Londres é uma megacidade que nunca dorme, assim como New York e Paris. Os londrinos são sempre muito frios e individualistas e para um descendente dos amarelos (povo asiático), é ainda mais desconfortável. Meus olhos apertados se fecham facilmente quando costumo sorrir, mas isso não ocorre com frequência. Só quando passo as férias de fim de ano com minha família na Coréia do Sul. Bem, caso ainda não me conheça, eu sou Park Jimin, um estudante da grande Universidade de Londres na Europa. Eu nasci dia 13 de outubro de 1995 em Busan e quando completei os 18 anos, me mudei para Londres para cursar uma boa faculdade e investir em meus estudos. Desde novo, esse era meu sonho: me formar em publicidade e fazer meu próprio negócio. Mas agora é diferente..., pois meus pais me enviaram para estudar administração porque segundo eles, é uma profissão digna de um coreano tradicional. Mal sabem eles que eu deixei o costume de comer usando jjogarak.
Um ano depois de alcançar a minha maioridade internacionalmente, pois na Coréia se atinge aos dezenove anos, viajei através do oceano até a Europa. No começo foi difícil porque eu não falava o inglês fluentemente e até aprender a língua local, passei por muitas complicações, como evitar ir à banheiros públicos e jantar em restaurantes nas redondezas.
Hoje completava 2 anos que eu estava em Londres e dias mais tarde, eu estaria fazendo meus esperados vinte anos. Me levantei cedo para não me atrasar para as aulas e também para me organizar melhor. Tomei um banho quente, vesti uma calça social bege juntamente a uma camisa branca lisa de mangas compridas e por cima um casaco verde musgo que ia até meus joelhos. Logo arrumei meus cabelos loiros e joguei uma touca preta por cima. Adicionei alguns acessórios brilhantes ao meu visual sofisticado, como um relógio, prata, um par de brincos cintilantes com cruzes nas pontas e alguns anéis.
Antes de sair de meu apartamento, deixei uma porção de ração para meu gato branco e enchi uma vasilha de água fresca para o mesmo. Assim que o encontrei, acariciei seus pelos e o desejei um bom dia. Apanhei minha mochila do gancho ao lado da porta e de meu bolso do casaco, tirei as chaves da porta para selar a entrada e ir despreocupado. Saindo de casa, comprei um cappuccino simples em uma cafeteria perto de casa para ir tomando no caminho.
- Ahh... tão bom. - exclamei maravilhado ao tomar um gole da bebida fervente que cheirava muito bem.
Já estava caminhando em direção à faculdade e pelo que me lembro, não falta muito. A estação de metrô deve ficar depois da floricultura e uma viagem de 15 minutos, irá me levar até meu destino. Pensei enquanto me dirigia para a rua onde a floricultura se instalava. Os londrinos que moram nesse bairro ainda me olham estranho, mesmo depois de dois anos de idas e voltas por essas ruas diariamente. Isso me deixa desconfortável e ocasionalmente é possível ignorar, mas nem sempre funciona. Ultimamente tenho me sentido como um peixe fora d'água nessa cidade e me parecia ser o único amarelo por aqui.
Ardia. Queimava. Me sentia sujo e molhado... Meus olhos ainda estavam vidrados para o estrago que havia feito em meu casaco. - Ai meu deus, me desculpe... estava tão distraída que... céus. Você pode me ouvir? - dizia a voz feminina entre soluços quase despercebidamente. Meu olhar encontrou o seu e ambos nos calamos. Seus olhos me passavam confiança e me fazia ficar calmo mesmo após me queimar completamente. O motivo é desconhecido, eu realmente não podia explicar. Talvez tudo havia parado porque eu só enxergava seus olhos brilharem para mim. Ela. Me. Tocou. Supostamente estava tentando limpar a bebida manchada em meu casaco.
- Está tudo bem. - Foi só o que consegui responder.
Meus batimentos cardíacos estavam acelerados e golpeavam meu peito com muita força. Meu coração batia alto, tão alto que mal podia ouvir minha própria voz. Não.....isso não pode acontecer...não agora. Nunca mais pode... Acordei de minha transe e vi que a moça tocava meu queixo para secá-lo. Meu reflexo afastou sua mão rapidamente de meu rosto e isso fez com que suas maçãs das bochechas ganhassem cor.
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London - Park Jimin
JugendliteraturJimin está no primeiro período da faculdade e de acordo com seu amigo, Hoseok, ele pode se passar tanto como um garoto meigo, como um egoísta excêntrico. Está sempre preso às suas limitações e sempre teve medo de arriscar. Lilwn, estuda na mesma uni...