"Às 12:00 horas do primeiro dia de outubro de 1989 43 mulheres deram a luz ao redor do mundo; o mais curioso é que nenhuma dessas mulheres estavam grávidas quando o dia começou.
Então, Sir Reginald Hargreeves, um bilionário excêntrico, decidiu comprar e adotar sete dessas crianças dotadas de habilidades especiais, e as chamou de Umbrella Academy."
Isso é o que todos pensavam.
「...」
- Sr. Hargreeves, ela chegou. - anunciou um dos seguranças da academia ao entrar na sala de estar.
Reginald fumava um cachimbo acompanhado de Pogo, que estava posicionado ao seu lado, segurando sua bengala.
O velho então foi até o hall de entrada, onde uma mulher jovem com um bebê nos braços o esperava, com expressões assustadas e desesperadas. Ao seu lado um homem de no máximo vinte e cinco anos a acompanhava, com os braços apoiados em seus ombros, e tinha as mesmas expressões que a mulher.
Os olhos da criança em seus braços eram completamente brancos e veias escuras passavam por de baixo da pele clara; algo que Sr. Hargreeves jamais vira em toda a vida.
- Jesus... - sussurrou Reginald. - O que é isso?
- E-eu não sei o que está acontecendo com ela, eu acordei hoje de manhã e a encontrei assim. - a mulher estava aos prantos e seus braços tremiam ao segurar a criança. - Por favor, eu não irei cobrar nada, mas não quero ter essa coisa dentro da minha casa!
Reginald se aproximou, observando de perto o ser esquisito que estava coberto por uma manta rosa. Sua pele parecia ser extremamente frágil e poderia ser rasgada como papel com qualquer movimento brusco.
- Tudo bem, traga ela até o meu escritório. - saiu andando e subiu a enorme escadaria, abrindo as enormes portas para que a mulher pudesse entrar.
Ela deixou a criança sobre o sofá e saiu novamente, deixando Reginald sozinho com ela. O ar estava abafado, o corpo pequeno da pequena criança estava fervendo como água no fogo, e seu sangue borbulhava pelas suas veias. Aquela era, definitivamente, a coisa mais estranha que Sr. Hargreeves já vira. Pogo entrou poucos minutos depois, observando tudo de longe.
Reginald puxou um dos livros de sua enorme estante e uma passagem secreta se abriu, relevando uma enorme escadaria escura e repleta de teias de aranha. Pegou a criança nos braços e a levou lá para baixo seguido do chipanzé, que carregava uma maleta preta. Fechou novamente a passagem, os deixando no completo breu.
Desceram os degraus, parando em frente a única porta que havia no corredor, que dava passagem para um quarto parecido com uma enfermaria; diversos balcões e armários estavam espalhados pelo quarto, e dentro tinham os mais diversos tipos de medicamentos e elixirs.
Pogo apareceu logo atrás dele, e perguntou, retirando os óculos:
- Tem certeza que vai mesmo fazer isso? - se aproximou do velho. - As consequências podem ser inimagináveis e não sabemos os efeitos colaterais.
- Olhe só para esta aberração! - exclamou colocando a criança em cima do balcão central. - O que poderia piorar nela?
Pogo suspirou e caminhou até um dos armários, pegando uma seringa nas mãos que continha um líquido de cor âmbar que borbulhava e tinha um cheiro horrível. Ambos tamparam os narizes e Pogo penetrou a agulha no braço da criança que no mesmo segundo começou a berrar de dor. Seu grito histérico fazia tremer os armários, trincando alguns dos vidros.
Após alguns instantes de desespero ela adormeceu, e as veias escuras desapareceram por completo. Seu olhinhos se fecharam e um suspiro profundo foi a última coisa que soltou.
- Vamos deixá-la aqui por enquanto, não sabemos os efeitos que podem causar. - saíram e trancaram a porta, subindo as escadas de volta ao escritório.
Se sentia extasiado por estar testando as experiências que criara, mas ainda assim temia pelo o que poderia acontecer se algo saísse do controle.
Saiu e desceu as escadarias, chegando à sala de estar onde estavam os sete carrinhos com os bebês que acabara de comprar, os quais deu nome de números.
As babás que contratou alimentavam as crianças com mamadeiras, enquanto as balançavam de um lado para o outro.
Nunca gostou de crianças, mas sua curiosidade por elas terem nascido de repente o fez ir atrás delas, com a intenção de explorar as habilidades que poderiam ter. Não sabia o que faria caso fossem apenas crianças normais sem nada de especial ou gratificante.
E então um estrondo enorme foi ouvido, e uma fumaça escura saia pelas frestas da porta do escritório de Sir. Hargreeves; em seguida uma explosão fez a casa inteira tremer, balançando os lustres nos telhados. Correram até lá e tamparam o nariz devido ao cheiro horrível que impregnava a sala, a passagem estava completamente aberta e a fumaça vinha do quarto de baixo. Ao descerem se depararam com tudo destruído, os frascos e medicamentos estavam espalhados pelo chão e cacos de vidro voaram por toda a parte. Estava tudo destruído.
A criança estava em cima do balcão e era a única coisa que não estava quebrada ali dentro, seu peito subia e descia freneticamente enquanto seus olhos, antes brancos, se tornaram completamente negros e assustadores. As veias estavam mais marcadas e sua pele queimava e brilhava como lava num vulcão.
- Deus do céu... - disse Reginald, se aproximando daquela 'criatura'.
- O que faremos com ela? - perguntou Pogo, parando atrás de Reginald.
- A trancaremos no quarto do subsolo, ninguém deve entrar lá em hipótese alguma e qualquer pergunta sobre esta criança não será tolerada. Ela será mantida em cárcere até segunda ordem. - se encontrava em um estado de afobação, a pegou com o cobertor e saiu em disparada, indo para o único cômodo da casa que ninguém jamais conhecera. Era um lugar isolado e distante, um esconderijo perfeito para esconder algo como aquilo.
Deixou a criança lá e a trancou, colocando barras de aço para cobrir a porta como método de proteção.
A partir daquele momento toda e qualquer pessoa estava proibida de comentar sobre o que havia acontecido naquele fatídico dia de 1° de outubro, e somente Reginald estava autorizado a descer para ver A Anomalia, como haviam passado a chamá-la.
Por vários anos Sr. Hargreeves utilizou seu corpo como ferramenta de teste, e criou um ser abominável e indomável, algo que jamais vira antes. Passou a ter medo de visitar aquela criatura e sempre voltava com algum ematoma ou arranhão.
Decidiram, então, congelar seu corpo para preservar suas vidas. Ela era uma ameaça não só para a humanidade, como para todos os seres existentes no mundo. Permaneceu congelada por mais de dezessete anos e então, numa catástrofe nuclear que resultou no fim do mundo, seu corpo foi descongelado e teletransportado para uma nova década, mais especificamente para 1962.
Não sabia aonde estava ou o que estava acontecendo, só se lembrava de ter caído de uma enorme fenda azul num beco escuro e sujo. Sua cabeça doía igualmente ao seu corpo, e seus braços continham diversos ematomas roxos com picadas que pareciam de agulhas.
Não se lembrava de nada que tinha acontecido anteriormente e estava muito confusa; o que diabos havia acontecido?
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Anomalia | Number Five
FanfictionAnomalia 1. estado ou qualidade do que é anômalo; anormalidade, irregularidade. 2. qualquer irregularidade ou anormalidade (de um corpo, objeto, fenômeno, estrutura, formação etc.). Sir Reginald Hargreeves escondeu A anomalia por anos, a isolando do...