Hoje era o primeiro dia de aula, estava muito empolgada.
Meu pai tinha conseguido a passagem dessa semana.
Levantei e fui direto tomar um banho e aproveitei e passei uma escova nos meus cabelos cor de mel e ondulado. Eu não me acho bonita, tenho um metro e sessenta, cabelo bem longo que batia na cintura e olho castanho, meus lábios não era fino mas também não era grande, era médio e bem desenhada, minha cintura era fina e tinha uma bundinha, não sou magra nem gorda. Depois do banho vesti um short curto cintura alta e uma blusa do Bon Jovi preto colocando por dentro do short e calcei meu tênis preto. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e passei um rimel e um blash.
Fui tomar o café e encontrei o papai sentado pensativo e mamãe concerteza estava dormindo . Alisei sua costas e fui colocar meu café.
Nós estávamos na mesma situação, ou pior, já que estávamos sem energia e sem comida. Meu pai tinha feito um serviço como ajudante em uma obra e com o dinheiro ele comprou comida e me deu para poder ir ao colégio.Coloquei meu café e sentei do lado do meu pai.
— Tô tão orgulhoso de você filha — meu pai deu um sorriso fraco porém sincero — Você merece — sorrir ao ouvir aquilo.
— Obrigado, pai. Você é meu exemplo, tá? — abracei ele e fui retribuída.
Meu pai era um exemplo pra mim, como pessoa, pai, amigo, tudo. Eu amava muito ele.
Entre esse abraço quase chorei mas segurei o máximo, preciso ser forte.
— Tchau, tenho que ir. — falei levatanto e bebi mais um gole de café.
— Beijos, e boa sorte.
Soltei um beijo pra ele e pequei minha mochila.
Sai de casa as pressas porque já estava atrasada pro meu primeiro dia de aula no Rotary group. Dei sorte que vinha um ônibus, dei a mão e ele parou. Entrei e sentei no fundo e coloquei minha testa na janela.
Fiquei olhando os carros que passavam e os prédios enormes e nem notei quando já perto do colégio. Pedi pra parar e logo parou.
E ali estava eu, realizando uns dos meus sonhos.
Desci do ônibus vendo vários adolescentes em grupos rindo, conversando, abraçados. Isso me fez sentir pequena, pos ali todos tinham condições financeiras e todos estavam bem vestidos.
Alguns olhavam pra mim como uma estranha.
Deslumbrada como tudo aquilo eu parecia estar na Disney, tudo era perfeito, qualquer um daria tudo pra estar aqui. Subi as escadas procurando minha sala, no site do colegio dizia que era a sala 87.
Depois de andar orrores e esbarrar em várias pessoas eu finalmente tinha achado minha sala.
Entrei na sala e lá já tinham várias pessoas sentadas, todas elas conversavam em seus grupinhos. Logo em seguida entrou um professor com um livro e uma mochila em mãos e logo colocou sobre a mesa. Ele era alto, não muito gordo, usava óculos, sapatênis, uma camisa azul lisa e calça jeans lavagem preta.
— Bom dia! — falou fazendo todos ficarem quietos - Sou o Andriel, professor de história. Acho que alguns já me conhecem. Espero que esse ano teremos um bom rendimento, assim como os anos anteriores. Vamos fazer histórias diferentes né amados — ele riu do próprio trocadilho porém só ele riu — Emfim, vamos começar.
A aula de história foi bem interessante, ele sabia explicar e tinha muita paciência.
Todas as aulas foram ótimas.
O sinal bateu indicado intervalo. Quando eu ia saindo uma menina fechou a porta.
Senti ela um pouco mal educada mas não falei nada.
— Recadinho rápido gata — ela falou e saiu saltitando até a frente da sala. — Gente, presta atenção aqui! Hoje vai ter uma comemoraçãozinha na casa da Lenny, quem quiser chegar tá convidado, e só lembrado que levam biquínis e sungas, ok.
— Aí sim eu vi vantagem — falou um menino do fundo — Que horas começa?
— Entre nove meia e dez horas.
A menina tinha um corpo de dar inveja. Ela era negra, tinha um cabelo bem volumoso cacheado com luzes loira e um bocão. Ela se vestia muito bem.
Quando eu ia saindo a menina me gritou.
— Ei! — ela foi se aproximando — Desculpa ter fechado a porta daquele jeito é que esse recado ara muito importante. Sempre começamos o ano com uma festinha.
— Tudo bem — falei dando um sorriso de lado.
— Ah, desculpe não me apresentar. Me chamo Joyce. — agora sim ela pareceu ser educada.
— Mel.
— De Melissa? — ela perguntou me fazendo rir.
Todos achavam que meu nome era Melissa e que Mel era apelido mas era só Mel mesmo, meu pai que colocou, dizia que era nome de princesa.
— Não. Só Mel mesmo. — ela riu
— Ah — ela riu — Vamos sentar na cantina. Tô morrendo de fome.
Assenti e fomos.
Joyce comprou uma Coca e um sanduíche, não comprei nada porque não tinha dinheiro.
— Não vai comer nada?
Ela me perguntou me fazendo ficar com vergonha. Eu não queria falar, era muito chato falar essas coisas pra pessoas que sempre tiveram tudo.
— É que...Eu não tenho dinheiro. Lá em casa tá em uma situação muito complicada.
— Como assim? — ela franziu as sobrancelhas enquanto comia seu lanche.
— Meu pai e minha mãe estam desempregados, e lá em casa são quatro pessoas sabe, meu pai já não tá conseguindo achar nada pra fazer; até sem energia a gente tá.
— Você não pensa em trabalhar com nada?
— Já procurei todos os tipos de trabalho e nada.
— Posso te recomendar uma coisa?
— Claro.
Ela pegou sua carteira e pegou um cartão e me entregou.
— Essa contato é do meu pai. Ele tá procurando meninas para trabalhar no negócio dele, quem sabe ele não acha alguma coisa.
Olhei aquele cartãozinho e ali e meus olhos brilharam, ali poderia ser a oportunidade da minha vida.
— É pra trabalhar em restaurante ou alguma coisa assim?
— Só entrando em contato pra saber — guardei o cartão no meu bolso — Vai pra festa hoje?
— Não tenho passagem
— Me manda teu endereço que eu passo lá e te pego.
— Jura? - uma emoção tomou conta de mim.
Nunca tinha ido à uma festa antes.
Dei meu endereço a ela.
— Tô passando lá as dez.
[...]
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Outra eu
RomanceVendo sua família em desespero e com muitas dívidas, Mel procura emprego, porém a jovem não consegue nada e entra em desespero. Em uma nova escola a Mel conhece Joyce, filha de um cafetão muito "conhecido" por muitos empresários. Então Joyce propôs...