— Então prontas para o baile? — perguntei animado, cruzando o meu braço junto ao da Sam após entregar a flor que havia comprado, como os típicos casais de baile.
— Sim! — Carly respondeu feliz, colando o nosso gesto junto do Gibby.
Saímos os quatro contentes, do apartamento ao elevador. Quando chegamos no saguão o Lewbert gritou como um maluco conosco, enquanto ignoramos seu ataque e seguimos para o estacionamento; em vinte minutos já estava estacionando na vaga do estacionamento da escola.
Eu suava sentindo-me nervoso. De certa forma, acontecia o último encontro com meus colegas do ensino médio, finalmente o fim havia chegado. É claro que eu não considerava afastar-me dos meus amigos mais íntimos, muito menos da Sam. Porém, tudo estava incerto no momento e era assombroso pensar que decisões afetariam a minha vida.
Talvez eu começasse a cursar a faculdade e perdesse o contato com eles. Talvez eu não voltaria a ver nenhum deles nunca mais...
Uma pontada de tristeza abateu no meu peito com esses pensamentos. Daqui a três meses estaria longe de Seattle, fazendo faculdade e tendo novas experiências. Estaria longe da minha antiga vida, dos meus amigos, da minha família... E principalmente, eu estaria longe da Sam.
— Freddie, está tudo bem? — Sam perguntou preocupada, observando-me com uma expressão aflita.
Percebi que havia parado de andar, distraído com minhas angústias. Forcei um sorriso falso, que escapou depois dos nossos olhares se encontrarem. Sam me fitou intensamente, procurando sinais que comprovassem sua consideração, e aquela sensação de segundos tornando-se horas voltou a me tomar e não tinha a mínima ideia de como fugir.
Olhei para meus dois amigos, que estavam ao seu lado, eles me observavam tão aflitos quanto Sam. O meu sorriso cresceu, provando estar tudo bem.
“Dane-se! Ainda tenho três meses... Vou aproveitar.”- pensei, apoiando o braço em volta de Carly e Sam, seguindo para a entrada do colégio.
Na entrada, entregamos os ingressos e entramos pelo corredor que nos levaria até o ginásio. No primeiro corredor havia um estúdio de fotos disponível, para o anuário escolar. Aguardamos um tempo na fila, esperando que nossa vez chegasse. A gente ria por qualquer motivo besta, ouvindo o som que vazava do ginásio onde estava acontecendo o baile.
Sam acotovelou minhas costelas, querendo atenção. Fiz cara feia, então ela acenou em direção a Adam e Shirley (a acompanhante) um pouco a nossa frente, eles estavam aos risos. Meus olhos, furtivamente, foram parar em cima da Carly. Ela parecia não ter visto a cena, ocupada demais brincando de fazer poses com Gibby, ou poderia apenas ter fingindo não ver, não sei dizer, mas ela parecia se divertir de verdade com o nosso amigo.
Nós tiramos foto como casal individual e outra com os quatro juntos, até que conseguimos entrar no ginásio.
Admirei como tudo estava decorado. Existiam balões vermelhos e azuis por toda parte, no teto um grande globo de luz coloria a pista de dança e fitas brancas desciam pelas ripas do telhado. Ao canto, uma mesa enorme farta com ponches, comidas e bebidas. Gibby me copiou, mas seus motivos eram totalmente diferentes dos meus.
— Com certeza as nossas meninas são as mais belas. — gritou Gibby no meu ouvido, por causa do som alto. Ri e concordei com a cabeça, fazendo as meninas darem risadinhas.
Procuramos a nossa mesa reservada e nos sentamos. Fiquei ao lado da Sam, com meus braços em volta da cadeira dela, e Carly e Gibby sentaram a nossa frente, meio de lados para não atrapalhar a visão.
Gibby elogiava Carly a cada cinco minutos e sempre que podia puxava o cabelo dela, para ambos trocarem sorrisos tímidos e olhares doces. Sam e eu observávamos entre meio enojados, impressionados, animados e surpresos, confusos no misto de emoções. Eles formavam um casal inusitado, mas não deixavam de ser fofos juntos.
— Oi Freddie... Galera. — Melanie veio à mesa nos cumprimentar.
— O que faz aqui? — perguntei grosseiro, tirando os olhos de Gibby e Carly, olhando sem vontade para a irmã da Sam. A garota estava começando a me irritar.
— Sam não lhe contou? — ela perguntou, trocando um olhar com Sam. — Mike me convidou para o baile.
— Não achei importante. — disse Sam, friamente.
— Bom, mas isso não importa. — disse. — Estão curtindo a festa?
— Estávamos até você chegar. — Sam disse com desprezo. — Agora pode sair daqui.
— Sam! — repreendeu Carly. — Por que você não chama o Mike e se sentam com a gente, Mel? — olhei irritado para minha amiga, mas ela estava ocupada com a cara amuada da Sam.
— Carly, eu não quer... — argumentou Sam, parando de falar quando Melanie respondeu:
— É melhor não. Nós viemos acompanhados de uns amigos, será descortês deixá-los sozinhos, então eu já vou indo. Só vim dar um oi. — ela retirou-se com essa desculpa, acenando um tchauzinho.
— Ela é sua irmã, Sam, e você devia tratar ela melhor.
— Eu a trato.
— Dar um oi e desaparecer, não é tratar melhor.
— Ei, eu peço dinheiro antes de sumir da sua frente.
— Nossa, muito melhor. — Carly ironizou. — Gibby, você faria o favor de pegar um ponche para mim? — ela acrescentou, olhando para o nosso amigo. Gibby se levantou, pronto para sair. — Sam poderia ajudar o Gibby?
— Não tem outro jeito. — Sam respondeu com um suspiro audível, a preguiça nítida no seu tom de voz. — Me siga projeto de sereia.
— O que foi aquilo? — Carly perguntou assim que eles se afastaram.
— O quê? — retruquei retórico, cruzando meus braços em cima da mesa.
— O jeito como falou e olhou a Melanie... Até parece que você não gosta dela.
— Bem...
— Você não gosta dela? — Carly se surpreendeu, arregalando os olhos e se inclinando para frente, tornando nossos rostos próximos. — Ela é sua cunhada... Quero dizer, vocês pareciam se dar muito bem. — escandalizou.
— É complicado demais para falar agora. — quebrei o meu silêncio, tirando os cotovelos da mesa e me jogando na cadeira.
— Promete que vai me contar quando acabar aqui? — ela pediu, suplicando.
Segurei seu olhar por um tempo, duvidoso se eu envolvia ou não Carly no meu problema. Aprofundei meu olhar sobre o dela, lendo o interesse que eles estampavam.
— Tudo bem. — cedi, após convencer-me de que ela poderia ajudar. Carly sorriu, voltando a se apoiar na cadeira.
— Legal.
— Aqui. — Gibby chegou com as bebidas, deixando um copo cheio para Carly.
Sam sentou-se ao meu lado, com dois copos cheios de ponche.
— Valeu! — agradeci dando-lhe um beijinho, minha mão esquerda indo parar na sua coxa.
— Esse DJ é péssimo! Até o meu avô conhece músicas mais novas e contagiantes. — reclamou Carly.
— Yep. — concordamos. As músicas que estavam animando o baile eram horríveis, já que foi a Sra.Briggs quem ficou encarregada de escolher o DJ. Nem sempre o Diretor Franklin tem as melhores ideias.
— Logo isso não será mais um problema. — Sam tinha um sorriso emblemático, que dava um certo medo.
— O que você está apontando? — perguntou Carly. Carly não estava curiosa, parecia mais preocupada do que querer saber a maldade.
— Não é o que estou aprontando Carlynha, é o que eu aprontei... — disse Sam, estreitando os olhos, dando mais medo ainda.
— O que você apro- ... — Gibby começou a perguntar, mas foi interrompido por Sam.
— Espere para ver!
— Não envolve sequestro né? Por que lembra o que a Carly disse sobre sequestros? — apontei para Carly e ela concordou com um aceno. Sam ficou em silêncio, emburrada. —Sam! — exclamei amedrontado pelo que estava por vir. Eu sabia que ela sequestraria alguém.
— Vocês querem que o baile melhore ou não?
Ficamos todos em silêncio, sem dizer nada que comprometêssemos. Mas era óbvio que queríamos que mudasse mais que tudo. O baile estava chato! As músicas eram chatas. Então, só decidimos fingir que não sabíamos de nada, e deixar rolar.
— Promete que ninguém sairá ferido ou que você será presa? — preocupou-se Carly.
