XIII:

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Kendra's POV:


Saí daquela casa desesperada. As palavras que eu acabara de escutar vindas daquele homem aínda pairavam em minha cabeça a fazendo ficar totalmente confusa. Mais aínda... Eu não podia acreditar que meu pai foi mesmo capaz de me vender. Ele é meu pai. As lágrimas escorriam pelo meu rosto descontroladamente e eu não tinha controle sobre elas. Eu sentia tanta dor. Por tudo... Até por aquele homem ter me expulsado. Eu começava a sentir um afeto inesplicavel por ele. Como se sua presença fosse necessária para mim. Mas ao mesmo tempo isso tudo é algo de loucos. É algo tóxico. Isso é um pesadelo do qual eu devo acordar pois existe uma vida aqui fora. Eu tenho um pai para cuidar pois sim, eu acredito que tudo isso tenha sido uma mentira desse homem. Eu preciso voltar para a realidade. Rhugero. Pois esse é o seu nome... Ele apareceu do nada em minha vida e em apenas dias a destruiu. Esquece-lo é o que devo e vou fazer.


Estou caminhando na rua sem rumo e agora já está de tarde. As pessoas me olham como se eu fosse louca talvez por eu estar vestindo apenas uma camisola de dormir, mas a verdade é que nem me importo. Meus olhos estão inchados e pesados de tantas lágrimas. Agora estou na praia e nem sequer sei como aqui cheguei. Me sento na areia da praia e sinto a brisa bater em mim. Era isso que eu precisava. Ar fresco e puro. Uma lágrima chata insistiu em caír e eu pensei em tudo o que já passei neste pouco tempo. Que injusto. Olho para o céu e tento sentir a presença da minha mãe... Fecho meus olhos e me deixo levar. Fico assim talvez uma meia hora ou mais e ao abrir meus olhos e me sentir mais aliviada me assusto ao ver um monte de homens de preto me rodeando.  Mas perante todos eles um se destacava...

- Kendra

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- Kendra..._ele cita meu nome mais para si, porém eu consiga ouvir. Me levanto rapidamente e pego meus chinelos na mão. A única coisa que eu trazia comigo se fosse para saír dalí correndo.

Prefiro não responder nada a esse homem e me mantenho calada. Seu olhar é escuro demais e me amedontra.

- Não precisa se assustar comigo. Eu estou aqui para ajudar você. Deixe-me ajudá-la_ele diz estocando uma mão para que eu segure.

- Quem é você?_o questiono ignorando sua mão. Que não seja mais um louco meu Deus! Por favor.

- Ricardo Montana_ele diz com um sorriso simpático porém não me transmite confiança.

- E o que quer comigo?_questiono curiosa, confesso.

- Eu já lhe disse. Ajudá-la_ele diz simples

- Obrigada senhor, mas eu não preciso da sua ajuda. Eu nem sequer o conheço_digo prestes a saír dalí mas sou puxada por ele pelo braço delicadamente

- Mas eu conheço você e não te deixarei ir_ele diz certo disso e sorri para mim. Quando noto tem um pano em meu rosto com alguma coisa no mesmo que me faz perder por completo os sentidos e eu acabo por apagar nos braços do homem...



[...]


Minha cabeça está latejando e sinto uma ligeira dor na mesma e em minhas vistas. Todo meu corpo dói também como se eu tivesse corrido uma maratona mas a cada segundo que passa vou recuperando meus sentidos por completo. Estou em um lugar o qual desconheço por completo. É uma sala enorme que não poupa na sua luxúria. Mas ignoro isso ao lembrar do que me aconteceu na praia. Aquele homem...

- Vejo que acordou Kendra_diz uma voz a minha trás e me viro para ver. Constato que é o homem da praia.

- Onde estámos?_questiono assustada. Ele trás apenas uma calça moletom e encontra-se descamisado. Mas além de tudo ele tem uma arma em sua cintura na qual pendurou na própria calça. Me lembro da casa de Rhugero. Não sei se era impressão minha mas sempre que eu me cruzasse com um de seus homens ou até mesmo ele, eles tratavam logo de esconder suas armas. Para que eu não visse. Talvez fosse uma forma de não me assustar. Mas vejo que com esse homem é totalmente diferente.

- Na nossa casa meu amor_ele diz se aproximando com um olhar totalmente doentio. Ele tem um sorriso no rosto mas eu não percebo o que ele diz. "Meu amor"?

- Não se aproxime_aviso para o mesmo que ignora e continua andando em minha direção em vagarosos passos. E assim que ele chega a mim ele segura um molho dos meus cabelos e cheira os mesmos.

- Eu esperei tanto por você... Por este momento._ele diz acariciando meu rosto.

- Me deixe ir embora por favor. QUEM É VOCÊ?_grito a última parte frustrada. O que esse homem quer comigo meu Deus? Não pode ser a mesma coisa que aconteceu com Rhugero. Não. Eu não posso ser privada da minha liberdade mais uma vez.

- Eu sou o amor de sua vida Kendra. E você sempre me pertenceu... Sempre..._ele sussurra a última parte em meu ouvido e começa a trilhar beijos por meu ombro descoberto. Tento me afastar dele mas ele me aperta contra si com seus braços fortes. Ao tentar me debater ele leva logo sua arma contra mim e coloca bem debaixo do meu queixo. Fico imóvel.

- Não tente me contrariar Kendra. Faça o que eu disser e ficará tudo sempre bem. O nosso destino é ficar um ao lado do outro e ninguém impedirá. Ninguém! Nem mesmo aquele maldito do Brazolotto. Ele interferiu em nosso primeiro encontro mas agora você está aqui, ao meu lado e é onde você deve ficar. Entendeu?_suas palavras soam possessivas e eu tento entender o porquê disso mas não consigo perceber. Eu nunca vi esse homem na vida.

- Eu nunca vi você na vida. Não conheço você de parte alguma. Por isso não tenho que ficar ao seu lado merda nenhuma_digo com medo do que ele possa fazer mas aínda assim digo. Eu não sou objecto nenhum para me tomarem desse jeito como se as minhas escolhas de nada valessem.

- Isso não importa. Você deve ficar comigo e prontos. Deve ficar comigo_ele diz a última parte tremendo como um autêntico louco.

- Você é um louco_digo assustada

- EU NÃO SOU LOUCO. NÃO ME CHAME ASSIM. EU AMO VOCÊ, É ISSO. EU TE AMO E VOCÊ TAMBÉM ME AMA. VOCÊ ME AMA_suas palavras saem descontroladas e ele grita fora de si. Aliás, não sei se esse homem é sempre assim mas a verdade é que o medo está tomando conta de mim no momento e só peço a Deus que tudo isso seja um horrível pesadelo do qual eu acorde...

- Você será minha. Agora! Pois não pretendo esperar_ele diz baixando uma alça da camisa de dormir que trago. Me mantenho calada somente com minhas lágrimas que falam por mim no momento.

- Eu pretendo consumar cada desejo seu meu amor_ele diz com o olhar petrificado em meu corpo, enquanto passa suas mãos por ele.

- Eu me recuso. Eu nunca me entregarei a você. Eu nem sequer conheço você e sei que você é mais um monstro em minha vida. Isso não passa de um pesadelo_digo a última parte tentando me convencer.

- Não. Isso é um sonho. E um dos melhores qie você terá meu amor..._suas palavras ecoam pela sala e martelam minha mente se auto-repetindo...









Porquê você me libertou de sua prisão Rhugero? Porquê?...













































>> Próximo capítulo: bônus Rwan.




























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