Capítulo 12

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Março de 1995

Sozinhos, os shows do Smudge e do Fearless Doe eram sempre barulhentos. Nem todas as noites estavam esgotadas, mas aquela, os estádios e arenas estavam um absurdo de fãs desde a barricada até os narizes. Cada show parecia mais espetacular do que o anterior. Além dos festivais, nenhum deles jamais havia tocado para uma multidão tão agitada - tão elétrica - todas as noites.

A turnê era chamada de turnê mundial Friends of Mine, mas com o passar do tempo foi batizada de The Tour of '95 . Na primeira metade do ano, eles tocaram na América do Sul e depois na América do Norte. Na segunda metade, eles fizeram uma turnê pela Europa, Austrália e Ásia. Durante o verão, eles teriam folga, mas alguns festivais também foram agendados. Seria um ano agitado, mas sair para a estrada sempre foi emocionante.

No início, planejar o setlist foi um pouco confuso. Eles não queriam que uma banda se sentisse como uma abertura para a outra, mas misturar as apresentações ficaria um pouco agitado nos bastidores. No final, eles decidiram se revezar em dois sets de quinze canções para realmente dar aos fãs o valor do seu dinheiro. Algumas noites o Smudge ia primeiro e outras noites eles fechavam o show. Manteve a energia dinâmica com o passar das semanas e dos meses. Eles nunca sabiam o quão caloroso seria uma multidão.

Mas o que Harry achou mais emocionante foi ver um ao outro se apresentar todas as noites. A música das bandas poderia até ser do mesmo gênero, mas a forma como eles assumiram elas nos palcos, eram muito diferentes.

Fearless Doe eram três caras, todos com seus próprios instrumentos. Isso significou muitos solos estridentes sobre gritos, notas sustentadas que explodiram pela multidão. Palhetas que foram mordidas entre os dentes de Zayn e voaram pelo ar para a mão de algum fã. O palco tinha uma passarela, a pedido de Harry, mas Fearless Doe aproveitou ao máximo. Louis adorava ter espaço para passear, então ele colocou microfones em três pontos diferentes, só para ver onde ele ia parar. Qual lado da energia o estava chamando.

Ultimamente, ele estava descobrindo que gostava de ficar sem o baixo para certas músicas, então eles tinham um músico em turnê por perto.

A forma como Louis cantou nunca pareceu um serviço. Não era uma dívida que ele devia aos fãs, mais uma oportunidade. Ele estava criando um espaço para que todos se perdessem juntos.

Experimentar essas música como um grupo que poderia cantar tão alto quanto quisesse, torcer o quanto quisesse e sentir todas essas emoções juntos, seja uma profunda tristeza ou cada grama de euforia no mundo. Mas, ao mesmo tempo, as músicas eram individual. Todas as palavras, cada letra, era um presente para ser interpretado pelo ouvinte. E alí, entre desconhecidos, eles sentiriam por meio de seus próprios significados, lembrariam de suas próprias vidas e como a música os tocaria de uma forma que ninguém mais entenderia. Louis não era exceção, mas ele era o navio, e ele podia sentir a conexão sacudir o local conforme a noite avançava.

Eles tiveram um momento no meio do set, onde Louis caminhou até o final da passarela. Ele apenas ficou lá sentado com os olhos fechados e cantou baixinho, sozinho. Não era a música deles - era um cover de "Something in the Way" do Nirvana. Um tributo tranquilo a uma grande perda na música que aconteceu no ano anterior. Um que parecia indescritível, mesmo para aqueles que nunca o conheceram. Então eles não falaram, mas se lembraram. Todas as noites em turnê.

Quando eles fizeram o setlist, Louis nunca sugeriu adicionar o tributo. Ele simplesmente disse que cantaria aquela música. Ele não se importava com o que os outros pensavam sobre o assunto. Mas, neste caso, ninguém recuou. Esses shows uniram os fãs de música, e essa foi uma tragédia que todos sentiram juntos.

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