Emilly Golden, Lucy Brown, Roxanne Benítez e Teresa Angelle sempre foram amigas, e apesar dos desencontros da vida, sabem que podem sempre contar umas com as outras. É quando a vida delas muda do dia pra noite, que a amizade delas é posta em prova...
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Acordei no dia seguinte com uma puta dor de cabeça e com meu celular tocando estridentemente embaixo de mim. Sentei-me e tentei me localizar ainda de olhos fechados, já que abri-los era uma missão impossível.
— Desliga isso! — ouvi a voz de Emilly gritar por cima do som e franzi o cenho, ainda de olhos fechados.
Tateei por baixo de mim, caçando o aparelho às cegas até que finalmente o encontrei. Ainda de olhos fechados e confusa, atendi e o coloquei na orelha.
— Alô? — perguntei, a voz saindo arranhada pela minha garganta. Engoli em seco, precisaria de um bom copo de água depois.
Cocei os olhos e os abri devagar, reconhecendo a minha própria sala de estar ao meu redor. Eu estava sentada em uma ponta do largo sofá de estofado preto, enquanto Emilly dormia do outro lado, toda desajeitada. Eu nem me lembrava da volta para casa.
— Senhorita Angelle, você está atrasada! A redação está pegando fogo! — a pessoa respondeu alto demais e eu fiz uma careta pelo som, afastando o celular da orelha.
O nome "Agatha" brilhava enquanto ela ainda falava sozinha, e eu demorei mais que o necessário para associar o nome com a minha secretária. Passei a mão livre pelo rosto e suspirei, voltando a colocar o aparelho no ouvido.
—... E a senhorita Lewis já esteve aqui duas vezes atrás de você por causa disso. — a menção de Alicia fez minha dor de cabeça aumentar.
— Pode manda-la pastar da próxima vez. — resmunguei e Agatha soltou uma exclamação surpresa.
Eu entendia o choque, nunca tinha sido desrespeitosa com ninguém na redação, ou na vida. Pelo menos não perto de pessoas que eu não confiava 100%; que eram poucas.
— O que devo fazer, senhorita Angelle? — ela perguntou depois de um tempo, parecendo muito aflita.
Suspirei mais uma vez. Como eu faria para viajar se eu me atrasava um dia e tudo na redação virava um caos?
— Mande-me as notícias por e-mail, por gentileza. — respondi, esforçando-me para me colocar de pé. — Vou trabalhar de casa hoje, não estou disposta para ir até a redação.
Ela assentiu diversas vezes e murmurou uma despedida, que eu nem fiz questão de responder. Bloqueei o celular e o joguei de volta no sofá, andando até a cozinha em seguida. Eu precisava de água e precisaria de café se quisesse acordar Emilly.
Coloquei a cafeteira para preparar o café e bebi dois copos de água, sentindo-me melhor prontamente. Como Emilly ainda iria demorar a acordar, decidi tomar um banho e trocar de roupa. A água quente ajudou a acalmar meus músculos tensos, e quando eu sai do banheiro, já estava me sentindo outra pessoa.
Agora só precisava de uma caneca bem grande para enfrentar o resto do dia.
Quando voltei para a cozinha, já vestida, encontrei Emilly sentada em um dos bancos em frente a bancada, com duas canecas fumegantes.
