7. la llegada

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13 de Junho de 2020

Rafa acordou mais cedo que Bianca no dia seguinte, o que lhe deu tempo util de esconder os olhos inchados do choro antes de dormir, sem saber que a carioca tinha escutado os soluços baixos, mas refreou-se de perguntar ou falar algo. Se a influencer soubesse que Bianca tinha escutado, ela provavelmente não ficaria muito feliz, já que não queria se mostrar vulnerável em frente a mulher; pelo menos não por causa de difamações vindas de um ex.

Bianca percebeu, assim que despertou, que Rafaella já estava toda maquiada e arrumada sentada na poltrona no canto do quarto; parecia ser, novamente, a mulher que conheceu no aeroporto de Lisboa. Desejou bom dia a mulher e novamente evitou fazer perguntas que lembrassem os problemas do dia anterior; manteve a normalidade das coisas.

As Casas Colgadas eram bonitas, ainda mais sob o sol quente da Espanha durante o verão. Bianca estava achando tudo maravilhoso, assim como Rafaella, que disfarçava a pontinha de preocupação com um sorriso na direção da carioca, que explicava todos os fundamentos das casas penduradas em uma rocha.

 Bianca estava achando tudo maravilhoso, assim como Rafaella, que disfarçava a pontinha de preocupação com um sorriso na direção da carioca, que explicava todos os fundamentos das casas penduradas em uma rocha

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— Antigamente existiam muitas, começaram a construir as casas aqui, nas margens do rio, no século 16, mas com o passar do tempo a estrutura mudou e sobraram essas três... — Bianca explicou fitando as paredes renovadas da casa que agora abrigava um museu de arte. — são lindas, mas muito perigosas.

— Não teria coragem de morar num lugar assim. — Rafa disse suspirando olhando a distância entre a casa e o precipício.

— Eu também não, mas é interessante como fizeram tudo acontecer, você não acha? — Bianca indagou sem fitar Rafaella. A carioca parecia querer, de certa forma, evitar o olhar um pouco triste da mineira, isso porque sabia que provavelmente não saberia como lidar; já estava cansada de não saber o que fazer, ou dizer, e ainda ter que manter a normalidade com Rafaella.

Bianca não se sentia completamente normal.

— É... eu amei essa cidade na verdade, tudo é... incrível. — Respirou fundo buscando a mão de Bianca, que sem hesitar entrelaçou os dedos. — Nem sei se queria voltar pra Madrid...

— Ah, Cuenca é legal, mas Madrid é muito mais legal, e além disso tem muita coisa pra gente ver lá... sem contar seu trabalho ainda. — Bianca respondeu enquanto guiava Rafaella por entre as inclinadas ruas perto das Casas Colgadas.

— Vai doer ir embora da Espanha... — Rafa observou em tom de melancolia.

— Ei, não pensa nisso agora não, pra que sofrer por antecedência? Além do mais, vai que a sua amiga goste de você por aqui e te indique pra ficar?! Não acha que ia ser uma boa ideia? — Bianca indagou sonhadora e novamente o coração de Rafaella apertou diante daquela frase. Se Bianca soubesse...

Se Bianca soubesse que Rafa não era exatamente quem dizia ser.

Se soubesse dos boatos que a rodeavam.

Segredos do Acaso | RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora