ZeYu é um grande ator

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há seis meses eu me mudei para uma casa maior com meu pai, ao redor havia uma praça com muitas flores, e muitas pessoas brincando e correndo, e aquela movimentação me chamava a atenção, desde então resolvi andar todas ás tardes. Dar uma volta inteira naquela praça grande com uma boa playlist sempre me deixava inspirada. Olhar ao redor, sozinha, tirando minhas próprias conclusões do mundo. Era satisfatório olhar minuciosamente todos os detalhes daquele local para no outro dia reavaliar e ver se algo tinha melhorado ou apenas mudado, e isso eu fiz.

Nesses mesmos seis meses avaliando o local, eu me deparei com um garotinho pálido, com uma pulseira inseparável e um cabelo que era visivelmente sedoso, um sorriso amigável, ele era fofo. Todos os dias ele estava lá sentado nos bancos, muitas vezes sozinho e raramente acompanhado, ele me chamava muita o atenção. Nunca nos falamos diretamente e nem sequer trocamos olhares, eu evito contato, apenas admiro a beleza daquele garoto quando ele não pode me ver, evitando o constrangimento.

Nas primeiras semanas, eu via pouco aquele garoto, pois ele chegava quando eu estava indo embora, depois de algum tempo nossos horários começaram a se adaptar, então comecei à abservá-lo. Lembro-me que não o vi por um tempo, mais ou menos dois meses por conta de que eu já não corria mais o parque, apenas sentava no primeiro banco e escrevia, era meu momento de paz, já que ele sempre ficava do outro lado do parque, nós não nos vimos, em um dia desses de escrita, vi ele sentando-se em uma árvore próxima ao lugar que eu me encontrava, á partir daquele momento percebi que nossa procura era recíproca e que ele também estava interessado em me conhecer. Depois disso comecei a andar novamente com esperanças de conseguir trocar palavras com o mesmo, e me surpreendi em ver o garoto de mãos dadas, a garota tinha a mesma pulseira que a dele.
Eles namoravam?

Em mim já não habitava esperanças de sequer conhecer o garotinho, aquilo me partiu o coração, fazendo-me descobrir uma paixão platônica que ao menos sabia que tinha. Eles seguravam a mão um do outro e sorriam, aquele amor parecia tão recíproco, será que algum dia viverei um amor intenso ao ponto de transbordar nos olhos e ser tão perceptível aos olhos de terceiros?

Sem perceber já havia dado a volta naquela praça, tão inspirada a escrever algo sobre decepção ou amor, ainda habitava em mim a curiosidade de saber quem era ele, ao menos saber o nome. Sentei-me em um banco e peguei meu pequeno caderno de anotações, e minha caneta o mais rápido possível, minha inspiração estava no auge, e aquilo não poderia ser desperdiçado.

"não sabes sequer que eu existo. O menino do sorriso doce, me deixou de coração acelerado, para em seguida parti-lo em pedaços. É como um filme banal, entre o figurante e a atriz principal, meu papel era irrelevante, para contracenar no final."

Em seguida arranco a folha reescrevendo em uma letra decente, jogando a folha em uma pequena cesta perto do banco em que eu me encontrava. Olho ao redor, me encontrava mais aliviada, escrever era algo que me acalmava e me fazia refletir de forma sensata se todo aquele drama valia a pena ou eu apenas estava dificultando as coisas. Logo, resolvi retirar-me daquele lugar, o sol já estava indo, estava ficando tarde.

[...]

Eu estava no portão de casa, e esqueci que naquele dia não havia levado as chaves, então ia ligar ao meu irmão, era mais fácil que tocar a campainha já que ele simplesmente não á escuta. Escuto passos apressados vindo em minha direção, mas não estava com medo, aquele local era muito movimentado.

Era o garoto, e ele estava com aquele sorriso bonito.

Em suas mãos se encontravam um papel amassado, o mesmo que joguei no lixo á minutos atrás. Eu já calculava que ele teria lido o papel e iria querer ser meu amigo ou algo do tipo, talvez eu estivesse com muita vergonha daquele pedaço de papel idiota, mas não iria deixar transparecer.

– Oi moça – o garoto sorria, parou ao meu lado, sem olhar diretamente para o meu rosto, ele mantinha o olhar fixo ao pequeno papel em suas mãos. – Eu achei isso... eu procurei isso no lixo, eu admito, estava te observando – o menino sorria mais e suas bochechas estavam rosadas. Ele pegou minha mão e entregando-me o papel, logo pegando a outra mão entrelaçando elas, deixando o seu sorriso menor, assim finalmente olhando nos meus olhos.

– Eu finalmente posso te ter perto de mim, e isso deixa meu coração quentinho – ele chega mais perto de mim colocando uma mão na minha bochecha – o meu maior medo sempre foi não poder sequer saber o seu nome. É muito ruim se apaixonar por alguém tão derrepente. – ele sorri – você é a personagem principal do meu filme – ele pega a minha mão que estava entrelaçada com a dele coloca no coração – do nosso filme. E ele era minha irmã – ele sorri e aproxima nossos lábios.

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⏰ Última atualização: Sep 09, 2020 ⏰

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