• cuatro •

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Saio do banheiro ainda sentindo culpa em meus ombros, lavei o rosto mais vezes que o necessário. Estúpida, penso quando vejo Daniel tocando Christie desnecessariamente. Daniel me vê e levanta, olha pra mim e desvia pra cozinha. Me sento a mesa e pego um pouco de refrigerante, Joel me encara. Daniel volta pra mesa, ele corta a pizza e faz um comentário sobre gostar de queijo. Eu só consigo encarar meu copo e pensar no quanto queria deitar no quarto e ficar lá. Todo o tempo sinto o olhar de Joel pra mim, o que me deixa pior ainda. Não consigo deixar de pensar que seu corpo colado ao meu foi a melhor sensação do mundo.

Todo mundo termina de comer, mais uma vez falo coisas que não sei o significado. Só consigo dizer sim e não. E o pior é que o problema é comigo. Joel está fazendo uma atuação e tanto. Ele decide se levantar e só assim percebi que estão indo embora. Me levanto e Christie beija meu rosto, seguida de um abraço. Ela tem cheiro de Daniel. Engulo seco. Joel beija meu rosto e pisca pra mim, eu sorrio involuntariamente. Quando estão pra fora, Daniel solta um pequeno comentário.

— Eu não gostei muito desse cara aí.

Arqueio as sobrancelhas ao receber a informação. Dele você não gosta né, mas da namorada...

— Ué, porque?

Ele acende seu cigarro de maconha, infestando todo o apartamento.

— Não sei, meio quieto. Uns papos esquisitos.

Dou de ombros e vou tomar um banho, ao me virar Daniel me puxa. Ele fede a maconha. Cheiro seu pescoço, tem o mesmo cheiro que senti quando abraçei Christie. Eu e Joel somos as pessoas mais troxas do mundo. Daniel beija meu pescoço me abraçando com um braço apenas, segurando o cigarro com outra mão.

— Tá afim? — ele me pergunta levantando a mão com o cigarro.

— Não, vou dormir.

Daniel me puxa para um beijo, tento sair de suas garras mas não consigo. Novamente vou transar sem vontade. Novamente o amor que sentia por Daniel diminui. Ele continua beijando minha boca, me empurra pro sofá, onde caio deitada. Ele traga mais um pouco sua maconha e colocando o restante no cinzeiro. Ele tira as alças do meu vestido, expondo meus seios. Tira minha calcinha. Daniel tira sua cueca e passa seu membro pelas minhas coxas. Eu me levanto, apontando a cabeça pra maconha, ele me dá. Eu trago.

Sou extremamente fraca pra bebidas, drogas, qualquer coisa do tipo. Assim que volto a me deitar, Daniel continua a me beijar. Beija meu pescoço, minha boca, meus seios e minha coxa. A tragada começa a fazer efeito, eu acho. Tudo parece um pouco mais feliz. Eu começo a lembrar da sensação de estar colada a Joel. Daniel se desliza pra dentro de mim com facilidade. Estou excitada porque eu estou pensando nele. Vejo Joel lugar de Daniel. Peço pra ir mais rápido. Eu preciso que Joel sinta tudo de mim. Fico de quatro e penso que Joel está se desfrutando de mim, isso me faz chegar ao ápice. Minhas pernas tremem, tudo parece tão feliz. Joel esparrama seu líquido sobre minha bunda. Eu sorrio.

— Já volto, vou pegar um papel pra te limpar.

"Obrigada, Joel." penso.

Ele volta, me limpa e eu caio no chão ao tentar me levantar. Levanto minha cabeça, não é Joel. É Daniel. Ele me puxa pelo braço e me leva até a cama, eu fecho os olhos e apago.

• • •

Acordo no meio da madrugada. Estou com sede. Vou até a cozinha e tomo uma garrafa inteira de água, olho pro sofá e me lembro da sensação de ontem. Eu pensei em Joel transando com Daniel. Ouço a voz dele na sacada. Paro para escutar.

— Sim cara, a gente não pode dar mole. Os caras estão na nossa cola. — Daniel faz uma longa pausa e começa a concordar com a cabeça.

— O importante é que a Elly pode ajudar. Vou esconder nas coisas dela... Isso. Isso mesmo.

BETRAYALS | JOEL PIMENTELOnde histórias criam vida. Descubra agora