Capítulo 4

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Procure no Youtube a música "Moonlight Serenade" de Carly Simon e deixe carregando. Dê play quando for indicado ;)

Dei espaço para que Henry entrasse e foi o que ele fez, caminhando até o centro da sala e apoiando a sacola com as nossas refeições na mesinha de centro.

Segui para a copa para pegar as taças de vinho e quando cheguei na sala, ele já estava separando as embalagens e passou-me a minha. Enquanto ele pegava nossos talheres e guardanapos, usei a engenhoca de extrair rolhas para abrir o vinho e nos servi. Esperei ele munir-se da sua própria embalagem mais os outros utensílios, para então virar-me para sentar no sofá, quando passou-me pela cabeça que usar a própria mesinha seria muito melhor.

— O sofá pode ser todo seu — avisei, apoiando as coisas novamente na mesinha e sentando-me no carpete de pernas cruzadas. — Mas eu prefiro ficar por aqui mesmo, se não se importa.

Ele observou-me por um momento, enquanto eu tirava os talheres descartáveis do invólucro e o encarava de volta, sendo que estava ciente da minha expressão de bom humor, uma vez que eu iria finalmente colocar aquela coisa cheirosa no meu estômago.

— Não me importo — ele respondeu e fez o mesmo que eu, juntando-se a mim para usar a mesinha como mesa de jantar. Tinha espaço o suficiente para se fazer esse improviso, talvez fora comprada tendo isso mesmo em mente, como propósito. — Aliás, até prefiro que seja assim.

— Verdade? — perguntei, antes de colocar a primeira garfada na boca. Hmmm, delicioso!

— Sim, não sou tão adepto a um estilo de vida pomposo, apesar do que você deve pensar de mim — ele sorriu com a provocação, antes de ser a vez dele de colocar a comida na boca.

— O que penso de você? — repeti, surpresa. — E o que lá você sabe do que penso a seu respeito, Cavill? Não fosse alguns filmes que vi você fazer, eu podia muito bem não te conhecer. Tipo, não saber quem você é, real.

— Ah, então estamos já na fase em que nos chamamos pelo sobrenome? — despistou, enquanto eu movia o braço para alcançar minha taça. — Muito injusto, porque eu ainda não sei o seu.

Ainda? — repeti, ressaltando a palavra, interrompendo meu segundo gole no vinho. — E o que te faz pensar que eu com certeza vou te dizer?

Uma de suas sobrancelhas se arqueou.

— E por que não diria? Você é por acaso alguma serial killer que caça homens bonitos e famosos? — e com essa, ele deu seu primeiro gole no vinho. Tão naturalmente como se estivesse falando de programas de tv.

Não pude evitar a explosão de gargalhadas, embora estivesse muito longe de estar bêbada. Afinal, ainda nem tínhamos começado a beber.

— Pelo jeito temos alguém criativo por aqui — falei, após as risadas terem cessado. — Além de extremamente modesto, para dizer o mínimo. Mas gostei dessa descrição — estreitei os olhos, enquanto tentava encaixar a minha própria imagem com esse personagem em minha mente, dando mais um gole no vinho. — Vou ficar com ela. E isso significa: sem sobrenome.

— Quanta maldade — ele brincou, após terminar de mastigar. — Uma perfeita vilã.

— Isso te faz o mocinho da história? — revidei e saboreei mais uma boa garfada de comida.

— Estou longe de ser um mocinho — murmurou, seus olhos diretamente nos meus.

Porra.

— Pare de brincar comigo, Henry — repreendi, mas não muito seriamente.

Coincidence [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora