Capitulo 2 - O primeiro dia

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Hoje foi o primeiro dia de escola. Foi fantástico ver os meus amigos outra vez depois de tantos meses sem os ver. Foi basicamente um dia normal de aulas: os mesmos professores, os mesmos amigos, as mesmas raparigas a fazerem-me "olhinhos" e a dar risadinhas cada vez que passam por mim. 

Quando as aulas acabaram eu e os meus dois melhores amigos, o James e o Jonh, fomos dar uma volta, uma vez que os nossos pais autorizaram. Fomos a um café perto do colégio e ficámos a falar.

- Então meu, como é que foram as tuas férias? - perguntou-me Jonh com um ar curioso.

- Foram fixes. Quer dizer, não foram das melhores que já tive, mas até foram boas.

- Só isso? "Foram fixes"? - disse James.

- Sim. Não aconteceu nada de especial... - respondi eu virando a cara. Eles preceberam logo que eu escondia alguma coisa.

- Casper! O que é que se passou?! O que é que nos 'tás a esconder? - disse James com um sorriso manhoso nos lábios.

Dominado pela pressão que aqueles dois me causavam ao olhar para mim daquela e maneira fui obrigado a contar-lhes.

- Ok! Ok. Secalhar passou-se alguma coisa... Talvez eu tenha conhecido uma rapariga e talvez tenha curtido com ela uma vez ou duas... - admiti eu aos meus amigos que rápidamente começaram com risinhos.

- Meu, porque é que não disseste logo?! Não tem nada de mal! - respondeu Jonh.

- Mas é que desta vez foi diferente. Eu nunca tinha sentido isto por nenhuma outra rapariga. Ela é diferente das outras... Ela é... especial. - os sorrisos manhosos voltaram a cara dos meus amigos quando eu acabara de dizer isto.

-  Uhhh!!! O Casper 'tá apaixonado!! - disseram em coro.

Corei. Eu não sabia ao certo se era isso que sentia por Nicolette, mas lá que ela era especial, era.

- E então? Não nos vais dizer o nome da tua amada? - perguntou James num tom de gozo amigável.

- Nicolette. O nome dela é Nicolette.

- Oh lá lá! Elle est française! - disse Jonh com o mesmo tom de gozo de James.

- Sim, é.

- E vocês têm falado muito?

-Népia. Ela deu-me o número errado.

- Mas fez de propó... - James foi interrompido pelo telemóvel de Jonh que começou a tocar.

- Sim, mãe? Está bem, ok, ok. Eu vou já. - desligou e disse - Desculpem. Tenho que ir. Depois contas-me tudo!

- Ok. Adeus. - disse eu com um sorriso.

- Adeus -  disse James. - Mas, continuando. Ela fez de propósito?

- Não. Acho que não. Quer dizer, não sei.

- E não ficou com o teu?

- Sim, mas não ligou.

- Pois... E não há nenhuma forma de comunicares com ela?

- Nepia.

- Então esquece. Não há maneira nenhuma de a voltares a ver a não ser que ela te ligue.

- Secalhar tens razão. Bem, é melhor irmos para casa.

- Sim, é melhor. Está a ficar tarde. Então adeus.

-Adeus.

Fomo-nos embora para as nossas respetivas casas.

Quando cheguei à minha, os meus pais esperavam-me na sala.

- Olá querido. Estavamos mesmo à tua espera. - disse a minha mãe.

- Olá mãe. O que é que se passou? Porque é que estavam à minha espera? - respondi eu, confuso.

- Há uma coisa que te queremos contar. - disse o meu pai com um grande sorriso nos lábios.

Ergui uma sobrancelha. A primeira coisa que me veio à cabeça era que a minha mãe estava grávida, mas parte de mim duvidava um pouco dessa ideia.

- Digam! Vá! Não me façam sofrer com tanto suspanse!

- Está bem. A tua mãe e eu fomos convidados para ir atuar à casa da ópera!!!!

Corri para abraçá-los. Estava tão feliz e orgulhoso dos meus pais.

- Meu Deus! E aceitaram? Que idéia! Claro que aceitaram! E vão quando?

- Nós vamos já este fim de semana, querido. Convida os teus amigos para virem assistir! - disse-me a minha mãe num tom carinhoso e entusiasmado.

- Está bem! Está bem! Vou já ligar-lhes!! 

De seguida corri para o meu quarto para lhes contar as novidades e para os convidar.

- 'Tou, meu? Ouve. Tu nem vais acreditar!

- O que foi? - respondeu James do outro lado do telemóvel.

- Os meus pais foram convidados para atuar na casa da ópera!

- 'Tas a gozar?

- Nepia, meu. É mesmo!

- Meu, isso é espetacular!

- E os meus pais perguntaram se vocês queriam ir.

- Claro que vou!

- Ok. Olha, tenho que desligar, vou ligar ao Jonh.

- Ok. Adeus.

Depois liguei ao Jonh. Ele também aceitou. Estava tudo combinado. Este podia ser o momento em que os meus pais iriam, provávelmente, subir nas suas carreiras: o meu pai iria ser mais reconhecido como pianista profissional e a minha mãe como uma cantora. 

As Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora