Separados.

56 3 0
                                    

--------------Ponto de vista da Riven--------------

Chegamos em casa já no começo da madrugada. Yasuo, Caitlyn e Vi subiram para o quarto, mas resolvi ficar um pouco no Lobby. Eu precisava de um tempo comigo.

                  - ‘’Será que eu deveria ter contado a verdade ao Yasuo?’’, pensei.

Desde que chegamos, ele não para de me olhar. Não sei se ele desconfia de alguma coisa, mas se eu tiver que lutar durante essa missão, com certeza vai desconfiar. Imaginem só, seu mestre foi assassinado por alguém com habilidades com o vento durante uma invasão de Noxus e então ele conhece alguém que veio de Noxus e que tem habilidade com o vento. Naquela noite, dormi com um olho aberto.

Subi as escadas para finalmente ir dormir e nem percebi, mas enquanto fiquei pensando algumas horas se passaram. Parei na porta do quarto e vi que Yasuo ainda acordado, encostado na cabeceira lendo um livro cujo título estava tampado por sua mão direita. Tratei logo de procurar onde estava sua espada pra caso ele quisesse me atacar de surpresa, mas vi que ela estava em cima de um grande guarda-roupa que havia no quarto, e então me acalmei um pouco. Logo que reparou que eu estava ali, abaixou o livro que estava lendo e me deu um sorriso. Admito que fiquei surpresa. Aquele homem que parecia ser tão frio, sorrindo? Retribuí por nervosismo, coloquei meu pijama e fui dormir.

----------- Ponto de vista da Caitlyn -------------

Ficamos dois dias no hotel. No dia em que íamos sair, quando acordei, Vi já havia saído do quarto. Desci até o Lobby mas não havia ninguém ali. Saí do hotel e avistei os três que compunham o grupo. Riven estava sentada encostada em uma árvore enquanto Vi e Yasuo lutavam. Aproximei-me para ver o que estava acontecendo e descobri que os dois estavam treinando. Eram realmente habilidosos. O medidor de pressão das manoplas de Vi estava quase explodindo e as árvores estavam marcadas com diversos cortes finos, feitos pela espada de Yasuo. Eles não pararam de se bater até serem interrompidos pelo motorista , que nos chamou. Aquele seria o dia de conhecer o local onde falaram do objeto estranho voando.

Entramos no carro e partimos em direção às montanhas de Piltover. O motorista parou ao chegarmos na entrada de uma enorme floresta, com árvores gigantes que tocavam o céu. Fomos direto ao encontro do outro integrante da Liga que já estava nos esperando na base da liga localizada na floresta. Chegamos a um carvalho enorme, cujo tronco distoava em tons de marrom e um roxo púrpura. No meio dos galhos grossos que compunham a copa da árvore, havia uma cabana velha, mas muito grande. As folhas e galhos das árvores invadiam toda sua área externa fazendo com que mesmo sendo gigantesca, ficasse incorporada ao ambiente. O acesso era única e exclusivamente por uma escada de madeira desgastada, quase quebrada. Eu não queria subir naquilo. Estava com medo de que despencasse e, num impulso, me agarrei no braço de Riven. Ou pelo menos foi o que eu pensei.

                - ‘’Riven... isso não parece uma boa ideia. Essa escada parece que vai cair a qualquer momento, e olha o tamanho dessa árvore’’.

Olhei para frente e vi Riven me olhando e estranhando minha atitude, então segui com os olhos os braços que estava abraçando e cheguei rosto de Vi, um pouco corada e com a sobrancelha esquerda levantada, como cara de quem não estava entendendo nada. No susto, empurrei-a para longe e não sabia nem onde enfiar a cara, que nesse momento devia estar parecendo uma maçã. Pedi desculpas enquanto morria de vergonha.

                                 - "Tudo bem, não tem problema", disse enquanto coçava a cabeça.

Subimos as escadas um de cada vez. Agradeci por ter me lembrado de que era uma floresta e não ter vindo de saia, porque mesmo de calça alguns mosquitos ainda conseguiam picar. Chegamos à cabana e um homem vem nos receber. Não sei se aquilo era bem um homem. Era alto e usava uma capa e uma vestimenta roxa que cobria todo o seu corpo, inclusive a cabeça com uma toca. Da manga de sua capa saíam maõs também roxas, com apenas três dedos. Não sei se era uma luva, mas, mesmo que fosse, era bizarro. Seu rosto era coberto por um tipo de máscara com seis furos, usava sandálias de madeira e segurava um grande poste de luz. Nos convidou para entrar, sentou conosco na mesa e explicou o que sabia sobre o tal disco voador.

