(n/a): tem alguns errinhos, pois é antigo. :/
Eu o olhava como se estivesse olhando para o meu ponto de paz em todo o universo, e eu realmente estava. Analisava com cuidado suas expressões enquanto o mesmo lia um livro, ele estava tentando se concetrar, sabia que eu o encarava há um bom tempo.
- O quê foi? - como esperado. Perguntou com a voz arrastada, de forma calma, sem tirar os olhos do livro que lia.
Sorri, tirando um cachinho solto do meu olho e dando de ombros.
- Estou apenas te observando. - disse ainda com um pequeno sorriso no rosto.
Vi sua covinha se fazer presente quando ele me acompanhou, rindo também, e o mundo inteiro pareceu congelar naquele momento. Ver ele fazer o que amava, falar sobre o que amava e apreciar o que amava era o que me fazia feliz, era agradável e me fazia lembrar das noites que passamos observando a lua e falando sobre sua graciosidade e elegância incógnita, enquanto questionamos se ela realmente era deslumbrante, ou se o brilho do sol era responsável por toda a sua beleza. A minha razão. O admirava por isso, por ter me dado uma razão, por me ajudar a me achar e entender que eu era a minha principal razão, o meu verdadeiro amor. Ele também me fez ver além do que eu já conhecia, ver tudo com outros olhos, necessitar e reparar em coisas simples do meu dia a dia e apreciar sentimentos momentâneos e simples. Ele me ajudou a ver que a simplicidade pode ser um ponto de paz. Quando me dei conta de que um dos melhores e mais confortáveis sentimentos pode ser em um momento comigo, sozinha, apreciando uma paisagem, um filme só para mim, junto de uma música que nem sequer sei o nome. Apenas vendo as árvores e as pessoas ficarem pra trás pela janela do carro ou até mesmo ao pedalar uma bicicleta. Sentir o cheiro da grama molhada e sentir um vento frio bater em minha pele, me fazendo arrepiar. Admirar o céu cinza chamativo de um dia fechado. Ver a lua de dia, ou uma grande quantidade de pessoas rindo, se divertindo. Apenas observar um animalzinho fazendo o que gosta, em seu cantinho, me perguntando como um ser tão pequeno pode ser tão inteligente. Meus melhores sentimentos não precisavam de palavras muito menos de algum tipo de luxo, apenas a simplicidade e os olhos que ele me deu, para enxergar beleza nas coisas mais simples e pequenas que existem, desfrutando do que eu sentia durante esses momentos, e era engraçado, já que com ele eu sentia todas essas coisas e mais um pouco.
- É o que te faz bem, uh? - perguntou deixando o livro de lado e cruzando as pernas e prestando atenção em mim.
- É o que me faz bem. - afirmei, pegando a sua garrafa de água e bebendo um pouco.
Era um lindo dia, aqueles bancos de madeira não eram muito confortaveis mas a grama e o sol que me aquecia valiam a pena, principalmente a minha companhia única.
Haviam apenas dois climas em Seoul, o quente, muito quente, e o frio, muito frio. Estava meio termo naquele dia, o parque estava consideravelmente cheio, dias "meio termo" em Seoul eram motivo de agradecer aos céus. O sol e a brisa fresca juntos realmente era motivo de comemoração, de piquenique aliás.
- Ah... Esse livro é realmente muito bom. - mudou de assunto, colocando o livro em cima da mesa de madeira e o olhando como se ali estivesse a coisa mais importante da vida dele. Estava com vergonha, o que me fez rir abertamente.
- Não precisa ficar com vergonha, eu não disse nada demais. - o olhei nos olhos, ainda sorrindo, com uma coragem inexistente. Normalmente ele me intimidava, mal conseguia o olhar por conta disso, mas o deixar tímido me divertia. Quanto mais eu o olhava, mais suas bochechas ficavam vermelhas e seus olhos continuavam baixos, pregados no livro.
- Não, não estou com vergonha. - limpou a garganta, levantando as sobrancelhas e abaixando rapidamente, apoiando os cotovelos na mesa. Eu me divertia. - Estou lendo.
Ri mais ainda de sua cara fechada e me perguntava no que ele estava pensando, já que lendo ele não estava.
- O livro, Joon. Ele está de cabeça pra baixo. - gargalhei e ele rolou os olhos, sorrindo ladino e aparentemente se rendendo.
- Okay, Onika! Você conseguiu. - fechou o livro e arqueei as sobrancelhas, figindo estar surpresa, o fazendo arfar alto e mostrar sua covinha ao pressionar os lábios uns nos outros.
- Você fica tímido com tanta facilidade.
- Pare.. - paramos de rir aos poucos e percebi que ele começava a observar o parque. Foi assim por alguns minutos. - O dia está tão lindo, não acredito que estamos no inverno.
- Eu gosto do inverno mas nada supera a primavera. - concordei deitando a cabeça na mesa coberta pelo pano com estampa de quadradinhos brancos e vermelhos. Típico.
- A minha estação favorita. - ele disse começando a mexer em meus cabelos, que estavam espalhados pela mesa, o seu cuidado para não desfazer meus cachinhos e continuar com o cafuné era admirável. - As árvores ficam tão lindas, o clima é, na maior parte do tempo, agradável.
- Então quando estou com você é sempre primavera. - comentei com a voz abafada e os olhos fechados, sentindo o sol em meu rosto. Havia esquecido de pasaar protetor solar mas ao menos meu excesso de melanina me salvaria por alguns minutos.
- Como? - ouvi sua risada. Sua voz era linda, extremamente profunda, porém linda. Levantei minha cabeça o olhando.
- As árvores e o clima estão sempre perfeitos pra mim quando estou com você.
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Primavera (Vai Chuva)
FanfictionVi sua covinha se fazer presente quando ele me acompanhou, rindo também, e o mundo inteiro pareceu congelar naquele momento. Ver ele fazer o que amava, falar sobre o que amava e apreciar o que amava era o que me fazia feliz, era agradável e me fazia...