CAPÍTULO 4

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São Paulo, 21:27 PM

Eu já estava desde de cedo arrumada. Meu coração só estava faltando sair pela boca de tanta ansiedade. Hoje era a primeira festa que eu iria, e ainda de gente com condições, o que me deixava um pouco assustada.

—  Uau, como tu está linda, meu amor  — meu pai falou chegando do "trabalho" enquanto eu estava no sofá inquieta de tão ansiosa esperando a Joyce.

—  Aí pai, obrigada — sorri um pouco nervosa enquanto o mesmo beijou minha cabeça.

— Você tá linda mesmo Mel— Pedrinho falou me fazendo sorrir

— Meu príncipe, obrigado —  puxei o Pedrinho pro meu colo dando um beijo na bochecha dele —  Agora vai dormir que já tá tarde, tá bom?

O mesmo saiu com seu urso na mão direto pro quarto.

Aqui em casa já estava com energia, meu pai tinha puxado uns fios do vizinho, que emprestou por alguns dias até nossa situação normalizar, e se fosse normalizar.

[...]

22:10 PM, São Paulo

Eu tinha acabado de chegar na festa, e estava bombando.

A música muito alta com muita gente dançando com suas bebidas. Muito  já parecia esta muitos bêbados. E a casa era muito linda, apesar de estar toda enfeitada.

— Essa aqui é a Lanny — Joyce tocou no meu braço enquanto eu apreciava tudo aquilo, me fazendo acordar do transe — Lanny, essa é a Mel.

Lanny era alta e loira e magra, parecia modelo e vestia um vestido dourado que realçava seu corpo. Ela sorriu e me comprimentou com dois beijos, fiz o mesmo.

— Prazer — retribui.

— Todo meu — ela falou me deixando sem graça, enquanto a Joyce parecia procurar alguém.

— Você viu meu namorado? Ele disse que já tinha chegado.

— Vi, estava no bar da última vez que vi ele. Vamos — ele se virou pra mim — Aproveite a festa.

— Amiga, vou encontrar meu namorado, qualquer coisa liga pro meu celular — ela se agarrou no braço da Lanny e se perdeu na multidão que curtia.

Nem sabia que ela tinha namorado.

Estava deslumbrada com aquela festa,  sai pra procurar uma bebida e logo dei de cara com o garçom. Peguei uma taça de gin com morangos e bebi um pouco indo dançar.

[..]

Em alguns minutos eu já tinha bebido muito, isso já ia valer pelo ano inteiro, minhas pernas já estavam até bambas de tanto balançar a raba. A vibe da festa estava tão gostosa que eu poderia ficar até de manhã aqui dançando.

Já tinha passado algumas horas e em  momento nenhum vi a Joyce, com certeza estava como namorado.

— Amiga, tô indo pra casa, tá? — Joyce apareceu do nada com uma cara não muito boa.

— Tá bom, mas você tá bem? — perguntei preocupada com uma voz meio lenta por causa do álcool.

— Depois te explico, tchau — assenti e ela saiu

Voltei a dançar sentindo uma vontade muito grande de fazer xixi.

Tirei meu salto indo em direção a casa procurando um banheiro. Lá dentro tinha muito mais gente.

Olhei várias portas mas não era banheiro.

Fui subindo a grande escada mas logo parei quando vi um menino descendo.

— Sabe onde fica o banheiro?

— Fica no corredor aqui em baixo — ele falou e sorriu.

— Obrigado — retribui o sorriso.

Quando virei pra descer, dei de cara um um cara alto, fazendo toda bebida que eu tinha na mão ir direto em sua camisa e em minha saia.

— Aí, desculpa. Perdão mesmo, sujei você todo — falei olhando pra camisa dele toda suja.

Eu ainda não tinha olhado pra ele, mas quando olhei achei ele um gato.

Ele era bem alto, bronzeado, e tinha os cabelos cor de chocolate assim como seus olhos, e uma boca carnuda com uma pintinha, ele era forte e estava vestido em uma jaqueta de couro marrom, uma camisa branca, calça jeans e um tênis branco da nike e um brinco de cruz na orelha esquerda.

— Tudo bem, minha noite já não estava tão boa assim mesmo — falou tentando limpar em vão.

— Desculpa de verdade

— Tudo bem

Ele subiu as escada.

Fui procurar o banheiro e logo achei.

— Vamos em uma brincadeira, Mel? — Lanny perguntou enquanto eu lavava as mãos — Verdade ou consequência.

A última vez que eu tinha brincado disso tinha dado merda, mas já que eu estava aqui né, vamos nos jogar.

Sorrir e a Lanny bebaça me arrastou até a área da piscina, que já tinha um roda gigante na grama.

Sentei em um lugar aleatório perto da Lanny.

— Ei Gustavo! Já tá indo embora? Tá cedaço ainda  — olhei vendo que era o cara que eu tinha derramado bebida mais cedo.

Ele que já estava quase no portão voltou e veio falar com a Lanny.

— Tô com um pouco de dor de cabeça  — eu tenho certeza que ele lembrou que foi eu que derrubei a bebida nele porque o mesmo não parou de me olhar.

— Vem brincar um pouco, começo do ano letivo né, temos que aproveitar — ele concordou e sentou do meu lado.

Eu já enxergava tudo rodando.

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