Capítulo 1 - As últimas férias

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As férias foram fantásticas! Eu, o meu pai e a minha mãe fomos para as Filipinas. No princípio pensámos em ir para as Caraíbas, mas decidimos visitar um sítio novo já que vamos quase todos os anos para lá.

Partímos bem cedo, ainda era noite. Fiz questão de ir no lado da janela para ver as luzes da cidade. Ah, como é linda Sydney de noite! Pus os fones nos ouvidos e liguei o mp4. Pouco tempo depois já estava noutro mundo a ouvir "End Up Here" dos 5 Seconds of Summer. 

Quando chegámos a minha mãe acordou-me pois eu dormia como uma pedra. Já era de dia. Saímos do avião e fomos acompanhados ao nosso hotel de 5 estrelas que ficava junto ao mar. 

O meu quarto era mesmo ao lado do dos meus pais. 

- Casper, eu e o teu pai depois de arrumarmos as coisas vamos à piscina. Vens? - disse a minha mãe com um tom carinhoso na sua linda voz.

- Claro! Deixe-me ir só arrumar as coisas também e vestir os calções de banho.

Pouco tempo depois fui ter com eles. Foi muito divertido principalmente quando via a cara de fustração do meu pai quando perdia uma corrida comigo. A minha mãe manteve-se na sua espreguiçadeira.

- Mãe, então? Não vem à água? Olhe que está ótima!

- Não querido. A mãe não vai. 

Nesse momento eu e o meu pai olhámos um para o outro com um sorriso maléfico nos lábios. Pensávamos o mesmo. De seguida saímos da piscina e abraçámos-a, todos molhados, ouvindo os seus gritos:

- Meninos!!! Párem!!! Estão frios!!!

Parámos de a abraçar e o meu pai segurou-a ao seu colo e saltou para dentro da piscina. Ela começou logo a refilar, mas o meu pai beijou-a. Eu estava sentado na borda da piscina a observá-los até que o meu pai diz:

- E tu estás aí a fazer o quê? - disse puxando-me para dentro de água. Alguns segundos depois, quando vim à superfície, começei uma guerra de salpicos com o meu pai. E assim ficámos, os três, durante alguns minutos.

Quando saímos fui tomar banho para ir jantar. Jantámos todos juntos: eu, os meus pais e outros hóspedes daquele hotel, entre eles uma rapariga muito bonita que me captou a atenção. O seu nome, como vim a saber no dia seguinte, era Nicolette e era francesa. Sempre tive uma queda por francesas não sei porquê e esta era maravilhosa: tinha cabelos escuros que contrastavam com a sua pele pálida, olhos verdes como esmeraldas e lábios encarnados.

No dia seguinte perguntei-lhe se queria ir passear pela praia. Ela aceitou e depois do almoço lá fomos nós. Eu sempre fora muito bom com as raparigas. Na minha escola muitas delas estão caídinhas por mim e às vezes quando passo na rua piscam-me o olho. Eu não tenho a certeza mas acho que herdei isto do meu pai. Ele uma vez contara-me que quando era mais novo costumava ser um grande "galã", mas que depois conheceu a minha mãe e tudo mudou.

Estavamos a andar pela praia e a falar. Tagarelava-mos como nunca e ela tinha aquele sotaque francês de que eu gostava tanto. Contavamos coisas sobre nós, episódios das nossas vidas. 

Quando anoiteceu, regressámos ao hotel e eu acompanhei-a ao seu quarto. Despedimo-nos, mas quando me estava a ir embora ela agarrou o meu braço e beijou-me. Corei. Separámos os nossos lábios e ela disse:

- Oh meu Deus! Desculpa Casper eu.... - interrompi-a com um beijo.

Sorri e fui para o meu quarto. Não conseguia dormir nem parar de pensar no beijo. Já beijara muitas raparigas, mas nunca me sentira assim. Pus-me a ouvir musica. Ouvi a mesma que estava a ouvir no avião e não conseguia parar de pensar nela por causa da letra: "Como é que acábamos a falar, em primeiro lugar?... Agora estamos a caminhar de volta para o teu lugar... Eu pergunto-me como acabámos aqui?"

Na noite de Natal jantámos todos juntos (eu, a Nicolette e os nossos pais). Foi uma noite muito agradável. O pai dela e o meu conversavam sobre política, as nossas mães sobre as suas vidas e os seus gostos musicais enquanto eu e ela falavamos sobre as nossas escolas e amigos. Quando acabámos eu acompanhei Nicolette ao seu quarto e disse- lhe adeus.

Nos dias seguintes encontrávamo-nos sempre e íamos dar longos passeios pela cidade ou pela praia e trocámos os contactos, até que chegou o Ano Novo. Estivémos outra vez todos juntos como no jantar de Natal. Fomos à festa que o hotel realizara para os seus hóspedes. Ouvimos música, dançámos, namorámos um pouco às escondidas dos nossos pais... Enfim! Foi uma noite espetacular! Quando faltavam 10 segundos para a meia noite toda a gente começou a contar e eu aproximei-me da Nicolette e beijei-a. E foi assim que comecei o meu ano.

Depois veio o dia em que me fui embora. Triste dia, esse. Despedimo-nos e abraçámo-nos com tanta força que eu quase não conseguia respirar.

Quando chegámos a Sydney a primeira coisa que fiz foi ligar-lhe, mas o seu número com certeza estava errado porque não chamava. Provavelmente não voltaria a falar com ela a não ser que ela me ligasse, o que não fez. Sabia que não a voltaria a ver e por isso no resto do dia tranquei-me no quarto, triste, a tocar violino que era, e é, a única coisa que me anima.

As férias estão quase a acabar. Não tarda volto à escola, aos meus amigos, às raparigas e às aulas. Principalmente às aulas porque se não tiver boas notas os meus pais matam-me!

                                                          ***

Olá pessoas! Este é o meu primeiro capítulo de sempre!! Espero que tenham gostado e que continuem a ler o resto da história. Se gostaram por favor votem!! Beijos!! :D

As Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora