Capítulo 66

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Henry

Há momentos na vida em que milésimos de segundos decidem o rumo que o universo pode tomar. Escolhas feitas sem a devida atenção, é o que definem guerras mundiais. Mas as vezes, ideias mirabolantes podem te tornar o patrono da maior potência mundial. A questão é que estar no controle de suas próprias decisões, e ser o único que pode ser responsabilizado por elas, é a metamorfose perfeita de liberdade e abismo, onde você define se sua vida será um sucesso ou se cairá na monotonia de ser alguém comum demais para se definir como extraordinário...

- Eles deveriam ter entrado em contato acerca de uma hora atrás. - digo olhando o relógio enquanto caminho de um lado para o outro

- Precisa ter calma. Sabe que eles não funcionam assim... - Lorenzo me avisa e respiro fundo

- Você fez o que tinha que fazer, Henry. - a voz doce de Júlie ecoa na sala e encaro seus olhos azuis - Você lutou por ela com as armas que tinha. E eu estou muito orgulhosa de você. - diz se aproximando e tocando meu ombro. Sinto minha garganta tampar no mesmo momento em que sinto as lágrimas virem com tudo

- Não, eu não fiz! - digo com força - Eu tinha a porra de um exército a minha disposição, e ainda assim, não os mandei arrancá-la daquele lugar. - falo e me sento no sofá, encarando as pessoas naquela sala. - Eu falhei com ela. Confiei sua vida a uma pessoa que não vejo há anos, pelo simples fato dela não aceitar a porra de toda a ajuda necessária que temos a nossa disposição. - ralho e passo as mãos pelo meu cabelo completamente exausto - Eu a deixei ir... eu deixei que aquela mulher, a mulher mais linda do mundo fosse levada dos meus braços - digo sentindo as lágrimas rolarem desesperadamente pelo meu rosto - Eu deixei que levassem embora a minha única chance de ser feliz. A PORRA DA MÃE DOS MEUS FILHOS - grito e minha garganta trava, me sinto como uma criança impotente - E agora, Júlie? Ela os trouxe para cá, como eu vou olhar para eles e dizer que não fui forte o bastante para trazer a mulher que os salvou, que os tirou da rua, de volta para casa? Me diz, Júlie? Vou olhar para eles e dizer "eu fiz o que pude"? Porque nós sabemos que eu NÃO FIZ! - sinto minha respiração entrecortada e olho para minha que chora tanto quanto eu...

- Henry.... - diz tentando se aproximar

- Não! - coloco a mão na frente - Ela disse que me amava - lembro da última vez que ouvi sua voz, enquanto ela estava ajoelhada, pronta para morrer - Eu nem se quer pude dizer o que eu sentia. - soluço completamente desesperado - Que ela era a mulher mais linda, forte e generosa que conheci nesse mundo. Que no momento que a olhei, sabia que ela era a mulher da minha vida. Porque eu não passava de um fodido qualquer, e tive a oportunidade de ter a alma mais linda do universo em minhas mãos, e a deixei espaçar - choro compulsivamente e sinto minhas mãos tremerem. Os braços fortes de minha prima se jogam ao meu redor - Eu nem se quer pude dizer que a amava... - a abraço de volta, desabando o mar de sentimentos que me atormentou durante todos esses dias. Meu coração bate tão forte, que sinto que ele me fará explodir a qualquer momento. E isso é tudo que eu verdadeiramente queria...

- É bom você lembrar de cada uma dessas palavras, Porquê não pode achar que se livrará de mim tão fácil, Henry Portman....

Scarlett

Cada palavra que sai da sua boca, faz meu coração disparar de paixão. Nenhum chute ou soco que levei, me fez sentir a dor de ver o homem mais poderoso do mundo naquele estado. Para cada lágrima que desce do seu rosto, sinto que o meu corresponde ao triplo. Mas não tenho forças para dar um passo além. Eu o observo e não há nada nesse mundo, que me fizesse sentir a sensação de finalmente estar em casa, alem dos seus olhos azuis finalmente pararem nos meus. Vejo ele se levantar e correr em minha direção. E assim que seus braços enrolam em mim, sinto as barreiras do meu corpo caírem. Minhas pernas falham e fico de joelhos e ele me acompanha. Choro copiosamente em seu peito, como nunca me permiti antes...

- Você voltou... - ele sussurra em meu ouvido e balanço a cabeça positivamente e o olho. Toco seu rosto e aliso a barba que estar por fazer. Mesmo parecendo extremamente cansado, ele continua lindo

- Você me trouxe de volta - sussurro de volta e encosto meu nariz no seu e fecho os olhos

- Eu amo você, Scarlett Miller. - ele diz tocando em meu queixo, me fazendo olhá-lo - Eu amo você, sua loira desgraçada. Nunca mais ouse ficar longe de mim, está me entendo? - pergunta e sorrio entre as lágrimas

- Eu te amo - murmuro e sinto sua boca tomar a minha, no beijo mais reconfortante da minha vida. Eu finalmente estou em casa...

A Primeira Dama (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora