É Primavera

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(n/a): OBRIGADoAAA PELOS 300 FAVS E 1K VIEWS AAHDDHTZZRAAUDDJWWHDIA :( obrigada mesmo, eu ando meio desanimada mas não desisti! espero que a minha escrita poética inspire mais pessoas! muito obrigado, mesmo. sejam pacientes comigo e comentem muito!!!!! espero que gostem 💘

Devo admitir
Que sou réu, confesso
E por isso eu peço
Peço pra voltar
Longe de você
Já não sou mais nada

Veja, é uma parada
Viver sem te ver

- Tim Maia, 'Réu Confesso'
[corrigido]

Ficaram quietos durante alguns minutos, que pareceram durar séculos. NamJoon tentava assimilar as palavras de Onika, ela tinha dito que retribuiria novamente? Aquilo não entrava em sua cabeça, nada mais fazia sentido.

Onika sabia que sua admiração por Namjoon ia além do que pensava, era a pessoa que mais a inspirava no mundo. NamJoon permanecia confuso, mas tinha certeza de que se sentia completo ao lado dela, suas preocupações sumiam ou se tornavam pequenas, foi como se sentiu quando beijou os lábios dela, era como se os planetas tivessem se alinhado naquele exato momento, como se tudo estivesse em seu devido lugar, os seus problema com a faculdade, com o mundo, com si mesmo, haviam sumido. Ela o transmitia uma paz que ele procurava há muito tempo.

Era percetível o quão cansado ele estava, seus olhos estavam fundos e mesmo estando ali, ele parecia vago, pensando com ele mesmo, tentando arrumar a sua bagunça interna.

— Como você está de verdade? Foi no oftalmologista?

Decidiu ignorar os seus sentimentos e agir como se aquele não estivesse sendo o pior dia de sua amizade com Onika. Aquilo a irritou, ela riu contragosto, surpresa com a reação do outro, que mal a olhava nos olhos.

— 'Tá de brincadeira? Você literalmente traiu a sua namorada com a sua melhor amiga e ainda quer saber como eu estou? Como está a sua namorada, NamJoon? Tem falado com ela? — cerrou os olhos, gesticulando com as mãos. Você é inacreditável! Não cansa de fingir? — sorriu triste, desviando o olhar e nagando com a cabeça com uma decepção palpável.

- Onika! Só, por favor, fique quieta!

A mulher de cabelos cacheados arregalou os olhos com a forma que NamJoon elevou a sua voz, chamando atenção. Ele nunca levantava a voz, sua voz era sempre baixa, calma, grossa e compreensiva.

— Você não precisa jogar na minha cara o quanto a minha vida é uma mentira, okay? - falou com os olhos cheios de lágrimas e a voz embargada, mas baixa. Aquilo era uma tortura, desde o beijo Onika não conseguiu olhar pra ele e vê-lo sempre daquele forma, com a cabeça baixa e o brilho de seus olhos completamente apagados, era difícil vê-lo tão pra baixo e não poder o acolher. — Se você consegue lidar com os seus sentimentos de forma simples, ótimo! Mas eu não consigo. Eu não tive tempo e muito menos forças pra colocar as coisas no seu devido lugar, eu não sei como lidar com os meus sentimento, eu não gosto de lidar com eles, Onika.

— Então cresça e aprenda a o fazer.

Sentia as palavras dela saírem de forma fria, mas ele entendia, ela tinha os seus motivos e ao menos estava sendo honesta, ao contrário dele.

— Você pode ter sido a pessoa mais importante da minha vida durante muito tempo, mas agora, tudo o que eu sinto é raiva, eu te odeio por me fazer pensar em você toda noite e me preocupar com o seu bem estar, com o seu psicológico. Eu mal consigo pensar em mim quando eu sou a pessoa que eu mais preciso. Eu não preciso de você, NamJoon.

