CAPÍTULO DEZ

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> sugestão: ouvir We are Bulletproof: the Eternal

Flox: "Nossas almas estão unidas."

#MeuJardimInteiro

Quando alguém falece, é usual levarmos flores para seu velório e seu enterro. Essa prática ocorre há milhares de anos e é uma forma de prestar uma última homenagem, expressando agradecimento, carinho e um último adeus respeitoso.

As coroas de flores, em especial, surgiram na Grécia Antiga e representam o ciclo da vida que, de acordo com as crenças gregas, seria eterno, por isso de seu formato ser um círculo perfeito. Contudo, como eu mesmo havia dito algum tempo atrás, as flores também representam o recomeço, a vida e as novas formas de vida.

Nem tudo que se foi, está, de fato, perdido.

— Yoon... — Jimin chorou alto quando me viu e se atirou em meus braços.

Eu me assustei com sua atitude repentina, mas, por reflexo, estendi meus braços e segurei ele em um abraço apertado. Jimin chorava alto, seu corpo sacudia devido aos seus soluços.

Com certa dificuldade, tentei trazer seu corpo para longe da porta e fechá-la, colocando-o sentado no sofá da sala e, mesmo depois de sentado, ele continuou agarrado em mim, em um pranto dolorido de quebrar o coração.

— Shh... — Tentei o acalmar, enquanto abraçava-o com força e passava uma mão em suas costas.

De um pranto incontrolado, ele passou para um choro mais baixinho, até soluçar e tremer, acalmando-se finalmente e deixando as lágrimas escorrerem por seu belo rosto em silêncio.

Quando o senti ficar mais calmo, tirei meu enlaço de seu corpo e soltei-me dele, indo até a cozinha e enchendo um copo de água para, então, voltar à sala e entregar-lhe o copo.

Jimin agradeceu de forma inaudível e pegou o objeto com as mãos tremendo, bebendo aos pouquinhos e parecendo ficar menos pior com o passar do tempo. Enquanto ele bebia, ocupei-me de ir ao banheiro e pegar um rolo de papel higiênico para ele limpar as lágrimas do rosto e assoar o nariz.

Depois de entregar-lhe o rolo, quando Jimin terminou de amassar o último papel, eu me sentei a sua frente no sofá e encarei-o meio perdido, cheio de dúvidas e preocupações rondando minha mente.

— Me desculpa vir assim, Yoon... — ele começou, falando quase num sussurro — mas eu não sabia para onde mais eu poderia ir.

— Tudo bem, Jiminie, não tem problema — eu falei num tom de voz manso, tentando lhe passar tranquilidade.

Eu não sabia o que tinha acontecido; porém entendia que era algo grave.

Aos poucos, um silêncio gigantesco foi tomando espaço na sala pequena de minha casa e ficamos sem saber como reagir um ao outro.

Eu não sabia se deveria perguntar o que havia acontecido e como deveria prosseguir, afinal, fazia mais de seis meses que nós mal nos falávamos desde aquele dia que nos despedimos e decidimos seguir nossos próprios rumos.

Jimin, de repente, ficou em pé, colocando o copo, agora vazio, em cima da mesa de centro e parecendo agitado e contrariado em suas ações.

— Eu não deveria ter vindo... Desculpa, Yoon... Isso foi errado da minha parte — ele ofereceu um sorriso quebrado e passou as mãos nos cabelos pretos, antes de se virar e seguir até a porta.

Eu fiquei sem saber o que fazer por alguns segundos, absorvendo tudo o que aconteceu e levantei-me rápido ao processar tudo, colocando-me na frente da porta da sala com os braços esticados e olhando-o com seriedade.

HORTUS [myg + pjm]Onde histórias criam vida. Descubra agora