12 - The Night Of The Hate Comments

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Oiii meus amorees, prometi que ia voltar com o cronograma de postagens semanais e aqui estou eu com mais um capítulo fresquinho pra vocês.
Espero que gostem, boa leitura💖

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     O silêncio na mesa essa noite estava tão denso que era quase palpável e era visível o desconforto de todos os presentes, fosse por alguma questão interna envolvendo outro dos ocupantes da mesa ou a própria tensão que pairava no ar.
     Eu sabia meus próprios motivos pra estar tão desconfortável e até receosa com esse jantar, mas talvez a maioria deles não fosse tão visível quanto eram os de minha mãe pra todos, e os da minha avó pra mim.
     Minha mãe estava apreensiva sobre quais seriam os julgamentos e as palavras duras que ela seria obrigada a ouvir calada da minha avó sobre a casa, a comida, os filhos e quais quer outras coisas que ela pudesse inventar pra falar mal dela dessa vez.
     Já minha avó ainda me julgava em silêncio pela conversa na porta do banheiro mais cedo, e sentar logo de frente pra ela não estava ajudando nenhum pouco a dissipar esse clima, já que algumas vezes notei que me olhava torto.
     O lugar também não parecia muito confortável para a minha mãe, que estava bem ao lado da sogra e evitava ao máximo olhar para o lado de cá. Apesar de manter a cabeça erguida, como sempre, quando não estava olhando para o próprio prato. Mantinha-se virada pra Hyunjin, que estava à sua frente, e as poucas que desviou seu olhar da comida, foi para meu pai, na cabeceira da mesa ao seu lado direito, ou pequenos olhares furtivos em minha direção, como que pra se certificar que eu estava bem.

     —A comida está ótima, querida. — meu pai quebrou o silêncio com um sorriso, numa tentativa falha de amenizar a tensão no ambiente.

     —Esta mesmo, mãe. — emendei, também tentando forçar um sorriso.

     —Você deveria ter ajudado sua mãe na cozinha, Yeji. — minha avó disse sem olhar pro meu rosto, com o olhar de escárnio fixo na comida, e aquela frase foi suficiente pra fazer sumir o sorriso fraco que eu tinha forçado os músculos do meu rosto a fazerem — Já passou da hora de aprender a fazer as tarefas domésticas. — disse, fazendo com que o desconforto em mim aumentasse — Além de ser seu dever como mulher, talvez assim não tivesse demorado tanto pra ficar pronto. — finalizou com a voz carregada de desdém, fazendo questão de ofender tanto à mim quanto à minha mãe naquela frase.

    Eu queria ter dado à ela uma resposta a altura, pra ver se fazia com que ela entendesse de uma vez por todas que me casar e fazer as tarefas domésticas não são meu "dever como mulher", e que também não era dever da minha mãe passar horas enfurnada na cozinha preparando nada pra ninguém, muito menos alguém que a destrata tanto como minha vó, depois de um dia cheio e cansativo, mas engoli tudo isso em seco, já que não queria criar ainda mais desconforto e nem começar uma briga ali.
     Acho que posso dizer que o desgosto que ela sente de mim por não querer me casar e criar uma penca de filhos, cuidando da casa e dos afazeres domésticos dependendo financeiramente e exclusivamente de um homem que acha que manda em mim, é recíproco, pois sinto o mesmo desgosto quando a ouço verbalizar esse tipo de pensamento retrógrado. Mas, infelizmente, não escolhemos a família na qual nascemos, nem de quem somos filhos ou netos.

     —E você, Hyunjin? — meu avô se pronunciou após mais alguns minutos daquele silêncio incômodo. — Como está na faculdade? Já arranjou alguma namorada?

     Meu irmão quase se engasgou com o suco, do qual tomava um gole quando nosso avô fez aquela pergunta. Naquele momento, tanto eu quanto meus pais lhe lançamos alguns olhares furtivos, apenas torcendo pra que ele não dissesse nada que provocasse um escândalo por parte dos nossos avós, já que isso era tudo o que nós não precisávamos.
     Apesar de meus pais serem super compreensivos e mente aberta sobre esse assunto, era inegável o fato de que homossexuais não eram bem vistos ou bem aceitos pela sociedade em diversas partes do mundo, principalmente um país conservador, como o caso da Coréia. E nossos avós, como bem os conhecemos, são absolutamente homofóbicos e, se não cauzassem apenas um grande escândalo na porta da casa pra que toda a vizinhança soubesse o "tipo de gente" que mora nesse casa, poderiam começar a sugerir diversos tipos de "curas gay", como se isso fosse uma doença, ou até mesmo um deles podia infartar ali mesmo.

I Don't Like Your Boyfriend - YejisuOnde histórias criam vida. Descubra agora