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Depois de um tempo me balançando, trocamos de lugar e Mattia pediu pra balançar ele.

— já começou a namorar? – pergunta.

— Eu? Não... você sabe... não consigo – por que será né...

— Nunca teve curiosidade?

— Ahrg...ah sei lá... – saio de perto dele e me sento ao pé da árvore, me encolho abraçando as próprias pernas.

— Hey Aisha... – Ele sai do balanço e vindo pra perto de mim
— pode falar, não precisa se esconder, me diz...oque você tá sentindo? Eu quero te ajudar... – ele senta ao meu lado.

— aí Matt...é complicado... – digo ficando cada vez mais nervosa.

— Me diz, eu posso descomplicar pra você! – ele pega nas minhas mãos e me olha — por favor...eu não aguento mais ver você assim...

— E-Eu...Eu não posso... - não quero decepciona-lo, mas oque poderia dizer?

— Aisha, eu prometo nunca contar a ninguém! Absolutamente ninguém! EU JURO! - ele aperta levemente minhas mãos.

O olho com um olhar triste, o choro ainda está preso na minha garganta.

— desculpa... desculpa! - o abraço e deixo uma lágrima escapar, mas logo enxugo — eu realmente, não posso, mas eu prometo ficar bem...

Ele me abraça forte de volta.

— Aisha, eu te amo ,você é como uma irmã pra mim! Mas...

— Mas? – paramos o abraço.

— nada...nada... – ele força um sorriso sem mostrar os dentes — vamos?

Ele levanta e estende a mão pra que eu possa me levantar.

— ehh... claro...

Seguimos a mesma trilha de volta em silêncio.
O sol já estava indo embora, enquanto caia entre as montanhas lá longe.

Tudo já estava mais escuro quando chegamos no carro.

Entramos, Mattia para e me olha
— De qualquer forma, nos divertimos bastante hoje né... – ele solta uma risada calma.

Sorrio — sim...

— Vai comer ainda? –  ele pega a batata já murcha por conta do tempo que ficou no carro.

— é...sim...

Pego um hambúrguer e mordo.
Depois de um tempo em silêncio, começamos a conversar sobre qualquer coisa enquanto comíamos. Séries, filmes, escola...

Sabíamos puxar assunto um com o outro como antes, bom algumas coisas não haviam mudado entre a gente.

— Lembra daquela vez que estávamos no corredor lanchando e você começou a rir da minha piada com a boca cheia de suco? - Mattia retuca.

— Sim, logo depois não aguentei segurar e saiu tudo pelo meu nariz *risos* ardeu pacas!

— Nossa! Quase morri de rir naquele dia *risos*.....sinto saudades daquele tempo, também sente?

—  Sim, mas tem coisas que passaram que não... não desejaria passar de novo sabe.

— Tipo oque?

Lembro da festa e do beijo — Momentos ruins, acho que todos temos...vamos pra casa, preciso usar o banheiro, acho que bebi refri demais.

— é...eu também.

Ele liga o carro e seguimos caminho.
Abro o vidro deixando o ar entrar.

*Quebra da tempo*

Olho a paisagem passar, tudo é tão simples e complicado ao mesmo tempo, coisas da vida que são fáceis de se sentir mais são difíceis de explicar...

Não sei, as vezes me perco no próprio pensamentos...e as pessoas ainda querem que eu explique oque se passa dentro de mim sendo que nem eu mesma sei...

As vezes me odeio por ser eu... por que eu parei de ver Mattia como meu melhor amigo e desejá-lo de outra forma?

Sou uma estúpida...estava bem com minhas idéias e sentimentos, até que eu mesma me embolei e agora...todos acham que tem algo de errado comigo, realmente tem, mas por eu ser uma idiota, não consigo explicar ou ao menos tentar falar algo.

— Chegamos...

Acordo do meu transe de pensamento.

— Ah ufa...você vai querer usar o banheiro? – saio do carro e fecho a porta.

— Não não...de boa, consigo aguentar.

— Então tá... – chego perto da janela, e mostro o mindinho pra ele — Até a próxima? – era como sempre nos despedíamos na infância.

Ele ri — Até... – juntamos os mindinhos e beijamos nossos próprios polegares. Mas differente das outras vezes, nossos olhos se encontraram, e foi um olhar bem profundo, mesmo que tenha durado menos de 2 segundos.

— Tchau... — sorrio já me afastando da janela.

— Tchau minha donzelinha! *risos*

— Tchau meu patinho feio! *risos*

Rimos um pro outro.
Abro a porta da frente e entro, aceno de longe pra ele.

Ele dá partida e saí.

Entro — mãe? Tá aí?

— Hum... estamos aqui! - ela levanta a mão do sofá.

Ela e meu padrasto estavam assistindo filme.

— Ah okay tudo bem, vou pro meu quarto então.

— Ei mas como foi lá? Se divertiram?

—  Simm, foi ótimo, Mattia parece um pai quando se trata de mim, devia ver mãe.

Ela solta uma leve risada.

Subo as escadas e entro no meu quarto trancando a porta.

Sei que rimos, tivemos momentos legais hoje, mas não consigo segurar as lágrimas que guardei.

Foi só eu deitar na cama por alguns minutos que lembro dos "piores momentos de hoje. Tudo que aconteceu, caio no choro.

— Porque?! Porque a Melissa??

Me sentia um lixo.
Litros e litros de lágrimas derramados sobre os lençóis que dobrei com ele.
Chorei tanto que comecei a soluçar como uma criança, e o ar começou a faltar.

— *snif* para Aisha! *snif* respira!

Respiro fundo várias vezes tentando voltar ao normal. A respiração parece sair do meu controle em segundo, me lembra minha crise de pânico há alguns anos atrás.

Tiro a roupa rápido e jogo tudo no chão, vou até o banheiro e ligo o chuveiro, entrando embaixo da água morna.

Começo a me acalmar, fecho os olhos e tento não pensar besteira.

Depois de alguns longos minutos na água, ainda soluçando um pouco, sinto minha respiração voltar, desligo o chuveiro.

Não acho toalha, então pego a de rosto e me enxugo de qualquer forma.
Saio nua do banheiro e deito na cama me enrolando com minhas mantas grossas.

Não sei oque eu tenha, talvez seja estresse, ou tristeza...
Só quero ficar quieta no meu lugar.


[...]

Isso tá bom?...mds tô perdida,dsclp kk

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ᵗʰᵉ ɴɪɢʜᴛ || 𝗠𝗮𝘁𝘁𝗶𝗮 𝗣𝗼𝗹𝗶𝗯𝗶𝗼Onde histórias criam vida. Descubra agora