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Anteriormente:

"Can estava deitado no sofá maior quase cochilando, enquanto eu olhava as fotos que tirei ao longo do dia.

Levantei para pegar água e ouvi um burburinho típico de 3 crianças.
Eles já acordaram reclamando de fome, que o dia tinha passado muito rápido.

Com um olhar, eu e Can decidimos que já era a hora deles aproveitarem um pouco o aniversário."

***

Sorri, alisando meu vestido.
-Çocuklar, vamos!
O lanche de vocês está lá fora!

Can abriu a porta e eles correram.

Ateş parou no meio do caminho, tapando a boca em espanto. Deniz parou também e passou o braço pelo ombro dela, a aconchegando.
Meu coração se encheu ainda mais de amor.

Yildiz obviamente foi direto a mesa e já estava comendo seu terceiro brigadeiro.

Logo os três se juntaram e foram explorar tudo.
Eu e Can observávamos com um sorriso satisfeito no rosto.

Quando o olhar de Deniz enxergou as cabanas, ele veio até nós correndo.

-Anne, baba, nós iremos dormir aqui fora?
Diz que sim, lütfen!!

Can me olhou enquanto coçava a sobrancelha, desconcertado.
Eu sabia que ele já tinha cogitado a hipótese.
Mas eu também sabia que ele estava aguardando meu consentimento.

-Sim!

De súbito, quase me derrubando, ele pulou em meu colo.

-Mamãe, muito obrigado! Eu te amo tanto, tanto, tanto! - ele falou enquanto beijava minha bochecha e me apertava.

-Também amo você, meu filho.
Muito mais do que você imagina!

Can se aproximou e beijou as costas dele.
-Também te amo, baba!

-Agora desce, Deniz.
O que já conversamos? - Falei enquanto o colocava no chão.

-Desculpa, anne!

-Vai lá brincar com suas irmãs.
Os presentes de vocês estão dentro das cabaninhas. - Can falou bagunçando os cabelos de Deniz, que correu imediatamente até elas.

Me virei para Can e questionei:
-Nós teremos que passar a noite aqui fora também...

Ele deu de ombros.
-Tem uma cabana maior para nós dois. Mas se você não quiser, tudo bem.
Eu fico aqui com eles.

-Não, tudo bem. Acho que será legal!

Estávamos sentados no batente da varanda observando cada um em sua cabana desembrulhando os presentes.

-Eles são tão lindos, tão amorosos, tão simples! - Can falou com o olhar terno.

-São sim!
Fico orgulhosa de vê-los e tê-los.

-Eu também!

Can me olhou e depois sacudiu a cabeça, enquanto abria uma cerveja.
-Quer uma?

-Não.
Meu estômago não está muito legal ainda!

Ele apenas assentiu e voltou a observar as crianças.

Yildiz acenou, agradecendo aos gritos.

O patinete que eles namoraram por um tempinho estava bem ali e eu sabia que eles iriam querer brincar o quanto antes.

Os iPods também. Fui contra a princípio, mas Yildiz amava fotos, ela queria deixar tudo registrado, fora as caras e bocas que fazia. Ateş gostava de ler, e recentemente passou a escrever. Eu adorava encontrar seus escritos pela casa... E Deniz gostava de jogar.
Então no final das contas, seria um presente útil.

Aquele finalzinho de tarde início de noite passou em um pulo.
As crianças correram, comeram, cantamos parabéns, contamos estrelas, relembramos histórias de quando eles eram menores e por fim, por volta de 21h, todos estavam devidamente em suas cabanas dormindo.

Eu e Can já tínhamos guardado o que sobrou e eu estava sentada no chão com as pernas esticadas.

-Can, pega água pra mim, por favor?

Ele deu meio sorriso, coçando a nuca.
-Eu tinha pensando em um vinho, talvez?!

Balancei a cabeça.
-Eu não 'tô' no clima...

Can tentou esconder a cara de decepção.
-Precisa de mais alguma coisa?

-Hayır.

Enquanto ele tinha ido na cozinha, me levantei e sentei na porta da nossa barraca.

Can voltou, sentando ao meu lado, mas respeitando uma distância considerável e me entregou a garrafa.

-Acho que nós precisamos conversar!

Ele estava abatido e baixou a cabeça.

-Me desculpa pela maneira como venho me comportando.

Can logo me interrompeu.
-Quem precisa pedir desculpas sou eu. Sei que deveria ter esperado o dia amanhecer.
Eu te chateei com isso, não foi?
Mas só não entendo porque você está cansada de mim.

Procurei sua mão e apertei.
-Quem te disse isso?

Ele deu de ombros, fazendo um biquinho lindo.
-Você!
Eu quis conversar ontem e você disse que estava cansada.
Perguntei se era de mim e você simplesmente ficou quieta!

-Me desculpa!
Eu estava chateada e pensando melhor agora, fiz uma tempestade por nada.
Minhas emoções andam incontroláveis...

Ficamos em um silêncio que começou a me incomodar.

-Você está muito chateado?

-Um pouco!
Nós passamos quase o dia inteiro de bico um para o outro. Sendo que hoje é uma data super importante.

Olhei no relógio, 21:20.

Me arrastei para mais perto dele, até que estivéssemos com um leve roçar de braços.
Peguei a caixinha que eu tinha escondido e coloquei no colo dele.
-Você tem exatamente 2 horas e 40 minutos para aproveitar ou desperdiçar essa data importante.

(Concluída) Especial 6/8 - Finais felizesDonde viven las historias. Descúbrelo ahora