2° mês

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— Meus parabéns! — Sam anunciou da porta do banheiro.

Senti meu coração gelar e parar de bater por um segundo. Puxei o fôlego em buscar de ar, me tremendo da cabeça aos pés. Eu já sentia o meu choro vindo, só não distingui se era de alegria ou desespero. Eu iria ser pai!

Não!

Eu seria morto!

Ao lembrar-me da minha mãe abaixei a cabeça prestes a vomitar, piorando a minha crise de pânico.

Sam começou a rir de deboche, encarei profundamente seus olhos, não entendo como ela poderia estar tão calma. Até que enfim eu compreendi o que estava acontecendo e senti um banho de alívio cair sobre mim. Fracamente, retribui o sorriso dela.

— Não vamos ser pais! — ela correu com os braços levantados e pulou sobre mim, gritando animada. —Deu negativo, Freddie! — continuou a gritar, pulando em cima de mim.

O susto junto ao medo do positivo roubara todas as minhas forças e, em consequência, caímos na cama abraçados.

"Deu negativo, negativo!" Sam continuou repetindo no meu ouvido, soando como uma bela canção. Procurei sua boca e a beijei comemorando. Foi o beijo mais calmo e doce que havíamos trocado durante semanas.

— Oh meu deus! — um grito ecoou pelo quarto e nos assustou, fazendo o beijo cessar. Carly estava furiosa. — Eu não acredito!

— Carly!

Sam se levantou de uma vez, machucando meu corpo abaixo do dela, gritei de dor e empurrei seu corpo para proteger o meu, derrubando-a sem querer para o canto do colchão. Em seguida, levantamos os dois juntos, ficando um do lado do outro, ambos olhando para a morena a nossa frente.

— Como puderam? — disse Carly alterada, apontando o dedo longo e fino para gente. — Eu conto tudo para vocês, tudo! E vocês... Vocês resolveram esconder isso de mim. Eu não sou tão importante assim para meus dois amigos esconderem o fato de estarem namorando! — Carly dizia andando de um lado para o outro, nós mantínhamo-nos em silêncio. — E nosso juramento? Vocês me prometeram!

— Carly não é nada do... — Sam tentou acalmá-la.

— Cala a boca, Sam! Vocês mentiram! Me enganaram e esconderam o relacionamento... Vocês não agiram como melhores amigos. Por que não me contaram? — Carly exigiu saber.

— Olha... É meio difícil contar para sua melhor amiga que o melhor amigo e a melhor amiga estão se pegando, ainda mais nós dois que vivíamos discutindo. — Sam se pronunciou, começando a ficar nervosa.

— Há quanto tempo estão juntos? — a morena perguntou de braços cruzando.

Eu engoli em seco e olhei para Sam, nós dois hesitantes em responder nossa amiga.

— Uma semana. — Sam mentiu, mas Carly a conhecia muito bem.

— Quero a verdade!

— Você acha que estou mentindo? — Sam se fez de ofendida, e Carly revirou os olhos.

— Eu não acho, eu sei! Esse beijo não é de uma semana.

— Ah. Agora você é especialista em beijo? — Carly ergueu a sobrancelha, deixando claro o seu ceticismo. — Tudo bem. O Nerdpamonha aqui e eu temos pouco mais de um mês. Satisfeita?!

— Ai Meu Deus! Um mês?! Fala sério, quando pretendiam me contar? Se é que fossem me contar, realmente.

— Não é tão fácil assim, tá legal? — Sam protestou aborrecida, aproximando-se de Carly. — Nós queríamos, okay? E íamos contar, mas estávamos receosos...

0'clock↳ˢᵉᵈᵈⁱᵉ Onde histórias criam vida. Descubra agora