                - ‘’Eu não sei o que era aquela coisa. Numa noite normal eu estava sentado na varanda da cabana fazendo a patrulha convencional, mas, não sei. Era um dia estranho, o céu estava totalmente escuro, sem nenhuma estrela. De repente, vi um ponto brilhando naquela imensidão vazia e tive a impressão de que se mexia. Logo parou de ser impressão e aquela coisa veio em direção à floresta. Parecia ter saído de algum portal, não dava pra ver por conta da escuridão. O brilho daquilo começou a ficar cada vez mais forte, até que eu já não conseguia abrir os olhos graças ao clarão. Tudo que ouvi foi um barulho muito alto de impacto e árvores caindo. Quando consegui recuperar a visão, vi a fumaça saindo e resolvi pegar meu poste e ir em direção a ela. Mas, ao me levantar, antes que pudesse sequer piscar,  aquela coisa passou por cima da cabana e só de sentir sua presença uma sensação ruim tomou conta do meu corpo. Era como se eu estivesse incapacitado de me mover, paralisado de medo. Nunca havia experimentado essa sensação antes. Eu não consigo identificar precisamente o que era aquilo, porque era diferente de tudo que eu já havia visto antes. Mas era uma espécie de polvo, com apenas três tentáculos conectados a uma grande cabeça" .

Só a descrição daquele monstro foi suficiente para me deixar com uma sensação muito grande de desconforto. O que será que poderia ser? E o principal: por que está aqui?

Descemos da cabana para conhecer a região da floresta. Jax mostrava conhecer aquilo como a palma da mão. Foi nos falando cada ponto que poderíamos gravar para nos encontrar mais fácil e fez algumas marcas com seu poste nas árvores, nos mostrou quais frutas poderíamos comer e quais eram venenosas, além de brevemente apresentar a fauna da região. Quando chegamos a uma certa profundidade da floresta, ele foi marcar uma das árvores e algo se mexeu acima de nós. Peguei meu rifle e atirei para cima na intenção de um tiro de sorte, porém parece que, além de errar miseravelmente, só o irritei mais. Desceu da árvore um macaco com uma armadura vermelha que cobria apenas algumas partes do seu corpo. O resto era vestido por alguns panos surrados, como aqueles que os monges costumam  usar. Segurava um bastão estranho que parecia adequar seu tamanho à vontade de quem estava segurando. Tinha uma expressão intensa de raiva estampada e sem hesitar partiu para cima do grupo. Ou melhor, veio em minha direção. Dei um passo em falso para trás e acabei por cair sentada no chão. Estava prestes a levar um golpe de seu bastão quando Jax entrou na frente, travando a arma com seu poste. Bloqueou mais alguns golpes que vinham de todas as direções possíveis. O movimento dos dois era tão rápido que eu não conseguia acompanhar com os olhos, eles lutavam entre as árvores como se pudessem atravessá-las ao meio. Jax tentou nocautear o macaco com um golpe na cabeça, mas agilmente a criatura segurou seu poste com a mão e o puxou fazendo com que o homem fosse em sua direção e então bateu-lhe nas pernas com o bastão, deixando-o de joelhos. Sem perder tempo, Jax se levanta, salta num mortal de costas, recupera seu bastão e ataca, desarmando o macaco. Mesmo sem arma, ele não queria desistir e continuou a briga, mostrando-se muito habilidoso na luta corpo a corpo. Foi para cima de Jax numa voadora, mas ele desviou e, com o macaco ainda no ar, usou seu bastão para derrubá-lo. Estava girando o poste acima de sua cabeça para o golpe final, mas com um reflexo incrível, o animal conseguiu desviar passando por cima de Jax usando seu bastão como apoio. Conseguiu ainda desviar de alguns golpe e aplicar socos e chutes no homem de vestimenta roxa, que parecia nem sentir. Alcancei meu rifle e dei outro tiro para cima, fazendo o macaco se distrair. Jax aproveitou a brecha aplicou o golpe final batendo com a ponta do poste em suas costas, fazendo-o desmaiar. Virou para nós como se nada tivesse acontecido, me ajudou a levantar e perguntou se eu havia me machucado. Apenas fiz um sinal negativo com a cabeça e ele recolheu o corpo do animal. Já era meio da tarde quando voltamos para a cabana. Nós e o macaco agressor.

Estava nervosa. Aquela ia ser a nossa primeira noite de patrulha e o dia já havia mostrado que a selva pode ser imprevisível e perigosa. Subimos e Jax nos dividiu em dois grupos: Eu e Vi para vigiar a parte oeste e Yasuo e Riven para a parte leste. Ele iria ficar na cabana e tentar descobrir quem era aquele que havia nos atacado. No meio daquela imensa cidade de árvores, havia uma árvore milenar gigante, com centenas de metros de altura que serviria de ponto de encontro caso nos perdêssemos. Todos concordaram em se encontrar ali caso o pior acontecesse.

Terminamos de arrumar nossos equipamentos no começo da noite, descemos e nos dividimos. Eu e Riven nos abraçamos e nos despedimos, jurando uma para a outra que voltaríamos a nos ver não importa o que houvesse.

                - ‘’Tchau Riven, se cuida em’’.

                - ‘’Tchau Cait, se cuida também em! Não vá desaparecer de mim!’’.

Os contos de Caitlyn.Onde histórias criam vida. Descubra agora