Capítulo único.

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Oi gente! Essa é minha primeira fanfic de All For The Game e literalmente a primeira coisa que eu posto em ANOS. Críticas construtivas são bem vindas.
Quem quiser me seguir no Twitter ou Instagram (onde eu posto algumas fanarts) é o mesmo user daqui: avengerpercy. Espero que gostem!

- Vocês são tão dramáticos. Eu estou cansado de ficar preso nesse dormitório. – Neil disse, deitado no tapete.
- Neil, tem literalmente duas horas que a gente tá aqui. E provavelmente vamos ficar muito mais então se acostuma – Nicky respondeu. Ele estava sentado no sofá, controle de vídeo game na mão. Aaron estava com o outro controle, absorto no jogo e ignorando Neil como na maior parte dos dias.
- É só uma chuvazinha. Vocês são frouxos.
- Neil, isso literalmente é um furacão categoria 3. – Kevin pontuou. Ele estava sentado em uma das
bean bags, mexendo no celular. Andrew estava na outra bean bag, deitado e de olhos fechados mas Neil sabia que ele não estava dormindo. – Por enquanto é só uma chuva mas ainda vai ficar bem ruim.
- Kevin, eu achei que você estava do meu lado. – Neil resmungou e se arrastou até ficar do lado de Andrew. – Depois não vem reclamar comigo.
- Reclamar com você sobre o que? Eu nunca reclamo.
Nicky riu, porque era óbvio que Kevin Day sempre estava reclamando de tudo e de todos. Ele provavelmente conseguiria viver só de reclamar. Talvez eles testassem essa teoria algum dia.
- Ninguém fala para ele, não estou a fim de ver ele surtando. – Andrew disse, ainda deitado e de olhos fechados.
- Falar o que para mim? – Kevin perguntou, estreitando os olhos para Andrew de maneira quase ameaçadora, não se importando que ele nem estava vendo. Quando aceitou que não iria ser respondido, se voltou para Neil. – Do que ele está falando?
Neil apenas deu de ombros. Ele também não fazia ideia do que Andrew estava falando. Ele tinha visto o noticiário antes de Nicky e Aaron se apropriarem da televisão para jogar, e o furacão iria passar com bastante força em Palmetto. A previsão era de que ele seria categoria 3 quando chegasse na cidade, mas essas coisas sempre são meio imprevisíveis. Palavras do cara do tempo. O furacão chegaria em poucas horas então a Torre já tinha sido completamente fechada. As janelas estavam cobertas com proteções de metal e madeira, assim como as portas. Já estava chovendo e ventando bastante. Eles haviam deixado os carros, incluindo a Maserati em um dos estacionamentos cobertos da Universidade já que não queriam arriscar que uma árvore decidisse que queria cair em cima de algum do automóvel.
Neil não estava muito preocupado. Ele já tinha enfrentado furacões antes, apenas não na Carolina do Sul junto com o time. Mas ele sabia que era algo comum no estado e o prédio em que eles moravam já estava preparado para esse tipo de evento. Renée havia lhe dito mais cedo que no último furacão foi como se nada tivesse acontecido com a torre, apesar de que alguns prédios da faculdade foram danificados pelos ventos e chuvas fortes. Então Neil não estava preocupado. Ele estava entediado.
- Andrew. – Neil chamou baixinho, mas não obteve resposta. Se aproximou mais, de forma de que estava pairando um pouco por cima do rosto dele. Ele analisou o rosto do outro por alguns segundos. O cabelo loiro e macio, os fios bagunçados. As sobrancelhas, os fios longos dos cílios, a cor um pouco mais escura que a dos cabelos. As sardas que ele tinha no rosto, principalmente perto do nariz. Neil gostava das sardas de Andrew e como elas pareciam gotas de ouro no sol da tarde.
Andrew finalmente desistiu e abriu um dos olhos. Neil estava tapando um pouco a luz, então a íris não estava tão clara quanto normalmente. O verde que Andrew tinha salpicado nos olhos estava quase castanho. Andrew levantou uma sobrancelha e estreitou um pouco o olho aberto, o que queria dizer "o que você quer". Neil às vezes se assustava com a facilidade como conseguia entender o companheiro, mesmo sem palavras. Principalmente sem palavras. Ele também se assustava com a habilidade de Andrew de erguer somente uma sobrancelha. Ele devia praticar no espelho ou algo assim quando ninguém estava por perto.
- Eu estou entediado. – Neil disse com um suspiro.

- Bem vindo ao meu mundo. – Ele disse, finalmente se sentando na poltrona. Espreguiçou–se, a coluna estralando levemente e moveu o corpo. Andrew deu dois tapas leves na bean bag, claramente um convite. Neil se sentou e se sentiu um pouco melhor. Ele adorava estar tão perto de Andrew, a ponto de sentir o calor corporal dele.
- Sim ou não? – Neil murmurou, bocejando levemente.
- Pra que? – Andrew perguntou enquanto estendia uma das mãos em direção à Nicky, pedindo pelo
controle. Nicky fingiu indignação mas todos sabiam que ele era uma droga jogando.
- Deitar no seu ombro.
- Sim. – Andrew respondeu sem exitação, e Neil se apoiou nele.
Neil se desligou por um momento, apenas sentindo os músculos do ombro de Andrew se movimentando enquanto ele jogava e a respiração compassada dele. Até que seu devaneio foi interrompido pelo choramingo de Aaron.
- Andrew! – ele disse irritado. – Eu sou do seu time! Porque você está me matando?
- Você comeu a última barra de chocolate. Ela era minha.
- Isso foi dois meses atrás. A té quando você vai ficar ressentido?
- Você ficaria impressionado com a minha capacidade.
- Acho que eu não ficaria não – ele resmungou mais uma vez e reiniciou o jogo. Apenas para ser morto novamente pelo irmão.
Ele suspirou e olhou para o teto dramaticamente.
- Senhor, o que eu fiz para merecer isso?
- Você comeu o chocolate do Andrew. – Kevin disse, ainda digitando no celular. – Ninguém pode
mexer nos doces do Andrew.
- Eu nem sabia que eram dele! – Aaron tentou se defender. – E, eu tenho certeza que se fosse o Neil
ele não estaria assim.
Neil riu, era típico do Aaron tentar voltar a discussão para ele para tentar escapar.
- O Neil nem gosta de chocolate. – Andrew disse enquanto matava o personagem de Aaron outra vez.
- Você não está negando. – Ele resmungou enquanto começava a partida novamente.
- É, não estou.
Neil fechou os olhos contentemente. Talvez um dia ele comesse o chocolate de Andrew só para ver o que iria acontecer. Quem sabe.
- A Dan me mandou mensagem. – Kevin disse depois de alguns minutos de silêncio. Bem, de silêncio e de Aaron resmungando toda vez que era assassinado cruelmente no jogo. Para alguém que clamava não se importar com muitas coisas, Andrew definitivamente estava empenhado na tarefa de dizimar o personagem na tela. – Ela e os outros vão fazer spaghetti. Nós vamos?
Assim que ele terminou de falar todos olharam para o Andrew com expectativa. Mesmo Aaron. Ele não era muito próximo dos outros mas ele não negaria comida de graça, e Dan cozinhava muito bem.
- Por que vocês estão olhando para mim? Eu não sou a mãe de vocês. – Andrew disse sem desviar o olhar da televisão, a voz inexpressiva.
- Andrew, é comida de graça. – Nicky disse suplicante.
- Vocês não precisam da minha permissão.
Isso na linguagem de Andrew era um sim, então Nicky se levantou e foi para o quarto, provavelmente para se arrumar mesmo que ele fosse ver as mesmas pessoas que ele via todos os dias. Eventualmente Andrew perdeu o interesse por matar Aaron e consequentemente perdeu o interesse no jogo em geral. Ele se deitou de novo e puxou Neil para mais perto. Com a cabeça em cima do peito dele, Neil conseguia escutar o tum tum tum c onstante das batidas do coração de Andrew. Ele adorava muitas coisas, mas adorava principalmente quando Andrew se sentia confortável o suficiente para fazer esse tipo de coisa onde todos os outros pudessem ver. Kevin já estava acostumado, mas ele não contava porque Kevin não costumava se incomodar tanto com as coisas a não ser que elas tivessem alguma ligação com Exy. Enquanto Neil e Andrew estivessem jogando bem, ele estava feliz.

Hurricane NeilOnde histórias criam vida. Descubra agora