Capítulo 27

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As semanas se passaram e Christopher resistia como se fosse de ferro. Dulce estava numa palavra feliz. A felicidade dela contagiava todos em volta de tão sincera, ingénua e genuína. Não era nada fácil dormir ao lado dela e tocar nela sem poder dizer seguir em frente mas a felicidade dela era o combustível que ele precisava para conseguir.

Christopher: Não há problema—dizia ao sair do escritório com o celular da orelha— eles mandarão algum representante porque era impossível algum Uckermann pode ir.. Tudo bem fazemos uma reunião quan..—a voz dele ficou suspensa quando parou na porta do quarto

Dulce estava a mexer no celular, coisa que nunca tinha feito, de bruços na cama concentrada no que via. Mas isso não era nada comparado ao que chamou à atenção dele. Ela usava uma blusa branca dele e uma de suas cuecas como short. Ele piscou surpreso e momentaneamente sem reação enquanto ela continuava no celular.

Christopher: Sim estou aqui..—ele a observava. A cueca boxer dele nela ficava como um short mas o traseiro dela era mais farto o que fazia com que ficasse extremamente justa—falamos amanhã— avisou no celular e desligou com um sorriso de lado

Ele se aproximou e ela nem se mexia. Ele estranhou mas sabia que não havia nada naquele celular que a fizesse lembrar então não se importou.

Christopher: O que é que você está fazendo?—sentiu ao lado dela na cama

Dulce: Espera—fez um sinal com o dedo e continuou mais alguns segundos a mexer no celular até que com um suspiro irritada deixou-o na cama—que droga!

Christopher: O que é que você estava a fazer?—olhou o celular mas não percebeu nada

Dulce: É um jogo.. Na terapia disseram que ajuda na coordenação mas não dá este nível. É impossível!—disse com um bico chateado na cara—são poucos movimentos—disse óbvia e ele assentiu mesmo sem entender nada—mas acabaram as vidas.. Tenho de esperar

Christopher: Posso ver?—ela assentiu e deu o celular na mão dele que depois de mexer um pouco entregou de novo com as vidas todas carregadas

Dulce: Como é que você fez isto?—perguntou exasperada

Christopher: Comprei.. Sempre que quiser pode fazer isso. Mas nada de ficar viciada—apontou o dedo na cara dela brincando

Dulce: Não é caro?—perguntou confusa, não sabia que podia fazer isso

Christopher: O dinheiro não importa.. Temos muito—ela assentiu ainda pensativa—ele também é seu então pode usar quando quiser

Dulce: De verdade?—perguntou para ter a certeza e ele sorriu

Christopher: De verdade—garantiu e ela sorriu—baby você sabe que isto—puxou o elástico da cueca que ela usava—e isto— tocou na blusa—é de homem, não é?— ela riu alto e ele sorriu com o som

Dulce: É muito mais confortável que a calcinha e o meu pijama—deu de ombros—você se importa?

Christopher: Claro que não.. Pode estar à vontade—disse divertido—só nunca achei que fosse encontrar alguém com roupa de homem na minha cama—ela riu antes de dar um selinho nele e voltar para o seu jogo enquanto Christopher ia tomar banho

As semanas foram passando normalmente. Dulce continuava com a fisioterapia que estava cada vez melhor, já tinha os movimentos do corpo quase perfeitos mas com a terapia era diferente, ela tinha um mundo para desvendar. Como sempre acontecia antes de cada sessão ela relaxava numa cadeira ao som de uma música tranquila mas desta vez foi diferente algo veio na neste dela, algo desconhecido. Lá ela olhava Christian enquanto ele chorava, ela dizia que tudo ia ficar bem mas não adiantava de muito ele continuava mal. Dulce não sabia que memória era aquela mas sabia que doía no peito então abriu os olhos rápidos e olhou Hugo que a observava de forma séria.

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