capítulo 04.

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Nathany narrando...

Flashback on

— Quer colar em um baile comigo? — Renan pergunta parando em minha frente.
— Sabe que vai estragar seus esquemas, não sabe? Elas veem você chegando com uma novinha de quinze anos e linda como eu. — falei provocando. Eu estava sempre pelo morro, Piu e o Gol tem a maior consideração comigo, eu só não tinha ido a um baile.

— Eu não ligo!

— Se minha mãe deixar, por mim tudo bem! - Minha mãe havia deixado, após fazer Renan prometer que não iria sair do meu lado, ligar para o Batman, Piu e gol, os fazendo prometer ficar de olho em mim.
Sua preocupação não é sobre o que eu poderia fazer e sim sobre o que poderiam fazer comigo. Um baile repleto de drogas e homens bêbados, ela jamais me deixaria se soubesse que ninguém tocaria na afilhada do Batman.

-    O que faz aqui? - Daniel, também conhecido como valete e irmão do Renan, pergunta com o fuzil nas costas.

-    Eu vim estragar os esquemas do seu irmão! - falei e Renan sorriu. Ele está sempre sorrindo e acho que só o vi triste quando sua mãe morreu.

-    Como a Julia está? - Valete pergunta.

-    Fofa! - Daniel me acha uma patricinha mimada, porém guarda sua opinião para si porque cuido da sua irmã.

Eu tinha dez anos quando Júlia nasceu e queria fazer tudo, desde então cuido dela, lógico que tive ajuda, mas sempre tomei a frente.

-    Salve, nossa consagrada! - Piu parou a moto ao meu lado. Ele é o frente do morro, também chamado de dono, mas sabemos que pertence ao novo comando.
Renan aos vinte anos já era seu gerente em uma das bocas.

Minha mãe trabalha no postinho aqui e por isso vim muito ao morro, além do meu padrinho ser um dos criadores da facção Novo Comando.

-    Oi, Piu.

-    Vamos subir porque o Patrão passou a visão que é pra ficar de olho em ti e não quero briga com seu padrinho, boneca. - O dono do morro falou usando o apelido que me foi colocado pelos meus amigos.

Subimos para o camarote e como imaginei havia meninas me olhando feio. Não por mim, mas por causa do Renan, não tenho culpa dele ser meu amigo e se as peguetes dele não gosta disso não é problema meu.

-    Salve! - um cara negro e mais velho fala com Piu.

-    Fala meu bom. Como estão as coisas Bm?

-    Tranquilo!

-    Quem é a cocota? - Havia dois moleques com o tal bm e um deles diz.

-    Gabriel! - O tal BM o repreende.

-    Mas na boa, quem é a delicinha? - O outro garoto pergunta.

-    Ela está comigo! - Renan entra na minha frente e eu seguro seu pulso.

-    Sem estresse, copas!

-    Ela é afilhada do Batman. - Gol explicou.

-    Se falar assim dela novamente, irei quebrar seus dentes. - A voz do Breno me chamou a atenção.

-    Qual foi, playboy? - O mesmo garoto que havia me chamado de delicia falou afrontando meu padrinho.

-    Sem confusão, Wendel! - o Gabriel falou.

-    Eu vou arrastar a sua cara feia no asfalto e vê se assim fica melhor. - Breno disse indo pra cima do tal de Wendel.

-    Vocês não iram estragar a minha festa, é meu primeiro baile! falei empurrando Breno e abraço meu irmão de consideração.

-Está sumido, príncipe. - O chamo pelo vulgo e ele enfim me abraça e sorri.
Breno, vulgo príncipe é meu amigo, vizinho e filho dos meus padrinhos, o irmão que não tenho.

-    Muitas novinhas pelo mundo!

-    Você não tem jeito e agora vamos curtir o baile.

Flashback off.

Olho para o baile lá embaixo, me lembro do meu primeiro baile, era apenas uma menina de quatorze anos e hoje sou a chefe do tráfico daqui.

— Pô, boneca. — Jessica falou parando ao meu lado. — Você nunca mais sorriu, faz cinco anos e você nunca mais sorriu.

-    Estou sempre sorrindo!

-    Estamos falando de sorrir de verdade. - Jessica diz e eu reviro os olhos. - Não sarcástica ou sínica, e muito menos quando está batendo ou matando alguém.

-    É o melhor momento! - falei tentando quebrar o clima.

-    Sorrir como Thany e não como Copas. - Jessica continuou tentando.

-    Você só tem vinte e seis anos, precisa viver! - Meu sub fala.

-    Ele teria 31 e estaria vivendo comigo. Ele estaria comandando o morro, sentado naquele sofá enquanto eu rebolava para ele. - falei antes de tragar o cigarro de maconha. - Ele estaria sorrindo como sempre e observando tudo, me beijaria, falaria que me ama. Quando o baile acabasse iríamos para a nossa casa, ele daria um beijo na nossa filha, faríamos um sexo bom e eu dormiria sorrindo com a cabeça em seu peito.

-    Thany... - Leonardo, vulgo metralha tenta me dizer alguma coisa. Mas, não o deixei terminar de falar, porque nada é capaz de me confortar ou me fazer desejar viver novamente.

-    Ele teria 31 anos e estaria vivendo comigo, eu estaria sorrindo. falei. - Estaríamos vivos, os dois e eu morri com ele, meu coração continuou batendo, meu peito tem ar, mas, eu morri com ele!
Eles pensaram em algo para me dizer, mas uma muvuca lá embaixo nos chamou a atenção e evitou qualquer resposta.

Desci do camarote com a pistola na mão, dando tiro para o alto enquanto todos abriram espaço até duas garotas que rolavam pelo meu chão.

Ao meu lado estava Lucas, vulgo LL e gerente; Leonardo, vulgo metralha e meu sub dono; Jéssica; Daniel, vulgo valete e meu gerente principal.

-    Que porra está acontecendo aqui? - pergunto quando as duas são colocas em pé.

-Essa puta está dormindo com meu marido e vem jogar piada na minha cara. - A primeira disse com os lábios cortados.

-    Então chama pro resumo. - Metralha fala e aqui era assim que funcionava. Tem um problema, chama para o resumo porque não gosto de confusão.

-    Eu não gosto de confusão e muito menos de amante afrontosa. - Assim que terminei de falar acertei o cano da arma em seu rosto. - Meu marido nunca deixou nenhuma me afrontar, mas ele sabia a mulher que tinha e eu jamais aceitaria traição.

-    Ele era o maior cachorro atrás de você!
Nem todas têm a mesma sorte que eu! - disse sorrindo e eu só sorria quando estava sendo Copas. Não era um sorriso sincero, era frio, arrogante e cruel, eu amava estar no poder e ver alguém sangrar.

-    Desculpa, copas! - a amante disse e eu concordei.

-    Quero a máquina nela, uma surra do marido da tal fiel e nunca mais arruma confusão no meu baile. - Digo subindo para o camarote novamente.

Rainha de copas ( Nova versão degustação )Onde histórias criam vida. Descubra agora