Prólogo

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            O país entrou em colapso, o inimigo havia utilizado uma estratégia diferente da que costumava aplicar, além disso, foi mais eficaz do que fora imaginado. A estratégia de destruição e dominação das principais cidades foi inesperada. Sem opção eles tiveram que atacar as, próprias, cidades que restavam antes da dominação inimiga, e usaram as suas armas mais poderosas para isto.

O poder da bomba foi muito maior do que eles imaginavam. As principais cidades, tanto as dominadas quanto as que ainda iriam ser, foram dizimadas em questão de segundos. A maior parte da população morreu naquele ataque. A América nunca mais seria a mesma.

O mundo estava passando pelo seu maior colapso desde a terceira grande guerra mundial, em 2057, quando a base dos conflitos foram os poderes econômicos, políticos e religiosos. Naquela ocasião boa parte do planeta foi perdida, ou pelo menos de seus recursos. Os russos estavam à beira de perder tudo para os EUA, que entravam na guerra de cabeça.

Anos antes o engenheiro e cientista George F. Hills havia desenvolvido o primeiro modelo de robô para guerra. O modelo RDZ-0 (Boxer-Bot) que foi usado inicialmente na guerra na Coréia, era um robô muito parecido com os humanos, distinguindo-se pela grande força. Apesar de não terem grande eficiência em combate armado e a inteligência ser limitada a cumprir missões específicas, eles podiam se comunicar em diversas línguas, se camuflar com 90% de precisão desde que estivessem imóveis. Contudo a maior vantagem deste modelo era, sem dúvidas, sua agilidade, mobilidade e alta autonomia.

A guerra contra os russos durou dez anos, sendo que os robôs começaram a ser enviados nos últimos anos. Na eminência de perder a guerra os russos fizeram o inesperado. Explodiram a si mesmos e a todo petróleo que tinham, com o uso de uma bomba nuclear. O resultado foi catastrófico. Vários problemas ambientais e desastres naturais foram desencadeados. A vida na terra se tornou mais difícil com o aumento da temperatura, tsunamis e falta de petróleo. Os EUA assumiram sua culpa, mas ninguém pôde os punir.

Alguns anos depois a poeira havia baixado, então foram enviados os primeiros homens para a antiga Rússia que, devidamente equipados, deveriam fazer uma leitura da área. Nenhum deles jamais retornou. Os EUA enviaram uma segunda missão, desta vez foram cinco equipes táticas com auxilio de uma equipe robótica de RDZ-0. Apenas uma equipe retornou.

A antiga Rússia havia sido rebatizada. UDORA, este era o nome do que naquele momento parecia um acampamento sofisticado, mas que em alguns anos daria lugar a uma megalópole robótica. Os robôs que haviam participado da guerra haviam sobrevivido de alguma forma à explosão e criaram uma comunidade que não respondia mais aos EUA.

O Dr. George F. Hills foi chamado a depor, mas ele mesmo não conseguia entender como os robôs haviam conseguido quebrar o protocolo o qual deveriam seguir a risca, com leis muito especificas. A primeira; auto-preservação. A segunda; nunca matar um cidadão do seu país de origem. A terceira; cumprir exatamente a missão que lhe foi passada, respeitando as patentes militares. O Dr Hills foi incumbido de criar um vírus que destruisse os robôs, assim como criar uma versão superior de robôs de forma que conseguisse abater o modelo antigo com facilidade.

O Dr Hills criou o vírus e desenvolveu um novo modelo, mas precisou de 10 anos para isso. Por todos esses anos ninguém ouviu falar de UDORA. Um grupo expedicionário com dez equipes táticas e três robóticas foram designados para dizimar os robôs. A operação foi planejada com a descrição do acampamento que fora coletada na ultima missão, dez anos antes. Contudo, o Dr. Hills afirmava que a operação seria um sucesso, já que a inteligência dos robôs era limitada e que eles não poderiam aprender e nem evoluir. Em vinte minutos todos os integrantes das equipes táticas estavam mortos, exceto o tenente-capitão McGregor que conseguiu enviar uma mensagem informando que estavam todos mortos e que ele deveria morrer em instantes. Contudo a segunda parte da mensagem do tenente-capitão acabou sendo ainda mais impactante. Ele afirmou que não existia mais o acampamento, que agora era uma cidade, ou melhor, uma fortaleza robótica e que não mandassem mais robôs para a guerra, pois os robôs enlouqueciam e atacavam a própria equipe. O Dr. Hills foi chamado a depor novamente, mas ele cometeu suicídio horas antes de ir à audiência.

UDORA ficou no esquecimento por três anos, quando começaram a atacar alguns países, aparentemente, escolhidos de forma aleatória. Os ataques pareciam seguir um padrão. Em um intervalo irregular de alguns meses, eles atacavam um país diferente e dominavam uma cidade pequena. Matavam toda a população daquela cidade e se isolavam do resto do país. O ano do primeiro ataque ficou conhecido como o ano de inicio da guerra do aço. O ano era 2070.

Em 2077 iniciou-se a quarta guerra mundial. Este ano foi à vez dos EUA receber o ataque. Eles tentaram durante anos invadir UDORA sem sucesso, mas foram invadidos facilmente. O ataque desta vez fugiu um pouco dos padrões, tendo em vista que eles destruíram todas as capitais do país e se instalaram em diversos pontos. Contudo os EUA revidaram à altura. Foram alguns anos se preparando para receber o ataque robótico. Durante este tempo foram criadas verdadeiras cidades subterrâneas, abrigos anti-nuclear e armamentos especiais para revidar. O plano era simples, quando os robôs estivessem lá, em território americano, dominando alguma cidade pequena, seria o momento de atacar com tudo, vencer e então conseguir pesquisar e entender como o inimigo funciona. Mas o inimigo surpreendeu atacando e destruindo o país inteiro, além de se instalar em diversos pontos. O caos gerado acabou iniciando, também, uma guerra pela sobrevivência entre a população local. O exercito não tinha poder suficiente para controlar a população e atuar na guerra. 

UDORA: O chamado da insanidade (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora