09

8.7K 526 71
                                    

Isaac Capareli

Laura Caparelli passa por mim deixando seu perfume da Room Service no ar, ela está usando um vestido preto elegante, no pescoço estava seu colar de ouro e nos pés salto da mesma cor do vestido. Assobio assim que ela dá uma voltinha de frente ao espelho, seu sorriso se alarga assim que me encara.

— Tá toda arrumada assim é só para reunião com os sócios ou tem outra coisa? - Perguntei desconfiado, dificilmente eu via dona Laura totalmente arrumada para ir em alguma reunião.

— Me encontrei com eles hoje mais cedo, agora vou levar sua mãe para um almoço especial.

— Ih sabia que tinha coisa ai - Sorrir - Qual o motivo especial hein?

— Você não vai querer saber - Ela riu se virando novamente para o espelho.

Balancei a cabeça me livrando das suposições que poderia passar por minha cabeça nesse momento.

— A mãe vai encontrar você lá ou ela vem pra cá? - Perguntei diminuindo o volume da tv.

— Pedi pra ela me encontrar no restaurante e eu tenho que ir antes que ela chegue antes de mim - Falou pegando a bolsa em cima da poltrona, Laura se aproxima de mim e beija meu rosto - Tchau filho, não bagunça a casa por favor.

— Tá pensando que eu sou criança coroa?

— Coroa é a senhora sua vó - Rebateu.

— Dona Isobel não vai gostar de saber que você ta chamando ela de coroa.

— E você não vai contar nada pra ela - Laura falou intimidadora, eu apenas levantei as mãos.

Assim que ela saiu eu me deitei no sofá e aumentei o volume da tv aonde passava um filme de ação, hoje é minha folga e estou morgado em casa sem fazer nada. Semana passada comecei a trabalhar na empresa da família, aturar o desgraçado o meu tio é o mais difícil já que não nos damos bem por motivos dele ser um filho da puta - com todo respeito a minha falecida vó Morgana Mantovani.

Rubens Mantovani é um homem arrogante e ambicioso que só pensa em si mesmo e no seu dinheiro, odeio a forma que ele trata as pessoas como se superior e odeio mais ainda o preconceito dele com minhas mães. Stella e Rubens vem de uma família tradicional muito rica, os dois nasceram em berço de ouro com todos os privilégios mais ambos são pessoas totalmente diferentes.

A família Mantovani é um verdadeira vergonha que só mantem aparência para sociedade porque por de traz da cortina todos eles são uns fodidos ladrões preconceituosos que até hoje não aceitam minha mãe, sempre estão metidos com políticos sujos e fazem muita merda pagando bem para não ser descobertos.

Meu celular começa a tocar e eu atento sem ver na tela quem era.

­— Garoto eu quero você na empresa em quinze minutos - A voz do fodido do Rubens soa do outro lado da ligação.

­— É meu dia de folga.

­— Foda-se se é tua folga eu sou teu chefe e te quero aqui em quinze minutos

Antes que eu pudesse responder o desgraçado desliga a ligação, me levanto com ódio e vou colocar um roupa mais formal. Sorte é que eu tenho algumas roupas na casa das minhas mães porque se eu não tivesse chegaria na empresa tarde pra caralho e o deixaria puto.

­— Querido, irá sair agora? - Dona Emília perguntou assim que apareço na sala abotoando a camisa social.

­— Rubens me ligou agora, resolver mais um problema pra ele - Bufei

­— Hum, então vá lá e faça um bom trabalho - Dona Emília sorriu ajeitando a cola da minha camisa - Tente não discutir com seu tio novamente.

­— Não prometo nada Mimi - Falo, ela sorriu de lado negando com a cabeça - Tchau - Beijo seu rosto e saio de casa.

Emília foi minha baba mais continua com a gente e sempre tá aqui ajudando minhas mães.

Já na empresa falo com os funcionários rapidamente e sigo para a sala do Rubens, o desgraçado acabou de se tornar presidente da empresa de imobiliária e tá se achando o dono do mundo, ainda quero saber como ele conseguiu esse cargo já que tinha pessoas mais bem qualificadas.

­— Qual o problema?

­— O problema é que você não faz a porra do serviço direito - Falou arrogante - Quero saber cadê a porra dos contratos daqueles apartamentos que ficam na Barra da Tijuca.

­— Eu deixei com tua secretaria já que você não tava na empresa.

Como sempre, Rubens só ficava aqui por duas horas depois ia embora fazer sei lá o que.

­— Eu mandei você trazer pra minha sala e não deixar com uma incompetente - Bufou.

­— Se ela é incompetente porque trabalha pra você? Não é só os qualificados que ficam do seu lado- Rebati, na mesma hora ele parou o que estava fazendo e me encarou puto.

­— Moleque eu não vou te falar mais nada, quero só achar a porra dos contratos - Falou mexendo nas pastas em cima da mesa, balancei a cabeça e fui ajuda-lo.

­— Qual foi desses contratos?

­— Um dos sócios eu quero fechar tá vindo ai e quer dá uma olhada nesses apartamentos - Explicou, eu virei e o encarei confuso.

­— Que sócios são esses que não fiquei sabendo?

­— Era sigilo garoto, ninguém tá sabendo disso.

­— Vai fechar negocio hoje? - Perguntei dando uma olhadas nas pastas.

­— Eu espero - Falou - Porra, achei.

Ele sorriu levantando as folhas que estavam embaixo de vários livros. Antes que eu pudesse abrir minha boca para falar algo alguém bate na porta e abre em seguida. Um homem alto de terno entra ao lado de um garoto de mais ou menos minha idade.

— Nem esperei a secretaria avisar, ja fui entrando - O homem falou sorrindo - Quero logo ver o que você tem pra mim.

— Te garanto que é coisa boa, certeza que vai querer fechar a sociedade hoje mesmo - Rubens falou entregando a pasta para o homem.

— Quem é o garoto? - O homem perguntou pro Rubens apontando pra mim

— Isaac Caparelli, trabalho na administração - Me apresento antes do Rubens falar algo.

— Valentino Rosali, esse é meu filho Valentino Junior - Ele apertou minha mão e apresentou o garoto que estava com uma cara nada boa, diria que tava puto com algo.

— Tino Escobar - O garoto corrigiu o pai recebendo um olhar feio do mesmo.

— Vamos ver o que você tem pra mim - Valentino sentou- se na cadeira mexendo as folhas.

Me encostei ali e observei Rubens fechar a sociedade com Valentino Rosali que é um homem bastante serio e que pode trazer lucros para empresa, acho que dessa vez Rubens fez algo certo e boa não só pra ele.

— Ai irmão, qual a boa dessa empresa? - Tino perguntou ficando ao meu lado.

— O café expresso é ótimo.

Isso é verdade.

— Serião pô, o velho quer pra mim trabalhar aqui mais não to afim não - Bufou.

— Vai ficar em que área?

— Marketing, tenho umas ideias fodas pra divulgar a empresa - Falou.

— Estamos precisando mesmo de algumas pessoas na area de Marketing, vai se dá bem por aqui.

— Pelo menos isso - Deu de ombros.

— Qual foi de não querer ser chamado de Valentino? - Perguntei prendendo o riso.

— Nome feio pra caralho, só maluco pra colocar esse nome no filho - Balançou a cabeça, eu rir.

— Eu não ia comentar nada pô mais já que tu falou.

Tudo Ao Contrário Onde histórias criam vida. Descubra agora