Seu coração oscilava assim como a sua respiração. Seu peito se apertava mais a cada palavra, como se seu coração quisesse se contrair até sumir por completo. Eram picos de alegria e tristeza, tudo misturado. Ele pôde confirmar que ela o desejava, mas se sentiu péssimo por fazê-la tão mal.
Os dois conversavam baixo, como se estivessem tendo uma conversa casual, e não machucando profundamente um ao outro.

- As suas palavras me fazem pensar que amor e ódio são a mesma coisa.

"Se amor e ódio são a mesma coisa, eu te odeio muito."

Ela pensou.

Onika ignorou aquele comentário e se saiu, deixando duas notas em cima da mesa e indo em direção a porta. NamJoon se levantou e foi atrás dela, sem saber ao certo o que dizer a mesma.

— Não foge de mim de novo. - ele falou atrás dela, há poucos passos de distância, a fazendo parar de caminhar em meio a garoa. - Eu preciso de você. Já disse que te respeito caso queira se afastar, mas fala comigo! Eu preciso de respostas, Onika.

Se aproximou dela, dessa vez a olhando nos olhos. Os olhos são a janela da alma, Onika pôde ver a de NamJoon, assim como ele pôde ver a dela, elas conversavam brevemente, sentiam falta uma da outra.

— Você mal me olha nos olhos. — falou entre dentes, dando um passo à frente. — Você me beijou, decida o que quer da vida. Seja honesto! E-eu penso o tempo todo, se você sente algo por mim ou se foi sempre por pena, eu me senti usada, mesmo você dizendo que não, eu...

Sua respiração começou a falhar, ela tentava formular a frase e terminar seu raciocínio mas só se sentia mais fraca a cada respiração.
Haviam poucas pessoas na rua, as poucas que passavam deduziam que eles eram apenas um casal tendo uma breve discussão, pela a proximidade. O vento gelado balançava os cabelos de Onika e NamJoon não deixou de reparar nos seus cachinhos, como sempre.

Os olhos dele foram para os lábios da menor por alguns segundos, eles tremiam e ela começava a dar sinais de uma crise de ansiedade, NamJoon temia não saber o que fazer. Levou sua mão até o pescoço de Onika, repousando levemente ali, se aproximando novamente dela e a fazendo parar de falar, sua reação foi de espanto, ela afastou o rosto milimetricamente, com medo de errar novamente.

Ele a segurava com uma delicadeza sem igual, a outra mão foi para os seus cachos, acariciando lentamente, enquanto as suas almas conversavam atrás dos olhos. Onika não percebeu quando sua respiração se normalizou.

NamJoon passou a língua em seu próprio lábio inferior, que se encontrava seco por conta da brisa fria. Onika acompanhou aquele ato, seus olhos foram direto para a covinha do outro, que se fez presente por segundos.

Ele havia a acalmado com simples toques. Aquilo era apenas uma tentativa de livrá-la da crise da ansiedade que estava por vir.

- Está mais calma? - não respondeu. - Eu nunca usaria você. Eu gostaria de explicar o que você é pra mim, dentro de mim eu sei, eu sinto, mas não consigo verbalizar isso, Onika. Eu só queria que você entendesse que você é o meu ponto de paz. Você é algo que eu sempre procurei dentro de mim e nunca encontrei. Você faz eu me encontrar e longe de você eu simplesmente não sei quem eu sou.

Onika chorava feito criança. Ainda sentia as mãos dele em seu rosto e pescoço, também sentindo sua respiração extremamente próxima.

— Eu sinto muito por ter feito você se sentir assim, sinto muito por tudo que você sente. Eu prometo organizar os meus pensamentos, sentimentos, a minha vida. E prometo fazer isso por mim.

A abraçou forte, sentindo a mulher retribuir no mesmo instante, chorando em seu peito, rodeando o quadril de NamJoon naquele abraço, sentindo o mesmo apertar forte a sua cintura e respirar fundo em seus cabelos castanhos.

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