6º Dia

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Sam fechou os punhos no capuz do casaco e me puxou com força. Desequilibrado, dei dois passos em falso para trás enquanto ela me empurrava contra a parede fria frente ao elevador.

Seu olhar brilhava a maldade, arrepiando os pêlos do meu braço de medo. Eu era muito novo para morrer.

— Sam, por favor... — implorei fracamente, tendo dificuldade para me manter em pé. Ela se aproximou exibindo um sorriso maldoso, e eu me tremi mais ainda. — Eu sinto muito. Por favor, NÃO ME MATA!

Encolhi os ombros ao vê-la muito perto, o que foi uma péssima ideia, já que a dor da batida aumentou e um gemido de dor escapou seguido por uma careta involuntária.

— Cala a boca, Benson! — ordenou Sam. O hálito fresco soprando no meu rosto amedrontado.

Suas mãos cruzaram-se apertadas em volta da minha nuca, oferecendo a ela o impulso que faltava para selar nossos lábios. Eu não correspondi ao beijo, confuso. Porém Sam insistiu, abrindo e fechando sua boca na minha com delicadeza, esperando que eu não a rejeitasse.

Eu curtia os lábios e o beijo. No meu inconsciente eu desejava por isso há muito tempo, era impossível eu a rejeitar. Fechei os olhos que estavam arregalados de surpresa, e abracei a sua cintura trazendo-a para mim enquanto eu intensificava o nosso beijo. As mãos da Sam foram parar no meu ombro enquanto trocávamos um beijo agressivo, quente e com um leve gosto de bacon.

Nossas cabeças giravam em uma sintonia perfeita, sincronizando nossas línguas a se encontrarem e se fundirem. Um calor fogoso se apossou de nós. Sam levou as mãos de volta para meu cabelo movendo-as violentamente enquanto eu apertava o abraço na sua cintura e inclinava nossos corpos levemente para trás de tão unidos que estávamos.

E antes que nossos corpos reagissem mais a demonstração de afeto, Sam foi cessando aos poucos, distribuído leves selinhos na minha boca. Minhas mãos subiram carinhosamente, pousando apertadas em suas bochechas, demorando um pouco mais no último selinho antes de nos separarmos completamente.

— Então, ainda prefere beijar um sapo? — brinquei na tentativa de aliviar a tensão.

Ambos não sabiam o que fazer depois do beijo de segundos atrás.

— Do que você está falando, eu acabei de beijar um. — ela parecia bem mais confortável, e eu respirei aliviado. Meu coração teimava em martelar contra o peito, incontrolável. Eu olhava fixamente para a boca da Sam, segurando-me para não beija–lá novamente. O seu beijo era viciante. — A gente precisa ir. — avisou, receosa. — A Carly deve estar pirando com a nossa demora.

Ela se inclinou e me roubou mais um selinho, piorando ainda mais o meu estado de espírito. Eu queria ficar ali mais tempo com ela.

— Então vamos. — disse de má fé.

Sam segurou forte na minha mão, entrelaçando nossos dedos e me puxando para dentro do elevador. Observei minha imagem desarrumada refletindo nas portas de alumínio do objeto e, desajeitadamente, comecei a arrumar meu cabelo, camisa e bolsa. Depois de toda a emoção do beijo só me sobrou o constrangimento. Flagrei um olhar de esguelha da Sam, um olhar aflito e divertido. Ao perceber que a encarava, ela riu envergonhada. Era adorável de um jeito estranho.

O número vermelho apontou e apitou para 1°andar. Sam largou a minha mão bruscamente, afastando-se e parando do outro lado do elevador vazio.

— Sam!... Freddie! O que estavam fazendo? — Carly gritou histérica assim que a porta do elevador se dividiu em dois, nos revelando.

— Nós... Então... — Sam estava perdida.

— Eu esqueci o livro de ciências e a Sam me ajudou a procurar. — Carly pareceu confusa e Sam me lançou um olhar do tipo "É sério isso?".

0'clock↳ˢᵉᵈᵈⁱᵉ Onde histórias criam vida. Descubra agora