CAPÍTULO UM

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Flor de Cicuta: "Tu serás minha morte."

#MeuJardimInteiro

Eu, Min Yoongi, gosto de flores. Gosto de como elas são lindas e têm significados diversos. Gosto de como elas interagem com o resto da natureza, independente do seu tamanho, formato ou cor, sendo fundamentais para manter os ecossistemas saudáveis.

Eu gosto de como as flores podem ter múltiplos usos em múltiplos momentos. Elas fazem parte de todos os rituais de celebração que conhecemos: nascimentos, aniversários, casamentos e funerais. Elas estão presentes em todas as culturas, em todos os povos e em todas as eras historiográficas.

Mas, acima de qualquer coisa, eu gosto de como as flores têm essa tendência a ficarem paradinhas, não criarem problemas ou meterem-se em confusões.

Todavia, eu não era uma florzinha, infelizmente. E muito menos Park Jimin.

— HYUNG, CORRE! — Ouvi Jimin gritar as minhas costas e vi seu corpo apressado raspar levemente na lateral do meu.

Olhei ao meu redor, na sala de estar residencial lotada, na qual eu me encontrava, sem entender o que tinha acontecido. Os corpos moviam-se devagar, por estarmos, a recém, na primeira hora da festa, sendo que o álcool ainda não tinha começado a ser ingerido em doses perigosamente grandes para fazer as pessoas soltarem-se mais, e as conversas eram altas.

As pessoas estavam flertando, gargalhando alto demais ou fofocando, como os adolescentes que eram.

Eu, no entanto, estava parado no meio da sala, sem falar com ninguém, segurando um copo de refrigerante, que tive que checar duas vezes para ter certeza que não tinha nada suspeito dentro, desde que Jimin tinha me dito, meia hora atrás, que iria ao banheiro e não tinha voltado ainda.

Jimin tinha me arrastado — mais uma vez — para ser penetra de uma das festas dos alunos do último ano da escola, desta vez, era a festa de Kim Namjoon.

Ainda meio desorientado, olhei para trás e finalmente vi três meninos altos, todos do último ano da escola, olhando feio em minha direção e preparando-se para avançar.

— Hyung, o que você 'tá fazendo aí parado?! Vem! — Jimin apareceu ao meu lado novamente, respirando com dificuldade, tentando recuperar o fôlego.

Ele segurou meu braço de modo brusco e me puxou firmemente em direção à porta de saída, eu quase perdi o equilíbrio e caí de cara no chão, mas Jimin me segurou a tempo.

Nós corremos, esbarrando de vez em quando em algumas pessoas e recebendo caras feias e exclamações em meio a nossa fuga. Eu saí murmurando pedidos de desculpa para todos os lados.

Quando finalmente saímos da casa e chegamos no portão de entrada, do lado de fora, paramos para respirar. Dobrei levemente minhas pernas, agachando minha coluna um pouco, e coloquei minhas mãos sobre os joelhos. Pode-se de dizer que eu não era uma pessoa muito... Atlética.

— O que... Foi... Que... Aconteceu? — Perguntei em meio a respiradas longas, tentando repor o ar que me faltava, por meio de longas inspirações, sentindo meus pulmões queimando.

— Eu... — Jimin, que estava parado a minha frente, também tentando regular sua respiração, mas com menos dificuldade, travou a fala quando viu alguma coisa por cima de meu ombro, imediatamente arregalando os olhos. — Hyung! Corre! — Ele repetiu, enquanto me puxava de novo pelo braço e iniciava uma nova corrida em disparada para longe dali.

Olhei para trás e vi os mesmos três garotos com caras fechadas.

— Desculpa, Namjoon-ssi! Foi sem querer! Eu juro! — Jimin berrou enquanto corria.

HORTUS [myg + pjm]Onde histórias criam vida. Descubra agora