Ironias do Destino | Kim Seokjin (Jin - BTS) e Kim Taehyung (V - BTS)

CAPÍTULO 60 - Mais uma ironia do destino

O destino gostava mesmo de ser irônico comigo. Durante tantos anos lutei para ser mãe e formar uma família ao lado de Taehyung. Porém, o destino só quis que isso acontecesse na pior fase de nosso relacionamento, isto é, num momento em que ele estava tão desgastado que nem um relacionamento podíamos dizer mais que tínhamos. E quando as coisas pareciam que iriam melhorar um pouco mais entre nós dois, o destino me lança duas bombas: perco o meu filho quando ele estava prestes a nascer e, pouco tempo depois, descubro que a traição de Taehyung iria lhe gerar o seu tão sonhado primogênito. E meses depois, quando eu sequer pensava que isso seria possível, quando minha vida havia dado um verdadeiro giro de 360 graus, lá estava eu novamente com todos aqueles sintomas que só podiam indicar uma coisa que deveria ser óbvia até demais e só eu não havia notado.

— Teste de gravidez? — Taehyung perguntou após engolir em seco, com os olhos arregalados, visivelmente atônito.

— Sim — disse simples.

Taehyung, um tanto sem reação e completamente mudo, apenas assentiu e saiu do banheiro social no qual estávamos. Imediatamente, ouvi o que parecia ser o barulho de chaves e logo em seguida ouvi a porta se fechando. Fui para o quarto, me sentindo um pouco melhor após ter colocado tanto vômito para fora, mas ao estar de novo, naquele lugar que foi meu verdadeiro refúgio durante tanto tempo enclausurada em tanta dor, comecei a chorar.

— Está se sentindo mal de novo, Ji? — Me assustei quando Taehyung apareceu na porta com uma sacolinha na mão. Fiquei tão balançada ao estar naquele quarto novamente que nem vi o tempo passar até que ele chegou.

— Não, eu estou melhor — respondi pegando a sacola cheia de testes de farmácia.

— Comprei três. E de três modelos diferentes, só pra garantir — falou, nervoso e meio atropelado nas palavras, ao notar meu semblante confuso ao analisar a sacola.

— Tudo bem, eu vou ao banheiro. Com licença.

Mas é claro que não era necessário que Taehyung tivesse comprado três testes diferentes. Talvez, sequer algum teste seria necessário para confirmar aquilo que eu já tinha absoluta certeza. Eu sei, eu já passei por uma gravidez psicológica antes. Mas era diferente. Eram muitos sinais, antes de tudo, físicos em meu corpo. E depois da gravidez de Taewoo, eu já podia dizer que tinha experiência o suficiente para entender o que estava acontecendo.

— E então? — perguntou apreensivo, quando minutos depois finalmente saí do banheiro.

— Veja você mesmo... — Lhe apontei os três exames, que mostravam no display de resultados dois risquinhos.

— Jiwoo... Eu sou burro pra essas coisas, eu não sei o que significa. — Riu sem graça. — Me diz logo de uma vez, se não vou ter um treco aqui! — falou e eu até ri um pouco de seu jeito bobo.

— Estou grávida, Taehyung — falei direto, sem arrodeios.

— O quê? Você está falando sério, Jiwoo? — perguntou nervoso.

— Sim, Taehyung. Eu estou grávida e os três testes mostram isso.

A situação poderia até ser cômica, se não fosse trágica. Meses atrás, quando lhe contei sobre a gravidez de Taewoo, a sua reação foi péssima, totalmente oposta da que qualquer mãe esperaria do pai de seu filho. Lembro-me muito bem de quando ele até ousou insinuar que aquele filho poderia não ser seu e do quanto ouvir aquilo me magoou por demais. Mas como minha vida se transformou em uma montanha russa ambulante, a situação agora era totalmente inversa.

— Meu amor, eu mal posso acreditar nisso! — disse com a voz completamente rouca, sob lágrimas emocionadas. — Ji, eu estou tão feliz! — Me abraçou forte, enquanto eu não o correspondi e não fazia ideia de como lhe contar a verdade que era tão óbvia, mas ele parecia não notar. — Veja só, é a vida nos dando uma nova chance de recomeçar nossa família do zero! Puxa, depois de tanto sofrimento, depois de tudo que passamos... Eu acho que vou explodir de tanta felicidade, meu amor! — disse intensificando o abraço e molhando meus ombros com suas lágrimas.