"Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto.""Eu nunca gostei dela." disse a minha irmã sentada no sofá. "Vou te comprar uma bebida" Continuou. Eu não respondi, apenas olhava para baixo.
Era uma dor estranha. Ela marcou um jantar para me dar o pé na bunda. Poderia ter feito isso em casa. Sem ninguém para assistir. Sem testemunhas.
Com calma fui retirando todos os traços dela da casa e aos poucos reparando divergências entre nós que passavam despercebidas pelo fator paixão. Arranquei as cortinas horríveis. Ainda não me sentia bem. Ainda não era o cara que eu costumava ser. Mesmo agora sem as cortinas.
No telefone. Fotos nossas. Viagens. Passeios. Jantares. Talvez seja melhor comprar um novo. Numero novo. Roupas novas. Uma cara nova. Uma que não estivesse escrito "abandonado" nela.
Em frente ao MAC. Ela apareceu sorridente. Usava calças. Um colar que eu não conhecia. Um olhar que eu não conhecia. Disse que havia preparado tudo. Beijou-me. Seca. Eu deveria saber. Na verdade, não teria como.
Comprei um CD do Caetano com a fatídica musica entre as faixas.
"Saiba que eu gosto muito de você. Não entendo essa atitude dela." A mãe dela no telefone parecia surpresa. "Saiba que eu não me importo. De verdade. Não me importo." Respondi. Não era o tipo de coisa que eu queria me prender. Detalhes sobre ela. Sua vida. Aquilo não me pertencia mais. Ela se foi. Fato. Acabou.
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Ela Me Disse Adeus Sob A Voz De Caetano Veloso
NouvellesAgora, que faço eu da vida sem você? Você não me ensinou a te esquecer?