capítulo 05.

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Nathany narrando

Flashback on...

— Pelo amor de Deus, Nathy... — Jéssica começa a falar. Mas, não deixo que termine a frase.

— Não me chama assim! — falei secando as lágrimas que escorriam e quase sem voz.

— Ele era nosso amigo também, nosso chefe e estamos seguindo nossas vidas. — Não me dou ao trabalho de responder, apenas peguei o copo em cima do criado mudo ao lado cama e joguei nele.

— Ele era o amor da minha vida, MEU MARIDO, PAI DA MINHA FILHA. ENTÃO CALA A BOCA, CALA A BOCA. — gritei.

— Ele não iria querer te ver deitada chorando desse jeito, tem três meses e você precisa se cuidar pela Elisa. — Jessica tenta argumentar.

— Se ele estivesse aqui para me ver, eu não estaria assim! respondi.

— Você tem que fazer os exames, ir às consultas... — Novamente não deixei que ela terminasse a frase.

— Eu deveria ter ficado na garupa, eu nem deveria ter saído do morro com ele. — Confessei baixo, mas eles ouviram.

— Ninguém tem culpa e você sabe que esse é o risco de namorar um bandido. Não sabemos se iremos estar vivos no outro dia ou em liberdade, e essa vida é assim!

— Ele era meu esposo, o amor da minha vida e eu morri com ele. — falei e Leonardo veio me abraçar contra a minha vontade.

— Mas seu coração ainda está batendo e você está gerando o maior amor da vida do Renan além de você. — Ele fala antes de tocar a minha. — Ele queria tanto essa criança, ele estava tão feliz e por esse ser fruto do amor de vocês dois, por ser uma parte dele, o maior desejo dele, você tem que se cuidar e ir aos exames.

— Eu não vou a lugar nenhum. Eu não quero ir lá fora e ver o mar, eu não quero sair daqui e viver sem o Renan! — falei me soltando do Léo.

— Estamos aqui com você. Não somos o Renan e nunca seremos! Mas, estamos aqui com você e com a Elisa, não serei o pai dela, mas vou fazer tudo o possível para suprir o máximo que eu puder. — Léo diz se levantando.

— Somem da minha frente que eu quero ficar sozinha. — Tentei me virar para ignorar os dois, só que não consegui, pois a barriga já está grande, então apenas cobri o rosto e voltei a fazer tudo o que tenho feito nesses últimos meses, chorar.

Flashback off

— Bom dia, mamãe! — Olho para Elisa que é a cópia do pai.

— Bom dia, vida!

Tomamos café, deixei Elisa com a minha mãe, coloquei o colete, uma blusa larga do Renan e peguei o carro blindado. Porém como faço sempre que possível, antes de ir para o morro, fui ao cemitério.

— Eu te amo! — falo olhando a lápide.

Assim que subi o morro, passei em frente a boca, observei meus homens vendendo e muitos clientes como eu gosto.

Não me orgulho de vender algo que é tão prejudicial a vida dos outros, mas não obrigo ninguém a comprar e se não for eu será outro, então melhor que eu lucre com isso.

Segui direto para casa, assim que entrei notei que foi invadida por um bando de desabrigados, folgados e passa fome que eu chamo de amigos.

— Quem mandou se apaixonar pelo amigo DJ? — Jessica canta fazendo a dancinha do TikTok na minha sala da nossa casa aqui no morro.

— Tu empinou ele pey, ficou de quatro ele pey. — Julia continuou cantando.

— Eu vou meter um socão na sua cara se ficar ensinando essas coisas pra minha irmã. — Valete fala puto.

Rainha de copas ( Nova versão degustação )Onde histórias criam vida. Descubra agora