Where it all began

Vão embora!

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                             SABRINA

Oscar estava meio recioso por deixar a gangue, mas ficou um pouco mais tranquilo quando deixou paco no comando cuidando do Cesar e do resto das coisas.

Acordamos cedo e fomos para o aeroporto, estávamos no avião, lembrei da vez que tive que sair de Los Angeles, a sensação era a mesma, estava nervosa.

— Vai ficar tudo bem. - Oscar diz segurando minha mão, deve ter percebido meu nervosismo.

Depois de duas horas de voo, finalmente chegamos no México, pegamos um táxi e fomos na direção da casa do nosso pai no intuito de encontrar ele lá.

— Essa casa parecia ser bem menor por foto. - Miguel diz ao chegarmos.

A rua tinha casas distantes uma das outras, casas bonitas e chiques. A porta estava trancada, lembrei que meu pai deixava uma chave em uma das pedras de decoração na parte da frente da casa, então peguei ela e a abri.

— Nossa! Essa casa é enorme. - Miguel diz admirando as escadarias que viu a sua frente.

— Procurem a Alma e o Dario, talvez eles estejam aqui. - digo.

Enquanto Miguel olhava a parte de baixo da casa, Oscar e eu fomos lá para cima, subimos as escadas e memórias vinham como flash a cada momento.

— Qual desses era o seu quarto? - Oscar me pergunta enquanto andávamos pelo corredor, me fazendo apontar para a porta na nossa frente.

— Nossa, se eu tivesse te conhecido antes, diria que você era uma patricinha. - Oscar diz rindo ao abrir a porta.

Meu quarto era todo rosa, com pôsteres colados na parede, uma cama grande, um tapete rosa de veludo no chão, entre outras coisas que eu tinha, não sei como... mas o quarto estava do jeito que deixei.

— Pois saiba que eu não sou, tá? - digo me jogando na cama.

Oscar se deita do meu lado e eu me deito sobre seus braços enquanto ele me faz cafuné, a presença dele apagava todos os problemas da minha cabeça fácil, fácil.

— Descupa interromper os pombinhos, mas é que um carro acabou de estacionar na frente da casa. - Miguel diz ao abrir a porta.

Nos levantamos imediatamente e descemos para ver quem estava chegando, torcia para que fosse o meu pai.

— O que vocês estão fazendo aqui? - alma diz, parecia abalada.

— O que aconteceu com você? - digo me aproximando dela.

— Não foi nada. - ela diz se afastando com as mãos abraçadas no seu próprio corpo.

Ela estava com o olho roxo e com alguns hematomas pelo corpo.

— Como assim não foi nada? O pai fez isso com você? - pergunto próxima dela.

— Não, claro que não, ele não faria isso comigo. - ela diz passando por mim e subindo as escadas. — Vão embora!

Fiquei preocupada, ela parecia assustada, só queria ajudá-la, não sei o que aconteceu, mas ela parecia esconder algo.

— Vou falar com ela - digo subindo as escadas.

— A gente vai estar aqui caso precise. - Oscar diz me fazendo assentir.

Vou em direção ao seu quarto, bato na porta que estava entreaberta, mas a Alma não respondeu. Então entrei, mesmo sem saber se poderia. Pelo barulho, ela estava no banheiro, fiquei lá esperando ela sair para conversar. Ando pelo seu quarto e vejo algumas fotos, as fotos eram sempre com o seu irmão e a sua mãe, em todas as fotos, ambos não demonstravam emoções.

— Eu já falei, vocês devem ir embora. - Alma diz após ter saindo do banheiro.

— Desculpa ter entrado. - digo colocando umas das fotos que estava na minha mão em cima da prateleira em que estava. — Só vamos embora quando encontrarmos o nosso pai. - digo sentando na sua cama.

— Você não entenderia - ela diz cabisbaixa.

— Então faça com que eu entenda - digo chamando ela para sentar ao meu lado.

— Se eu te contar... Você me ajuda? - ela pergunta sentando ao meu lado.

— Claro! Você pode confiar em mim.- digo.

— É o Dario - ela diz com os olhos cheios de lágrimas. — Ele está com o nosso pai. - ela diz chorando.

— Como assim? Ele está bem? O que o Dario esta fazendo com o nosso pai? - pergunto preocupada.

A Alma soluçava, não conseguia falar nada, e seja lá o que for, ela estava em choque. Abraço ela tentando tranquiliza-la, aos poucos ela foi se acalmando até parar de chorar.

— Você está bem agora? - pergunto fazendo ela assentir com a cabeça. — Vamos lá para baixo, a gente vai te ajudar, mas você precisa me contar o que está acontecendo. - digo levantando da cama.

Descemos e fomos para a cozinha onde o Oscar e o Miguel se encontravam.

— Já sabe aonde está o pai? - Miguel pergunta.

— É sobre isso que vou falar. - Alma diz sentando em uma das cadeiras. — Bom... Eu sei que você matou minha mãe - Alma diz olhando para Oscar que engole em seco.

— Você sabe o porquê fiz isso? - Oscar pergunta para Alma.

— É, eu sei, conhecia minha mãe o suficiente. Mas... o Dario seguia ela firmemente.

— Como assim? - pergunto.

— Depois que descobrimos que a nossa mãe morreu, o Dario virou outra pessoa, ele queria ir atrás de quem fez isso a qualquer custo, o nosso pai até tentou impedir... então o Dario começou acusar o nosso pai, falou que ele que tinha mandado matar nossa mãe para te proteger. - Alma diz com a cabeça baixa. — Ganhei esses hematomas quando fui falar com o Dario, eu até disse que não valeria a pena, tentei falar para ele quem a nossa mãe era de verdade, mas ele não escutava.

— Você sabe aonde está o pai? - pergunto tocando em sua mão.

— Eu sei, mas só posso contar se prometerem não machucar o Dario, que apesar de tudo, ainda é meu irmão, a pessoa que sempre esteve ao meu lado independente de tudo. - ela diz olhando para todos nós com os olhos cheios de lágrimas — Prometem? - ela pergunta com lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

— Prometemos! Não tem com o que se preocupar, nós só queremos ver o nosso pai. - digo abraçando ela.