Capítulo 14 - Taehyung

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Taehyung não saberia dizer o porquê, mas ser amigo de Hoseok tornava tudo mais leve enquanto pensava em sua missão e em como era viver na Coreia do Sul, longe do local que fora criado.

Sempre que ele chegava na escola, isso entre as sete e oito da manhã, Hoseok ainda não tinha chegado. Ele sabia que o humano costumava aparecer uns dez minutos antes da aparição do professor, então Taehyung aproveitava desses momentos para observar o céu e pensar nas palavras de Song, dias antes.

Já era inverno, e a neve cobria com mais facilidade o horizonte desde que a temperatura começara a cair completamente. Era fácil Seul ficar nos graus negativos, então começou a virar um desafio para Taehyung agir como um humano que sente frio e que tem seu corpo afetado pelo clima áspero.

Quando o relógio em cima do quadro marcou sete e cinquenta, a porta se abriu, deixando à mostra um Jung Hoseok afetado pelo clima sul-coreano: a porta de seu nariz estava vermelho, assim como as maçãs de seu rosto, seus lábios estavam levemente azulados e seus olhos completamente inchados porque ele já tinha dito que não conseguia dormir bem no inverno. Embora soubesse que o amigo (era estranho dizer essa palavra) estava mal, Taehyung não conseguia parar de pensar quão fofo ele ficava com aquela quantidade absurda de roupas quentes e o cachecol de malha azul, que cobria seu pescoço todo.

— Bom dia, Tae — ele sorriu abertamente apesar de estar visivelmente mal, jogando a mochila na cadeira antes de se aproximar e sentar em cima da sua mesa, próximo o suficiente para Taehyung notar que não, ele não estava gripado. — Dormiu bem?

— Sim — assentiu. E era verdade, porquê no dia anterior ele teve seu carregamento e estava muito melhor do que nos dias anteriores. — E você?

— Uh... mais ou menos — deu de ombros, retirando do cachecol o suficiente para deixar seu pescoço á mostra. — Você sabe como odeio o inverno. Eu sempre me sinto menos... produtivo.

— Eu sei — o sorriso de Hoseok aumentou, e embora Taehyung não conhecesse todos os sentimentos humanos ainda, ele sabia que de alguma forma fizera Hoseok feliz, só desconhecia como. — Mas você não está gripado.

— Não — ele negou, retirando a touca preta da própria cabeça e a apoiando nas coxas magras, enquanto observava os pés cobertos pelo sapato social de que nada protegia. — Minha mãe me deu um remédio, então talvez demore um pouco para eu ficar doente.

— Espero que nunca — Hoseok o olhou, sorrindo novamente como sempre fazia. Taehyung já tinha se acostumado com aquilo, portanto não se deixava ser afetado pela forma que os lábios do outro sempre ficava em formato de coração quando o fazia, ou com seus dentes tão retos e brancos que pareciam artificiais – assim como eram os de Taehyung.

— Espero que você também não fique doente.

— Eu não... — sua fala foi cortada quando sentiu o amigo colocar a touca preta em seus cabelos escuros, de forma que pequenos cachos escapassem pelas laterais de sua cabeça, assim como alguns caíam em sua testa. —... Vou.

— Fico feliz por isso — ele sussurrou, ajeitando seu cabelo para o lado e de modo que não ficasse desconfortável na área das orelhas antes de se afastar, deixando um Taehyung sem saber o que dizer sobre aquilo enquanto ainda se olhavam. — É para você não ficar com frio.

— Obrigado — murmurou, tocando o tecido escuro com cuidado antes de desviar o olhar para a janela, notando o carro tão conhecido por si ser estacionado próximo ao prédio de entrada, antes dos três adolescentes descerem dele. — Qual a idade mínima para tirar carteira de motorista na Coreia?

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