Nigel & Juliet ❤ Capítulo 05

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Capítulo 5 (Juliet)

“Eu não estou disposto
A esquecer seu rosto de vez
E acho que é tão normal
Dizem que sou louco
Por eu ter um gosto assim
Gostar de quem não gosta de mim
Jogue suas mãos para o céu
E agradeça se acaso tiver
Alguém que você gostaria que
Estivesse sempre com você”

(Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda, Kid Abelha)

Tem dias que nada está a seu favor, hoje esse é um dos meus dias, faltou luz no prédio e tive que tomar banho frio e descer pela escada de emergência, então estou mais suada do que antes, bati a porta de aço no meu dedo, quebrei uma unha, a bateria do meu carro pifou.

Voltei a subir pelas escadas, uma vez que esqueci o celular na cabeceira da minha cama, assim como poderia chamar o seguro e o Uber.

O último, que chamei aparentemente esqueceu que tinha uma cliente o esperando, decidi roubar as chaves do carro do Charles, agora estou no meio de um trânsito em movimento, mas muito pesado.

Piso no acelerador e xingo mais caras em minutos do que fiz com os meus ex nessa vida. De repente vejo uma cena que parte o meu coração, um cachorrinho de pelo cinza e branco é praticamente jogado pra fora de um carro ainda em movimento.

O pobrezinho corre para alcançar o carro do seu dono em meio ao trânsito da Avenida do Estado, quando o mesmo parte subindo uma ponte, então se vê sem chances de vencer essa corrida.

É de fazer chorar, eu realmente tenho lágrimas escorrendo por meus olhos, o cachorrinho late desesperado, perdido em meio aos carros.

Quase é atropelado várias vezes, grito a todo momento, oro, não sei o que fazer para ajudá-lo. Carros buzinam, pessoas berram, outras xingam, alguns tentam ajudar, outros não ligam se vierem a atropelar o bichinho, mas tem quem desvie com cuidado.

Tento ser uma dessas pessoas que desviam e ao mesmo tempo tento ajudá-lo, então chamo por ele, é quando me repara e vem com tudo ao meu encontro. Infelizmente esse não foi um encontro bem sucedido.

Capítulo 5.1 (Juliet)

“Onde está o meu amor?
Quem será, com quem se parece?
Deve estar por aí
Ou será que nem me conhece?
Seja onde for irá chegar
Que será que ele faz da vida?
Deve saber amar
E outras coisas que Deus duvida
Corre, se esconde
Finge que não, jura que sim
Morre de amores, aonde?
Longe de mim
Leve, envolto em tanto mistério
Deve saber voar
Deve ser tudo o que eu espero
Onde andará…”

(Onde Está o Meu Amor, RPM)

Para um final de semana o meu dia tinha iniciado muito agitado, usei o carro do Charles para ir à Vinte e Cinco de Março comprar uns enfeites decorativos para o aniversário dele que será na próxima semana, porém no caminho acabei atropelando um cachorrinho, então o socorri e o levei a um veterinário.

Agora volto para um prédio, sem chegar nem perto do que fui fazer, um lugar que não sei se aceita bichanos como hóspedes ou prováveis moradores de quatro patas, ainda que seja por um tempo não cronometrado.

Entro no prédio com o pobre bichinho vítima de minha mão pesada no volante e pouca habilidade com o freio, escondido na minha jaqueta jeans, acontece que está um calor de fritar ovos lá fora, o que traz muitos moradores por perto me olharem com desconfiança.

E é claro que o Peludinho resolveu latir exatamente quando uma senhora me deu um aviso em seus profundos olhos verdes de “estou de olho em você”.

Apresso meus passos e entro no elevador, agradecendo a energia ter normalizado, logo estou no andar do apartamento dos meninos onde estou morando.

Abro a porta e dou de cara com um grupo de homens, a maioria sem camisa assistindo um jogo do Flamengo x Vasco, uma reprise de tempos atrás, estranho porque afinal estamos em São Paulo e esperava algo do tipo Corinthians x Palmeiras.

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