O velocímetro acusava mais de cem milhas por hora, mas isso era irrelevante, pois a questão era vida ou morte. Jacob sabia que seu irmão precisava de atendimento imediato, e ele não mediria esforços para que isso acontecesse.
A cidade de Armstrong era a mais próxima, a menor entre as cidades federativas, mas isso não a impedia de ser, talvez, uma das mais seguras entre elas. As cidades que faziam parte da federação eram regidas por um esquema militar feudal que implicava em segurança rígida e quase nunca justa. O acesso era remoto, tendo apenas duas estradas que chegavam até lá.
Ao chegar bem próximo do portão de acesso, Jacob freou o carro e saiu com as mãos para cima.
- Se identifique! – Gritou alguém.
- Sou apenas um viajante que precisa de uma porra de médico.
- Não prestamos socorro a viajantes, dê a volta e há um vilarejo pouco antes de CaveDown, ou se preferi continue a estrada e chegara à Crescent City antes do amanhecer.
- Senhor, posso pagar pelo atendimento. – Jacob não conseguiu conter o choro.
Um homem saiu de trás do portão e foi caminhando até Jacob com uma espingarda em punho. - Quanto me pagaria para que eu desse um jeito de te por para dentro, de forma que Dr. Hesenberg te atenda?
- Uma moeda de cobre. – Soluçou.
- Ora, não barganhe comigo, garoto! – Ameaçou dar uma coronhada.
- Ok! - Gritou, protegendo o rosto. - Uma moeda de prata!
- Feito. Vou abrir o portão e você entra com seu carro, a casa do doutor é fácil de ser encontrada, tem uma placa com o desenho de uma cruz. – Disse, estirando a mão para pedir a moeda.
Jacob entregou a moeda e voltou para o carro. Ryan estava inerte, mas ainda respirava. Achar a casa do médico fora realmente fácil. Ele estacionou na frente e correu até a porta.
- Emergência! Dr. Hesenberg! – Gritava feito louco.
Um senhor de barba e cabelos grisalhos, aparentando ter entre cinqüenta e sessenta anos abriu a porta.
- O que houve? Meu Deus, sua orelha!
- Esqueça minha orelha, meu irmão! No carro! – Apontava para o carro.
O velho foi até o carro e olhou rapidamente para Ryan todo ensangüentado.
- Traga-o para dentro.
Jacob carregou Ryan no colo até a casa do doutor. A casa era uma mansão antiga em moldes colonial. O Dr. tirou tudo de cima da mesa da sala a fim de utilizá-la como maca. A lareira e o lustre sobre a mesa chamaram a atenção de Jacob que logo voltou a focar completamente em manter o irmão vivo. Os ferimentos de Ryan haviam sido estancados com um torniquete feito por ele, mas mesmo assim Ryan havia perdido muito sangue.
- Que diabos aconteceu com ele? - O doutor quis saber.
Jacob ignorou a questão.
A manhã não tardou a chegar. O Dr. Hesenberg e Jacob estavam exaustos, eles haviam varado a noite tentando salvar Ryan. Jacob teve que ser doador para a transfusão que ajudou a manter o irmão vivo e possibilitou a cirurgia para a amputação total de seus dois braços.
- Seu irmão esta salvo, mas isso lhe rende uma divida de dez moedas de prata.
- Doutor, dinheiro não é problema. – Mentiu, pois o seu dinheiro estava limitado a 18 moedas de prata. – Mas em tempos como estes, não é possível viver sem os braços. Não a nada que o senhor possa fazer?
- Olhe, se o que procura é algo para que a vida de seu irmão seja menos sofrida, recomendo que o sacrifiquemos. Tenho excelentes métodos.
- Não doutor! O senhor não esta entendendo. Estou disposto a tudo para não perder meu irmão! – Rosnou. – Apelo para a robótica... Se necessário. – Sussurrou.
- Neste caso meu jovem. O que posso fazer por ti, é lhe indicar o Dr. Norman que vive na cidade de Palencia, mas devo te advertir, sairá caro.
- Vou me encontrar com ele assim que Ryan estiver pronto para viajar.
- Se lembre que o Ryan não possui mais os braços, o que o torna 100% dependente, em um mundo de caos.
- Viajarei sem pausa. – Concluiu enquanto pagava o velho médico.
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UDORA: O chamado da insanidade (DEGUSTAÇÃO)
Ciencia FicciónDISPONIVEL COMPLETO COMO EBOOK: https://www.amazon.com.br/dp/B09HFHC6QP/ Os Robôs auto-intitulados de UDORA, invadiram o país com facilidade. O ataque fugiu os padrões, sendo focados em destruir todas as capitais e defesas. O exercito tinha levado...