ter que esperar para ele estar pronto, ele conseguiu. Eu pedi pra ele me morder rápido e acho que ele não pensou direito e mordeu meu pescoço, doeu muito, mas eu estava esperando por isso.

Achei que não tinha dado certo e que eu tinha perdido a hora do plenilúnio, mas de repente senti a mordida arder e a ardência começou a correr pelo meu corpo inteiro, quanto mais rápido meu coração batia, mais rápido a sensação se espalhava pelo meu corpo, senti tantas coisas, senti como se meus sangue fosse fogo, como se meus órgãos tivessem sendo retorcidos, senti meu cérebro ferver e isso foi o pior, doía dentro da minha cabeça, coloquei minhas mãos na cabeça, e senti garras, olhei para minhas mãos e elas estavam transformadas.

Eu ainda estava deitado, podia ouvir Derek falando algo, mas não entendi, a dor e a ardência foi passando, não sentia mais dor em canto nenhum só força. Uma fera, uma urgência, uma vontade de correr o mundo inteiro, vontade de morder e matar...

Matar...

Matar...

Matar...

Mate!

Quando meus olhos cruzaram com os de Derek eu me preparei para atacá-lo, ele se colocou em posição de defesa, será que ele ia me atacar também? Pulei nele, mas ele não me atacou, ele só se defendeu.

- Tudo bem Stiles, tente se controlar, tente se acalmar! – Ele pediu e eu fiquei com mais raiva, mas por que? Por que eu estava com raiva do Derek? Eu não estava!

Eu me afastei, tonto por causa da raiva, respirei, parecia que eu não sabia mais respirar, mas consegui, consegui sentir meu corpo, mãos, pés, cabeça, diferente, mas é tudo meu!

Derek ficou me encarando, eu olhei pra ele e sorri, senti as presas, Derek ficou em posição de defesa, deve ter parecido uma ameaça!

- Calma! – Falei, com a voz diferente, grossa, parecia uma rosnado. – Que engraçado, minha voz está muito estranha!

Lembrei que Derek me falou que pra tentar voltar a forma humana ele respira e imagina que está diminuindo, como se inspirasse o lobisomem para dentro de si, tentei fazer isso, fechei os olhos com força e fiz isso, senti as garras diminuindo, senti a fúria diminuindo e senti meu rosto encolhendo.

Derek estava me olhando mais assustado que antes.

- Como? – Derek soltou e vi que ele estava machucado.

- O quê? – Fui para perto dele e ele se encolheu. – Você tá machucado, desculpa. – Pedi e ele continuava me olhando como se eu fosse atacar ele. – Olha não precisa me olhar assim, se você quisesse podia me jogar no chão, sendo eu lobisomem ou não.

- Claro que não,  eu não machucaria você! – Derek soltou. – Mas o que aconteceu? Não deu certo? – Derek falou confuso  e eu notei que os arranhões já começavam a se fechar, se curando.

- Acho que deu sim! – Falei casualmente e coloquei as garras pra fora. – Viu?

- Não, isso é impossível! – Derek falou e riu nervoso. – Você não está sentindo a força da Lua?

Olhei para a Lua e senti uma vertigem no estômago, uma vontade de me transformar, mas respirei fundo de novo e me acalmei.

- Sinto, mas já senti coisas piores quando eu estava doente! – Confessei sentando no chão, afinal como lobisomem eu não ia adoecer nem sentando naquele chão sujo. Derek me olhou intrigado e eu suspirei. – Antes de eu me tratar, eu lutava contra pensamentos ruins todos os dias, tinha sempre alguma voz na minha cabeça dizendo que eu não valia a pena, me culpando pela morte da minha mãe, dizendo que meu pai me odiava, todo dia eu tinha que resistir, pra sobreviver, pra ir pra escola, pra tentar sorrir, se ser lobisomem é lutar contra você mesmo na lua cheia eu tiro de letra. – Expliquei e Derek ficou em silêncio, de repente ele me abraçou, senti lágrimas, Derek estava chorando?

- Eu sinto tanto! – Derek choramingou. – Meu amor, você deve ter sofrido tanto, por que eu não cheguei antes? Stiles você é a pessoa mais forte que eu conheço.

- Está tudo bem! – Falei abraçando Derek e o cheirando. – Já passou! – Derek continuou chorando, eu apenas deixei, olhei pra lua, a lua me mandava ser um lobisomem, mas naquele momento eu queria ser só eu. Antes as vozes me mandavam me matar ou ser uma pessoa ruim, eu sempre escolhi ser eu.

Me tratar fez as vozes diminuírem, fez a ansiedade acalmar, fez a depressão dar uma trégua, mas no fim eu que lutei, eu que lutei para me manter sendo eu, eu que lutei para ficar bem, eu que fui minha própria cura, a partir do momento que eu quis me curar.

Ser lobisomem era bom pra mim, me sentia mais seguro agora, ouvia o coração de Derek dando pulos enquanto ele chorava, ele chorava por mim, Derek nunca chorou, mas por mim ele chorou, ele era o homem que eu queria para minha vida toda, para os próximos séculos, quantos séculos vivermos eu quero viver com ele. Todo dia com ele

Depois de alguns minutos Derek se acalmou, enxugou as lágrimas e eu fui até um espelho e tentei mudar meus olhos, eles estavam tão azuis, brilhantes, quando Derek se aproximou eu fechei os olhos.

- O que foi Stiles? – Derek perguntou.

- Meus olhos, eles estão diferentes! – Falei ainda de olhos fechados, Derek sempre amou meus olhos como eram. – Não quero que você veja, você sempre elogiou tanto meus olhos antes, eles mudaram.

- Stiles. – Ele sussurrou e um sussurro de lobisomem um humano jamais ouviria aquilo, mesmo que tivesse em cima de Derek. – Olhe pra mim, está tudo bem, só olhe para mim.

Continua...

I Told My WrathOnde histórias criam vida. Descubra agora