São Paulo, 06:45 AM
— Ei, acorda.
Assustei com meu pai me cutucando.
Levantei sentindo meu corpo quebrado em mil pedaços, minhas cabeça parecia que eu tinha levado umas cacetadas na cabeça até desmaiar. Estava péssima, e ainda por cima minha roupa estava molhada.
— Que horas são? — perguntei ainda sonolenta e com muita vontade de voltar a deitar.
Isso que dá ir pra festa em meio de semana.
— Seis horas, quase sete — levantei correndo.
Merda!
Hoje era dia de pegar o fardamento do colégio, caso eu não pegasse teria que pagar pra ter, só que já não tinha dinheiro pra outras coisas quem dirá pra comprar um fardamento.
Fui pro banheiro e tomei um banho rápido lavando os cabelos. Vesti uma calça cintura alta rasgada e uma blusinha, fiz as coisinhas básicas e sai.
— Ei! Comprei café! — meu pai falou quando me viu passando pela sala apressada.
— Tô atrasada, pai. Beijos amo vocês — falei vendo meu pai e o Pedrinho tomando café.
— Também te amo, boa aula — escutei meu pai falar
— Tchau, Mel!
Corri até o ponto de ônibus e por sorte estava passando um que ia direto pro Rotary.
[...]
Tinha chegado atrasada, a aula de química já estava rolando, então decidi ficar do lado de fora esperando a segunda aula.
Fiquei ali no pátio lembrando de algumas coisas que tinha acontecido na festa até que lembrei do cartão que Joyce tinha me dado, eu ainda não tive tempo de ligar.
Disquei o número que tinha no cartão e no terceiro toque escutei uma voz feminina no outro lado da linha.
- Alô
- Oi, é que uma moça me passou esse contato para que eu a uma vaga de emprego - falei procurando paralavras e gaguejando um pouco por conta do nervosismo.
- Ah, sim, claro. Você pode vir hoje a tarde? Eu te passo o local, tem caneta aí?
- Só um instante - peguei meu caderno e ela me passou o endereço certinho - Obrigado.
A moça desligou e senti uns friozinho na barriga, só de saber que estava a alguns passos de um emprego e ajudar minha família já fazia minha felicidade aumentar em um grau muito alto.
A aula de química tinha acabado.
Fui e assistir todas as aulas. Era incrível como os professores faziam as aulas serem interessantes, nunca senti isso no meu último colégio.
Bateu o intervalo e fui pegar meu uniforme, e não demorou muito porque estava sem fila.
Quando estava passado vi a Lenny e Joyce juntas sentadas na escada.
— Oi — falei chegando próxima delas e logo vi o olho da Lenny arregalar.
A Joyce estava bem cabisbaixa, parecia bem triste. Sentei ao lado.
— Oi — falou sem dar muita importância.
— O que aconteceu que você foi embora ontem cedo? Pensei que fosse a última a sair da festa.
— Terminei com meu namorado — falou — E ainda descobri que ele ficou com uma garota. Só não me deram nomes — ela olhou pra minha mão — E ainda tenho que vesti esse uniforme orroroso.
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Outra eu
RomanceVendo sua família em desespero e com muitas dívidas, Mel procura emprego, porém a jovem não consegue nada e entra em desespero. Em uma nova escola a Mel conhece Joyce, filha de um cafetão muito "conhecido" por muitos empresários. Então Joyce propôs...