— Ninguém vai sair ferido. — prometeu Sam impaciente, revirando os olhos e bufando de braços cruzados. — Quanto a segunda opção, não posso prometer nada.
Quase uns dez minutos o Diretor Franklin anunciou que teria que se retirar para resolver uma briga no estacionamento, deixando a Sra. Briggs e Sr. Howard responsáveis pela festa. Quando o diretor saiu do salão, dois grandalhões do time de futebol encapuzaram as cabeças dos professores com um pano escuro, retirando-os do palco a força. Em seguida, mais dois alunos encapuzados expulsaram o DJ e apresentaram Joey como o novo DJ. Um uivo de palmas e gritos dos estudantes encheram o salão.
Joey, um colega de classe que manjava muito do assunto, tocou como canção de abertura I Gotta Feeling, levando a multidão para a pista de dança.
Definitivamente, o baile esquentou. O meio do ginásio, antes vazio, estava cheio de alunos de 17 anos dançando, bebendo, flertando e dando uns amasso.
— Vamos? — Gibby convidou Carly para dançar. Ela deu um sorrisão, segurando sua mão, acompanhando-o para o meio do salão cheio de adolescentes.
— O que você está achando do baile? — Sam perguntou, com um sorriso maroto nos lábios.
— Sam, você fez um ótimo trabalho. — confessei, roubando um beijo para mim. — Mas se alguém me perguntar, eu vou negar tudo.
— Bom garoto. — Sam riu e me beijou.
Começou tocar Like G6, fazendo Sam se afastar, animada.
— Ah, eu amo essa música! Vem, agora nos precisamos dançar. — ela me puxou da cadeira para o meio da pista, ficando ao lado da Carly e do Gibby.
Eu já mencionei que sou um péssimo dançarino?
Ter o Gibby ao meu lado não melhorou nada.
Carly e ele dançavam numa sincronia incrível, combinando-se nos movimentos. Em comparação, Sam começou a mexer os quadris perfeitamente enquanto eu me balancei de lá para cá, acanhado, sem saber o que fazer exatamente. Seus movimentos ficaram mais ágeis e sensuais, ela se aproximou com malicia, apertando seu corpo no meu. Em modo automático, abracei sua cintura e repeti os movimentos do seu corpo, meus olhos perdidos nos seus, nossos lábios próximos demais, e a vontade queimando no interior. Porém, os dois se recusando a terminar o “joguinho de provocação” excitante.
Estávamos tão imersos em nosso mundinho que nem percebemos quando Joey trocou a música e Alpha Dog tocava. Sentimos corpos sendo lançados, e quando olhamos em volta, o pessoal pulava com o rock.
Com o tempo, todo o meu receio com a dança sumiu. Entreguei-me completamente na pista com Sam, Gibby e Carly, divertindo-me. O suor e cansaço eram ignorados por cada estudante assim que uma nova canção invadia o salão pelo alto-falante.
— Vou pegar uma bebida. Você vai querer? — Sam gritou no meu ouvido, neguei com a cabeça, absorto na dança com Carly e Gibby.
— Eu vou. — Gibby se pronunciou a acompanhá-la até a mesa de ponches. — Vai querer Carly?
— Sim!
Alguns minutos depois, Gibby voltou com as bebidas na mão, sem Sam.
— Cadê a Sam? — perguntei.
— Ela saiu com o Mike. — ele respondeu, entregando a bebida da Carly. Estranhei a informação.
— Saiu com o Mike? — repeti desconfiado.
— Sim. Ele a chamou. Disse que era importante e saíram juntos. — eu não gostei disso. Não gostei nada disso.
O que ele queria com ela? O que era tão importante? Como fogo em um incêndio incontrolável, as palavras de Melanie começaram a ecoar na minha cabeça. Será que era verdade, então? A Sam me estava usando e agora ela terminaria comigo?
— Para onde eles foram? — exigi saber, um tanto alterado pelo ódio.
— Eles foram em direção aos vestiários.
— Freddie, o que... — não ouvi o final da frase da Carly, pois já atravessava correndo o ginásio atrás deles.
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0'clock↳ˢᵉᵈᵈⁱᵉ
FanfictionFreddie anda recebendo uma visita irritante que toma conta do seu quarto e o inferniza diariamente, a sua inimiga Sam Puckett... E o que era para ser temporário a cada dia torna-se mais difícil de ignorar, quando ele percebe que ela não é tão indes...