Capítulo 16

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Amados, visto que temos essas promessas, purifiquemo - nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus.

2Coríntios 7-1

Cristal narrando:

Depois daquele encontro minha cabeça ficou mais pertubada, não fazia ideia que ele era o médico da Ana, nem sei porque isso me pertubou tanto.

Meu dia no estágio foi agitado, a turma que estou auxiliando é bem bagunceira que me admiro quando encontro eles quietos.

Chego em casa implorando por um banho, entro em meu quarto e vou direto para o banheiro. Entro de baixo do chuveiro e deixo a água relaxar todos os músculos do meu corpo, fico um bom tempo ali debaixo. Saio do banheiro já vestida, pego meu violão e vou para o quintal adorar ao meu Deus.

Chego e me sento na grama mesmo, coloco o violão apoiado em minhas pernas e começo a toca - ló, canto cada música em uma sintonia maravilhosa, sinto a leveza do espírito santo sobre mim.

- Ah meu Aba como é bom senti- ló perto de mim. Preciso tanto de você em minha vida. - Digo já com os olhos cheios de lágrimas. Continuou a tocar meu violão sentindo uma leve brisa .

- Não entendo como passei tanto tempo longe de ti senhor, como pude viver tanto tempo sem sentir sua presença. Tudo que procurava para preencher o vazio estava sempre no amor que tanto rejeitava. Obrigada por não desistir de mim, obrigada por seu amor incondicional, obrigado por enxergar em mim algo bom. Eu te amo Deus. - Choro na presença do meu Deus, pois não consigo sentir sua presença e não me quebrantar.

E ali passo toda tarde, tocando, cantando e falando com Deus.

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Lucas narrando:

Hoje irei passar o dia com minha mãe e meu irmão, estou com muitas saudades deles.

Chego a casa onde cresci e percebo que o carro do meu pai não está estacionado, entro com a chave reserva que minha mãe sempre deixa em um vaso na varanda de casa. Assim que coloco meus pés dentro de casa as lembranças inundam minha mente mas não permito que isso me abale mais.

Vou em direção a cozinha pois sei que minha querida mãe está lá só pelo cheiro maravilhoso de sua comida. Paro na porta da cozinha e a vejo no fogão mexendo a panela.

- Que cheiro maravilhoso. - Digo ainda escorado no batente da porta. Ela se vira e abre um sorriso para mim.

- Meu filho. - Fala vindo até mim. A recebo em meus braços com muita alegria em está com ela.

- Estava com saudades de você querido. - Fala saindo do abraço.

- Eu também estava mãe. - Sigo até a panela e vejo o que está preparando.

- Principalmente de sua comida. - Falo e recebo um tapa em minha cabeça dela.

- Onde está o pirralho. - Falo me referindo ao meu irmão que não é mais tão pirralho assim.

- Dormindo já que hoje ele não ia para a faculdade.

- Vou lá acorda ele.

- Juízo Lucas.

Subo as escadas e sigo em direção ao quarto de Bruno. Abro a porta e encontro ele todo esparramado na cama com a boca aberta. Fui até seu banheiro, peguei creme de barbear e coloquei uma certa quantidade na palma de suas mãos, em seguida peguei um lenço e comecei a passar em seu nariz até ele começar a mexer, e esperei o lindo momento que ele tacou a mão para coçar o nariz, fui até o som e liguei no volume alto o assustando.

Comecei a rir descontroladamente com a cena a minha frente

- Ah não, de novo não. - Fala ele do chão onde caiu por causa do susto.

- Isso nunca perde a graça. - Falo ainda rindo do meu irmão.

Ele se levanta e se olha no espelho.

- Eu vou te matar Lucas! - Fala vindo para cima de mim. Eu que não sou besta saio correndo de seu quarto para a cozinha me refugiar em um dos lugares sagrados da minha mãe.

Bruno desce correndo as escadas e entra na cozinha me vendo abraçado com nossa mãe.

- Solta a mãe Lucas . - Fala todo bravinho, é sério, eu tentei não rir de sua cara cheia de creme ainda.

Minha olha para ele e depois para mim, suspira fundo e fala.

- Me esqueci de como é ter duas crianças em casa.

O dia foi tranquilo, almocei e depois fui jogar um pouco com Bruno. Enquanto jogávamos ele começa a falar.

- Como é está de volta? - Fala olhando a tela da televisão.

- Bom.

- Desde que saiu daqui decidi frequentar a igreja de nossa mãe, estou gostando muito da escolha que tomei em aceitar a Cristo.

- Mãe tinha comentado mas estava esperando você me dizer.

- Obrigado por ser um exemplo para mim Lucas, mesmo distante não me deixou só.

- Estarei sempre aqui para você irmão. - Falo olhando para ele que já tinha largado o videogame.

- Nosso pai não gostou de saber que agora teria os dois filhos e a esposa servindo ao Deus invisível. - Fala com a cabeça baixa.

- Com o tempo ele supera não ter controle sobre nossas vidas.- Falo com a mão em seu ombro.

- Será que algum dia ele vai se render a Cristo? - Bruno fala me olhando nos olhos atrás de uma esperança que nosso pai um dia irar mudar.

- Eu espero que sim.

(...)

Estava em meu antigo quarto quando minha mãe entra e senta na ponta da cama.

- O que está pertubando sua cabeça Lucas?

- Nada. - Digo apenas isso.

- Eu te conheço desde que nasceu portanto sei muito bem quando você está com a cabeça longe.

Me levanto e sento sobre a cama com as pernas cruzadas, respiro fundo antes de começar a falar.

- Estou me sentindo confuso, uma pessoa reapareceu em minha vida, quer dizer ela nunca saiu só que eu evitava pensar nessa pessoa.

- E por acaso em "pessoa" é uma jovem daqui da cidade.

- É - Falo em um sussurro.

- Então o coração do meu menino foi conquistado. - Minha mãe fala com um sorriso em seus lábios.

- Pode tirar esse sorriso aí dona Sandra, eu escolhi esperar em Deus.

- Eu sei que sim mas quem sabe seja ela a escolhida de Deus para você.

- Prefiro não me iludir com isso , já basta ter que vê - lá onde eu trabalho as vezes.

- Ela trabalha no hospital também ? - Pergunta minha mãe

- Não. Ela sempre vai visitar a Ana minha paciente que te falei.

- Descansa seu coração no senhor e confia nele que fará o melhor para você.

- Obrigado mãe. - Falo deitando minha cabeça em seu colo.

(..)

Estou me despedindo de minha mãe e de meu irmão.

- É melhor eu ir antes que ele chegue e veja aqui. - Digo me referindo ao meu pai

- Se cuida meu filho, não se esqueça de nossa conversa. - Fala depositando um beijo em minha bochecha.

- Pode deixar mãe. - Falo abraçando ela depois dou lhe um beijo em sua testa.

- Te vejo sábado no Força Jovem? - Pergunta meu irmão

- Claro que sim. - Dou um abraço nele e sigo até minha moto e vou para casa.


Não deixe um tempo triste fazer você dúvidar que Deus existe.🍂

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