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Querido, Benjamin. 

Será que devo continuar te chamando assim? "Querido", "Amor" ou "Meu bem"? Eu acho que não mais. Já fazem alguns meses desde que escrevi algo para ti, pensei em muitas coisas para dizer, mas não consegui transcrever. Deixe me contar tudo o que aconteceu nesses últimos meses. 

Vamos começar com as consultas médicas. A doutora sempre estava me ajudando, me mostrando a verdade e por um tempo, eu neguei. Afinal, como eu iria acreditar que você, meu amor, me machucaria tanto? Todas aquelas palavras de ódio e em seguida, os carinhos. Cada hematoma em meu corpo e em seguida, seus toques frios. 

Eu comprei um carregador para o seu celular e não dificil descobrir a senha. Eu vi tudo. As fotos, os videos sem meu conscentimento, as mensagens com várias pessoas. Imagina o meu choque ao descobrir que eu era motivo de chacota para você enquanto eu sonhava com seu amor. Perdi as contas de quantas noites eu chorei por você, das noites em claro no hospital e me culpando por tudo. 

Você me quebrou, Benjamin. Você me destruiu das formas cruéis possiveis e eu só queria saber o motivo. O que eu fiz de tão ruim para ti? Acho que nunca vou saber. Você me destruiu, Benjamin e eu preciso renascer.

Eu escrevo essa carta em prantos, com meu coração despedaçado. Mas no fundo, eu agradeço ao acidente e por ele ter te tirado de mim. Com isso, eu conheci pessoas incriveis, estou vivendo momentos maravilhosos e eu finalmente pude me descobrir.

Vênus.

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