Capítulo 13 - Dentro da Maleta

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Residência dos Saciller

Lisabel Saciller: Rebeca, a quanto tempo! – se abraçam – que prazer recebe-la em nossa casa.

Dicesar Saciller: É um prazer revê-la Rebeca.

Rebeca: É muito bom revê-los também, eu e o Jordam sempre tentamos nos planejar para visita-los, mais sempre acontece algo. – Uma breve e profunda respiração – Lamento que eu tenha vindo revê-los nessas circunstâncias.

Então ela tira a manta de cima da maleta e a mostra para Dicesar que fica surpreso ao vê-la. Sem mais delongas Rebeca continua.

- Precisamos conversar Dicesar, é muito sério o que tenho para falar. – Dizecar confirmando com a cabeça diz:

- Temos que conversar em outro lugar, Sarah é muito astuta e irá nos ouvir, sei de um lugar tranquilo para essa conversa, me acompanhe. – E então ele estende a mão para que ela a acompanhe até a garagem.

Sarah: Pai?! A onde vão?

Dicesar: Sarah! Logo estaremos em casa não se preocupe. – Sai acompanhado de Rebeca.

Sarah ameaça ir até eles, mas sua mãe Lisabel intervém imediatamente, pondo suas mãos nos ombros de Sarah.

Lisabel: Calma filha, logo eles voltarão e tudo será esclarecido. Tenha paciência. – Da um sorriso calmo e sereno para Sarah, que dá de ombros e imediatamente vai ao encontro dos seus irmão que estão na sala.

Sarah: Porque as bruxas são assim!

Benjamim: Assim como irmã?

Sarah: Sempre escondendo algo, e demoram uma eternidade para nos contar o que é.

Benjamim: Parece que não é só ela, porque o papai teve que sair para conversar a sós com ela?

Sarah: E porque levaram a maleta?

Benjamim: Philipe?! Por que está tão quieto?

Sarah: Sabe de alguma coisa irmão?

Philipe se lavanta do sofá, olha para Sarah e Benjamim e então em manos de uma segundo ele deixa a sala, sem dar nenhuma explicação para os dois.

Benjamim: Bom, pelo visto irmã somos os únicos nessa casa que não sabemos de nada.

Sarah: É Benji. Parece que somos. – Sarah senta no sofá ao lado do seu irmão, e encosta a cabeça em seus ombros pensativa.

[...]

Dicezar e Rebeca chegam e reúne todos na sala para que possam esclarecer as coisas.

Rebeca: Bom Sarah. – uma pequena pausa olhando para todos na sala – eu e seu pai conversamos e decidimos que está na hora de você saber o que há nessa maleta.

Dicesar: Filha, não queríamos esconder isso de você tanto tempo assim, mas não compreendemos o que há na maleta, e como você bem sabe, ao longo dos tempos, outros vieram atrás de você, da nossa família para conseguir o que você tem.

Rebeca: O que há nessa maleta pode ser a chave do encantamento que minha irmã Morgana fez em você anos atrás.

Dicezar: E não podíamos deixar cair em mãos erradas, por isso escondemos de você.

Sarah: Mas ... o que há nessa maleta? Porque vocês estão tão preocupados assim comigo?

Lisabel: Meu amor, eu sei que está confusa agora, mas espero que entenda que tudo o que fizemos foi para o seu próprio bem. – ela passa a mão em seu rosto - 25 anos se passaram e não sabemos até hoje o que Morgana fez com você. Não é mesmo Rebeca?

Rebeca olha para Lisabel em silêncio, sem responder a sua pergunta, apenas engole seco, o que faz todos perceberem que ela esconde algo.

Sarah: Rebeca?! – anda em direção a ela – O que você descobriu?

Rebeca: Bo.. bom, o Jordam achou uma pista alguns meses atraz mas eu não consegui descifrar ainda, por isso não disse nada antes.

Sarah: E que pista é essa?

Rebeca: Logo Jordam ira chegar e tentamos desvendar juntas, mas agora você realmente precisa saber o que há na maleta.

Rebeca leva a maleta até a mesa de centro, pede para que se sente em frente a maleta, fura o seu dedo indicador, e com a gota de seu sangue coloca seu dedo no leitor digital e a maleta destrava. Se afastando da maleta pede para que Sarah abra.

E assim Sarah o faz. Ao abrir ela olha para o que há dentro da maleta e fica estática. Sarah não consegue acreditar no que vê. Sem reação ela olha a todos em sua volta e então volta a olhar no que tem dentro da maleta. Cuidadosamente ela leva a mão para dentro da maleta e pega o que vê.

Sarah se lembra da noite em que foi transformada, se lembra da noite em que Salazar Azork a mordeu, quando ele deixou seu veneno entrar em suas veias a matando e transformando-a nesse novo ser que hoje é. Lembra-se de querer venerar Salazar, seu dono. Lembra-se da flor, a flor que ganhará de sua pequena e amada filha no dia de sua precoce morte. Lembra-se de como se libertou do transe em que estava quando sentia o veneno de Salazar em suas veias se esvaindo quando viu Salazar esmagar a única lembrança que tinha de sua pequena. Ela se lembra da flor caindo lentamente no chão do galpão, completamente esmagada, seca, destruída diante de seus olhos.

Como se fosse ontem ela se lembra.

- Mamãe – a pequena lhe entregando a rosa vermelha, recebendo um abraço apertado de sua mãe em forma de agradecimento.

Aquele cheiro de bebe parece não ter saído de sua respiração, Sarah o sente agora, como se estivesse no ar em sua sala nesse exto momento.

Saindo do transe de suas lembranças Sarah o ergue, ergue o que está escondido todo esse tempo na maleta, intacta, como se nada lhe houvesse acontecido. E lá está ela, mais linda do que antes, ela está radiante, mais ... diferente, não tem o mesmo cheiro e nem o mesmo formato. Ressecada pelo tempo e amassada por estar dentro de um livro, o livro que ela sempre lia para sua pequena todas as noites antes de dormir.  - O pequeno príncipe -  era essa as lembranças que Sarah tinha de sua pequena, o livro e a flor, aquela flor que está agora em suas mãos. Está diferente do que ela se lembra, mas ainda assim é a flor, a rosa vermelha. Aquela rosa vermelha.

Sarah: Como isso é possível?! - Incrédula. 

Rebeca: Não sabemos, mas na noite de sua transformação, quando você matou Salazar e conseguiu que nos escapássemos de lá com vida Philipe viu a flor caída no chão, completamente intacta, como se a flor tivesse enfeitiçada, então Philipe me mostrou e eu o disse para que a pegasse, não podíamos deixa-la ali.

Sarah: E porque não me contaram naquela noite?

Rebeca: Philipe quis te contar, mas eu senti que nela havia magia, magia negra, não sabia como você iria reagir, você estava sedenta e instável, não sabíamos qual seria sua reação e tivemos medo. Eu não sabia o que havia com a rosa então disse para que não te mostrasse até eu descobrir.

Sarah: 25 anos se passaram e não descobriu nada?

Rebeca: Desculpe-me Sarah, mas não. Quando toquei a rosa pela primeira vez tive uma visão. Era você nela, você me dizendo: Tive uma visão. Isso parece familiar para você? - Sarah a olha se lembrando da visão que teve quando Thomas a tocou. – Depois de 25 anos essa é a primeira pista que temos sobre a flor e consequentemente ao encantamento que Morgana lançou sobre você. 

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Até a próxima pessoal. 

As Crônicas de SarahOnde histórias criam vida. Descubra agora