17 de Fevereiro de 2020
Narração – Miguel
Gritos, lâminas cortando o ar e se chocando era a única coisa que eu conseguia ouvir, enquanto todo o resto era apenas uma imensa escuridão sem fim.
— É patético ver o quanto se vai longe para querer mostrar poder ou influência. Patético e digno de pena, Zeus! — Escuto uma voz firme de alguém extremamente furioso, e então a imagem se forma a minha frente.
Era como assistir um filme em alta definição. O homem que havia gritado segurava o outro pelo pescoço, que logo reage com um soco como resposta, e quanto mais eu tentava prestar atenção no que acontecia, mais eu me sentia perdido, até que consigo entender quem eram aqueles homens.
"Espera... Zeus? Rá? Deuses? O que??"
Minha mente entra em choque instantâneo, me deixando ainda mais confuso do que antes. E aquele "filme" continua, ao final dele outro começa e este segundo era uma clara representação de uma batalha sangrenta, homens e mulheres dotados de dons extraordinários lutavam entre si e aos poucos minha mente era invadida por diversas informações referentes a essa guerra. Aparentemente os deuses estavam em guerra, mas porque eu deveria saber daquilo? Porque aquelas imagens estavam sendo mostradas para mim, e porque aquelas informações eram tão necessárias?
Enquanto me questionava sobre tudo o que via, uma grande escuridão tomou conta novamente de todo o lugar, e uma voz firme chama a minha atenção.
— Filho...
"O QUE?"
Questionamentos tomavam conta de minha mente a cada segundo, e parecia ser loucura ouvir aquela voz que eu não conhecia, me chamando de filho. Então um grande jardim se formou logo a minha frente, este era igual o que havia na casa de minha família, mas a diferença era que um homem até então desconhecido por mim, estava sentado em um banco e me observava de longe. Estranhamente ele me lembrava alguém, era como se eu o tivesse conhecido em algum momento da minha vida, ou como se o visse em algum lugar a muito tempo, mais de uma vez. Porém não era capaz de me lembrar de seu rosto, apenas da sensação que sua presença me trazia. Ele me encarou nos olhos e sorriu.
— Por mais que tente, não vai se lembrar de mim Miguel... Mas aos poucos entenderá o motivo — Ele disse enquanto eu ainda me sentia confuso.
A pergunta que dominava todos os meus pensamentos, era o porquê de este homem me chamar de filho. Sim, eu sabia que era um garoto adotado. Mas nunca imaginei que encontraria meu pai depois de perder todos que amava e combater um monstro mitológico.
— Eu sou Anúbis, e eu sou seu pai — Ele disse me arrancando uma clara feição de espanto — Vou lhe contar toda a verdade.
Não tive coragem de pronunciar uma palavra apenas essa afirmação, o homem a minha frente afirmava ser um deus, e esse deus afirmava ser meu pai. A cada palavra que ele dizia eu me sentia ainda mais como um personagem de ficção e fantasia, idealizado por alguém de criatividade muito fértil. Mas aos poucos o mesmo me explicava minha origem e minha verdadeira história, e aos poucos eu me sentia ainda mais preso entre a cruz e a espada com referência ao meu destino.
Era estranho chegar as seguintes conclusões: Eu era um legítimo filho de Anúbis, portanto um semideus. O mundo estava no meio de uma guerra entre os deuses, e poderia ser totalmente destruído. Tinha perdido toda a minha família em apenas um dia. Agora eu estava destinado a me juntar a um bando de jovens como eu, para impedir o colapso do universo. Ok, apenas mais um dia normal...

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Elysium The End
Aktuelle LiteraturMeu nome é Miguel, tenho 20 anos e aparentemente sou filho de Anúbis. Quem ele é? Um deus egípcio. Sim, deuses existem, mas não apenas um, e sim todos eles. Desde Zeus, até Tupã. Todos eles são reais, e estão em guerra. Confuso? Vou explicar de form...