9

266 37 26
                                    

Chegando em casa subo ao meu quarto, e logo ligo o notebook entrando numa chamada de facetime com Kairi.

— Me ligando porque? Insegura sobre o nosso plano? – ele fala tranquilo enquanto continua ocupado com algo no celular.

— Kairi, eu tô com um mal pressentimento, sei lá... Melhor cancelar essas coisas.

Ele finalmente tira os olhos do aparelho,e me encara pela webcam — tá de zuação? Óbvio que não! eu sei que você tá criando expectativa e imaginando que vai dar tudo errado.

Bufo e balanço a cabeça negativamente.

— E também... – continua — eu sei que você quer isso a um tempo. Só está ansiosa e insegura, tô errado?

— Talvez...

— ai cala boca Aisha, você quer sim! Vai ser ótimo, só confia.

— Não sei porque ainda continuo te dando ouvidos...

— Porque você me ama - ele sorri.

— *risos* É, deve ser.

Ficamos alguns minutos sem assunto, até lembrar do "breve" encontro que tive com Melissa hoje a tarde. Passo algum tempo o contando tudo que rolou.

— E cadê a tal carta? – Kairi pergunta com um certo nervosismo.

— ah tá aqui oh... – viro pra pegar o papel no bolso do moletom, e o mostro.

— Mano...*risos* tem certeza que o Mattia escreveu isso pra ela?

— Sei lá, pra quem mais seria? Pra tacy do 5° ano b? Ele tinha uma queda por ela se não me engano...

— Não sei não... ele começou a gostar de Melissa a partir do 6° ano, não?

— Talvez...mas não importa agora.

— Hm...ah, presciso ir, vou fazer uma live no Twitch com o Alê...

— okay, então, até depois babe *risos* – aceno dando um sorrisinho.

— Não fica pensando besteira em! tchauzinho.

Desligamos.

Jogo as costas na cama, relaxando por completo. Estava sem sono, mas começo a sentir fome.

Mesmo com preguiça, levanto e desço indo pra cozinha pegar algo pra comer.

Acabo fazendo pipoca e esquentei um pouco do chocolate quente que minha mãe tinha preparado mais cedo.

Sentada, sozinha, num banco alto do balcão. Com um balde de pipoca e uma xícara pde chocolate pré-aquecido. E os fones de sempre nos ouvidos.

Estando totalmente exposta a qualquer pensamento aleatório, que me fizesse mal futuramente, ou me frustrasse alguma hora.

Acabei me apegando as imagens fictícias na minha mente, sem ligar pra como meu psicológico ficaria depois.

Eu e Mattia andando pelas ruas iluminadas e desertas da cidade. Uma boa música de fundo. Criando uma vibe perfeita.

Paramos numa ponte e ele me vira pra ele, com as mãos na minha cintura, e olhando nos meus olhando, deixando claros seus sentimentos por mim.

Sinto as borboletas dançarem no meu interior e mordo uma das pipocas do balde lentamente. Percebo que estava a encarar o nada, com os olhos fixos e e meio arregalados na parede.

Um baque de porta me "acorda".

Era minha mãe.

Ela apenas entrou e foi fazer algo na cozinha.
Não falou nada, então acho que não tem nada rolando.

ᵗʰᵉ ɴɪɢʜᴛ || 𝗠𝗮𝘁𝘁𝗶𝗮 𝗣𝗼𝗹𝗶𝗯𝗶𝗼Onde histórias criam vida. Descubra agora