CAPÍTULO CINCO

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>> leiam as notas finais

Miosótis: "Não me esqueças."

#MeuJardimInteiro

Existem estudos que comprovam que rosas e lírios frescos contêm uma substância, responsável pelo perfume destas flores, que estimula a liberação de endorfina, o hormônio do prazer. Assim, buquês, ramalhetes ou vasos com estas flores são capazes de aumentar a sensação de relaxamento e bem-estar das pessoas.

Faltavam apenas duas horas para a festa de Jimin. Nós já tínhamos arrumado tudo: colocado copos e bebidas à disposição; tirado coisas de valor de lugares alcançáveis; colocamos duas caixas de som grandes conectadas ao notebook de meu amigo e deixamos salgadinhos espalhados pela casa em pratos de plástico — Zeus nos livre de dona Park descobrir que quebramos um de seus preciosos pratos!

A essa altura, era seguro dizer que eu era um viciado profissional em cheirar lírios.

Eu tinha achado um vaso com esta flor na sala de Jimin e estava com os lírios enfiados no meu nariz há uma boa meia hora, enquanto eu tentava me acalmar, pensando na possibilidade de tudo dar errado. Minha alergia tinha atacado, mas, mesmo assim, aquela droga polínica era a única que me acalmava. Funcionava assim: uma cheirada; um espirro.

Com o nosso histórico, era bem possível que nós arranjássemos briga sem querer com alguém e tivéssemos que fugir da própria casa de Jimin. Também, a dupla explosiva aqui poderia colocar fogo na casa, o que, considerando uma reunião de adolescentes alcoolizados, era muito provável de acontecer. Pelo menos, não tinha como acabarmos como garçons na nossa própria festa... Eu acho.

As horas começaram a passar, nós, entediados, começamos a beliscar os petiscos que tínhamos servido, obrigando-nos a repor as vasilhas de plástico com mais comida.

O horário marcado chegou... mas só ele chegou mesmo, porque ninguém mais tinha chegado. Nós começamos a ficar preocupados.

Para ser totalmente honesto, aquilo me trazia um certo conforto emocional, porque, bem, sem querer dizer nada, mas eu já tinha assistido ao filme Projeto X, e ele não terminava bem...

Dez minutos mais tarde, a campainha tocou e Jimin quase saltou do sofá no qual ele se encontrava. Ele estava em uma poltrona, com a cabeça pendurada de um lado e as pernas balançando no ar do outro, mas, prontamente, atendeu à porta.

Vi quando ele abriu a porta e seu cenho franziu. Não consegui ver quem estava na porta, pois o corpo do meu melhor amigo estava tapando.

— Hum, oi, tudo bem? — Jimin falou, parecendo meio confuso.

— Olá, Park Jimin-ssi! — A voz respondeu alegre, a pessoa parecia estar sorrindo. — O dia foi deslumbrante hoje e a noite está deleitosa, então, sim, tudo bem comigo e com você?

Eu vi Jimin parado na frente da porta, de boca aberta e com um claro ponto de interrogação no rosto. Seja quem fosse a pessoa, tinha acabado de usar mais palavras complicadas do que eu já tinha usado na minha vida inteira.

— Hum... Bem... Eu acho.

— Ah, que coisa maravilhosa de se ouvir. — A voz respondeu, parecendo entusiasmada. — Sinto muito pela indelicadeza do meu atraso, não costumo ser assim, mas tive imprevistos. Eu queria agradecer pela cortesia de ter me convidado para sua festa, eu me sinto profundamente honrado, se me permite dizer.

— Hum... Eu... Permito? — Jimin respondeu, parecendo ainda mais confuso.

Alguns segundos de silêncio se passaram, Jimin não se mexeu e a outra pessoa parecia também parada. Eu franzi a testa, perguntando-me quem estava na porta e o porquê de Jimin não a deixar entrar.

HORTUS [myg + pjm]Onde histórias criam vida. Descubra agora