• Parte 7

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Sem uma resposta concreta, a rosa apenas resmungou, chorando, de olhos fechados, como se tivesse tendo um terrível pesadelo. Para o jardineiro, aquilo era o suficiente. Deixando as duas pétalas murchas em cima de sua cama, o jardineiro começou o seu trabalho no mais profundo silêncio, carregado de culpa e ódio pela larva que havia tirado sua primeira pétala.

E naquele instante, enquanto era imergido pela preocupação e rapidez para que a rosa não sofresse durante mais tempo, a borboleta que até então os espiava pelo canto da janela, não conteve seu sorriso ao ver a forma cautelosa como a flor era tratada pelo jardineiro.

Algo que ninguém jamais ousou fazer por conta de seus espinhos, nem mesmo ela.

Feliz pela rosa ter encontrado alguém disposto a tratar de suas feridas, a borboleta bateu as asas e voou para longe da janela, confiando no amável jardineiro a responsabilidade de cuidar de sua preciosa e querida amiga,— que agora, não chorava mais... Apenas dormia tranquilamente; enquanto o jardineiro, exausto pelos cuidados, a seguia sereno no sono, sentado na cadeira posta entre os enormes espinhos, abraçado ao novo vaso da rosa.




A ferida de uma Rosa, e a paixão de um JardineiroOnde histórias criam vida. Descubra agora