365 Days For Love

Capítulo 9

𝗔𝗻𝘆 𝗣𝗼𝘃

Vou até Sabina e paro na sua frente, ela empurra o garoto ao seu lado, fazendo ele rolar pro chão.

- Sai Bailey May, deixa a nossa nova convidada sentar perto de mim.

Dou uma olhada pra ele e vejo que o mesmo revira os olhos. Sento perto dela e ela me oferece algum tipo de biscoito.

Pode estar envenenado?  Pode mas pela fome que eu estou, eu engulo qualquer coisa. 

- Pode pegar, eu juro que não coloquei  veneno, você acha que se estivesse envenenado, eu estaria comendo? Claro que não, eu enfiaria o biscoito na boca desses dois idiotas ai. 

- Ah, cala a boca Sabina, eu sei que você me ama.

O garoto de olhos verdes diz e joga um beijo para ela, a mesma devolve um dedo do meio.

  Ele levanta e vem até mim, ficando na minha frente, me atrapalhando a ver a TV.

  - Eu sou o Noah, mais conhecido como "O mais bonito do bonde" e você é Ana né? 

Solto um sorriso divertido e o corrijo:

-É Any !

Sabina nos interrompe:

- Aquele ali - Ela aponta para o menino sentado no chão que não tira os olhos do celular

- É o sem educação do Bailey. 

Ele olha para mim e devolve um sorriso falso, logo volta a dar atenção ao celular.

  Começo a achar os jovens muito interessantes mas tenho certeza de que apenas eles são, pelo que vi, o Joshua é um grosso,estupido, que com certeza é daqueles caras que deixa sempre o ego falar mais alto.

- O que vocês fazem?  - resolvo quebrar o silêncio.

  - Não acha que você é muito curiosa, não? - Noah diz.

- Assim, eu acho que eu tenho que saber  o que as pessoas que ajudaram a me sequestrar fazem da vida, não é justo ?

Bailey resolve se pronunciar:

- Somos pessoas que não querem ter uma vida igual aos outros.  Jovens que se divertem de um jeito "diferente".  Temos nossas obrigações, mas algumas são como, transportar drogas de uma cidade para outra - Ele diz num tom de indiferença. - E o resto ... - Ele parece procurar uma palavra certa -
Vamos dizer que não te interessa!

Bem direto ele e sincero. 

- Obrigada Bailey, pela sua sinceridade, eu até ficaria brava pela sua última frase mas não vou falar nada, porque você foi o único que me respondeu. 

- Ele não deveria ter falado nada - Noah da uma cotovelada nele.  – Josh vai arrancar seu couro, se ele descobrir que você disse algo Mailey Bay. Então por favor Any, não diga nada disso a ele. 

Balanço a cabeça afirmando.

-Ele também faz isso, assim como vocês?   - digo me referindo a Joshua.

Sabina olha para mim com uma cara de quem quer que eu cale minha boca mas não vou me calar, quero saber quem ele realmente é. 

- Ele mexe mais com negócios, cada um aqui tem uma área, por exemplo, sou responsável por agendar todas as nossas reservas de hotel quando viajamos, mexo mais com tecnologia.

- Aonde ele está ? - talvez eu esteja falando demais mas minha curiosidade fala mais alto.

- Por que você mesma não pergunta isso, quando ele chegar?  É mais fácil. 

Dou o assunto como encerrado e vou para a cozinha. Abro a  geladeira e ela está farta, percebo que problemas com falta de dinheiro não existe aqui.

Resolvo fazer um strogonoff, pego os ingredientes e vou para o fogão.  Depois de um tempo, minha janta finalmente está pronta.

Vou para o armário pegar um prato mas sinto alguém me abraçando pela cintura, as mãos geladas entram em contato com meu corpo quente, me fazendo arrepiar.

Pego a faca que está em cima da pia e viro de frente para ele.

Joshua está olhando pra mim com cara de assustado e com as mãos em forma de rendição.

– Eu já disse pra nunca tocar em mim - dou ênfase no "nunca".

– Logo você se solta. - ele sorri e vai em direção a escada mas antes de subir, ele diz:

– Te espero lá em cima. – ele pisca pra mim e sobe.

Reviro os olhos e fecho minhas mãos com muita força por conta da raiva que eu estou sentindo.

Esse nojento acha que pode tocar em mim, ele que fique com as vadias dele.
Não sou qualquer uma. Não vou deixar ele ficar me usando como se eu fosse um objeto.

Abro minhas mãos, que já estão vermelhas, acho que apertei muito forte e ficaram as marcas das minhas unhas.

Levo o Strogonoff até minha boca mas sinto a quentura do alimento e  solto o garfo na hora, levo a mão até meus lábios e fecho os olhos com raiva.

                              ∞

Depois de jantar e lavar a louça eu vou para a sala, procuro alguma coisa pra assistir, só pra passar o tempo.

Coloco em um canal que está passando algo sobre moda, a única coisa que presta nessa TV.

Ouço passos vindo da escada, penso em fingir que estou dormindo porque não quero falar com ninguém, só quero que tudo isso acabe mas ao mesmo tempo quero socar a cara do Joshua.

Escolho a segunda opção.

Viro e vejo Joshua atrás do Sofá, olhando fixamente pra mim.

– O que você quer ??

Ele não responde.

Joshua pula pra cima do sofá e vem até mim, quanto mais ele chega perto, mais eu me afasto.

Quando ele trás a mão pra perto de mim, eu o paro.

Ele leva a sua outra mão até meu pulso e me faz soltar a mão dele. Acho que ele percebe meu medo e devolve um sorriso.

Ele coloca sua mão em meu rosto, passa o polegar pelos meus lábios e pega um fio de cabelo que está caído em meu rosto e o coloca atrás da minha orelha.

– Eu não mordo, não sou um monstro, não vou te comer. - ele sussurra em meu ouvido - A não ser que você queira.

– Nunca ! - afirmo olhando no fundo dos seus olhos cor de mar.

– Você ainda vai me desejar Gabrielly.

– Como pode ter tanta certeza?

Ele leva os olhos até minha boca e morde seus lábios.

– Seu coração pode ainda não me querer mas seu corpo... Está totalmente entregue.

Levo meus lábios até seu ouvido e digo:

– Você acha que é muita coisa mas não passa de um idiota que pensa que pode me intimidar.

Ele revira os olhos e num ato rápido, ele me coloca em seu colo. Pega minhas pernas e as envolvem em sua cintura.

Nossos rostos estão quase colados, consigo sentir sua respiração acompanhando a minha.

Ele chega mais perto e quando penso que ele vai me beijar, viro seu rosto com brutalidade e digo:

– Acho que não sou eu que está entregue aqui.

Ele fecha a cara e leva as mãos em meu pescoço, tenho certeza que já está com marcas vermelhas, pois suas mãos são pesadas e percebo que ele não consegue  controlar suas forças.

Felizmente a porta se abre, interrompendo ele de fazer qualquer coisa estúpida que está em sua mente.