Sorrindo, o jardineiro passou o resto daquela tarde escutando as histórias da borboleta, que parecia se simpatizar com o gentil rapaz,— pelo simples fato dele não querer deixar a rosa sozinha no quarto vazio e escuro da alta torre. No entanto, ao final da tarde, quando o sol começou a se esconder nos montes atrás do castelo, a ultima pergunta da borboleta que lamentava ter que partir deixou o jardineiro completamente confuso:
— Você não vai machuca-la, certo? - A borboleta indagou assim que o vento bateu contra suas asas.
Parando imediatamente com seus afazeres, o jardineiro encarou a borboleta.
— Machuca-la, a rosa? Por que eu faria isso? - Ele respondeu um tanto frustrado ao olhar a borboleta e ver sua seriedade ao esperar por uma resposta.
Suspirando, a borboleta encarou a janela alta da torre.
— Porque foi isto o que aconteceu. - Ela informou em certa raiva. - Um jardineiro disse que cuidaria da rosa e de suas pétalas, mas no final, ele arrancou uma delas.
Horrorizado o jardineiro se aproximou da arvore.
— Não pode ser! Um jardineiro jamais faria isto com uma rosa! - Ele afirma, sentindo a raiva da borboleta passando para si ao escutar aquelas palavras.
Respirando fundo, a borboleta repetiu:
— Mas foi isso o que aconteceu. - Disse, e depois continuou num tom mais triste. - Ele era apenas um broto na época, sua primeira pétala estava desabrochando, e foi aquela que o jardineiro tomou para si. - A borboleta expressou melancólico, voltando a encarar o jardineiro que a olhou em profunda tristeza.
Sentindo uma angústia crescendo em seu peito, e bravo consigo mesmo por não ter compreendido o rancor da rosa, o rapaz abaixa a cabeça, transtornado.
— Aquilo não era um jardineiro... - Ele murmura, com o amargo da revelação preso em sua garganta após compreender o que houve no passado da rosa. - Não era um jardineiro.
Confusa com seus murmúrios, a borboleta o questionou:
— O que quer dizer?
Lamentando pelo passado da rosa, o jardineiro respondeu:
— A rosa foi enganada por uma larva.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A ferida de uma Rosa, e a paixão de um Jardineiro
FanfictionPara o amável jardineiro, aquela rosa, - cujo os espinhos conseguiam ser mais afiados que uma navalha -, continha um brilho desigual ao qual jamais vira em sua vida; mesmo que ela o machucasse. Uma versão em conto da novel de TharnType.