• Parte 6

240 50 1
                                    



Se espantando com as palavras do jardineiro, a borboleta preparou suas asas, pronta para bate-las e voar em direção a torre o mais rápido possível; porém, antes que suas perninhas tomasse o impulso necessário para subir, a sombra do jardineiro avançou a sua frente.

Correndo;

Desesperado,

Ofegante.

Deixando o barulho do rastelo ecoar ao cair bruscamente no chão, o jardineiro, sem pensar duas vezes, correu velozmente em direção a rosa,— querendo se desculpar milhares de vezes por ter discutido e a provocado durante toda a semana; quando na verdade, deveria ter procurado entender sua dor.

Ele estava bravo, tremendamente furioso por sua atitude infantil. No entanto, ao abrir a porta do quarto, a raiva imediatamente se transformou na mais pura preocupação.

De olhos fechados, chorando baixinho, a rosa sofria em seu canto perto da janela. E com isso, toda a determinação do jardineiro havia se esvaziado ao vê-la daquela forma.

— Rosa...? - O jardineiro a chamou em hesitação, sem uma reposta de início; apenas ouvindo seu choro baixinho. - Rosa, o que aconteceu?

— Dói... - A pequena rosa resmungou de olhos fechados, sentindo muita dor.

Consequentemente, o coração do jardineiro se apertou ainda mais.

Percebendo duas pétalas caídas ao lado da vasilha da rosa, o jardineiro se aproximou rapidamente,— pouco se importando com os espinhos que arranham suas pernas—, notando que seu caule estava se tornando amarelado;— compreendo então, que a rosa estava adoecendo.

Automaticamente, uma lágrima solitária escorregou pela face do jardineiro, que segurou cuidadosamente as duas pétalas murchas contra seu palmo.

A dor no peito do Jardineiro se tornou maior, e então ele sussurrou baixinho:

— Mesmo que me odeie, por favor, só por hoje, me deixe cuidar de você.




A ferida de uma Rosa, e a paixão de um JardineiroOnde histórias criam vida. Descubra agora