Capítulo 4

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Sina mantinha os olhos no par de coxas que Heyoon tinha exposto sobre o sofá. Ambas conversavam naquele fim de tarde, contudo era difícil não olhar quando a garota em sua frente era extremamente simpática e gostosa.

Bem gostosa.

-- Seria tão mais fácil se tivéssemos um pênis. -- Heyoon reclamou e automaticamente Sina apertou mais a almofada contra seu colo.

-- Vocês usariam como rato de laboratório a pobre pessoa. -- Sina disse. -- Minha mãe me dizia isso.

-- Não seria bem assim. --  se defendeu. -- Precisamos procriar. Talvez pediríamos para ele nos doar seu sêmen, para tentar recriar o cromossomo Y mudando a genética, assim não seria filho dele.

-- E implantaria no útero de todas as mulheres? -- Sina indagou e Heyoon riu.

-- Bem, as que quisessem ter filhos.

-- Você quer? -- Sina perguntou por impulso.

-- Na verdade, sim. Só não agora. -- Heyoon explicou.

-- Mas minha mãe disse que vocês prenderiam a pessoa que tivesse pênis. -- Sina arriscou continuar o assunto.

-- Somente por proteção enquanto realizássemos os exames de sangue. Não seria nem três horas isso. -- Sabina explicou. -- Sua mãe tinha um péssimo conceito de nós

-- Talvez ela tenha visto todos morrerem. -- Sina disse com frieza.

-- Ela não foi a única. Todas perdemos alguém. -- Heyon disse com veemência. Sina queria contar a Heyoon que talvez poderia servir de grande ajuda, porém seu medo ainda falava mais alto. Foram anos fugindo, anos ouvindo sua mãe dizer para não contar a ninguém que tinha um pênis.

Ela sequer conseguia decifrar o porquê de não ter sido atingida. Se era um vírus do ar que atingia o cromossomo Y, por que ela ainda estaria viva? Sendo que o ar ainda estava, possivelmente, contaminado.

Por ser intersexual? Impossível, afinal ela não era a única mulher intersexual do mundo.

-- Você ficava com homens antes disso acontecer? -- Sina perguntou e Heyoon negou.

-- Eu era muito nova. -- Heyoon explicou rindo. -- Tive as paixonites na escola, aquelas da infância, sabe? -- Disse. -- mas, apesar de o brinquedinho deles ser bastante atrativo, pelo menos nos vídeos, eu nunca vi graça em homem. São... não sei explicar. Parece que não têm sabor. Totalmente sem sal ou açúcar, sabe?

-- Entendo. -- Sina disse, comemorando internamente a parte onde Heyoon disse que o brinquedinho deles era bastante atrativo.

-- E você? --Heyoon perguntou, causando um constrangimento terrível em Sina.

-- Sempre gostei só de mulheres. -- Disse baixo, baseando-se no que seus olhos viam, afinal ela nunca havia se relacionado com ninguém. Quando tudo aconteceu ela tinha apenas doze anos, e agora com vinte e cinco ainda era virgem.

Já havia dado alguns beijos em algumas garotas ao longo dos anos, mas sempre fugia, afinal não poderia avançar na relação; não poderia revelar que era intersexual.

-- Any foi comprar algumas cervejas na cidade. Você bebe?

-- Nunca bebi. -- Sina revelou e Heyoon a olhou boquiaberta.

-- Pois bem, hoje será sua primeira vez. -- Sina sorriu, porém inevitavelmente maliciou a frase.

...

-- Sinto que você deveria deixar eu contar para minhas amigas sobre você. -- Sina disse sorrindo, levando uma cerveja até os lábios. -- Você as adoraria. Principalmente Any, ela é muito engraçada.

-- Hm, não sei. -- Sina disse, sentindo seus olhos fecharem de cansaço. Já eram quase três da manhã. -- Estou estranha.

-- Isso é o efeito do álcool. -- Heyoon disse rindo e Sina assentiu. -- Parabéns, tirei sua virgindade. -- Sina tossiu ao ouvir aquilo.

-- Vou ao banheiro. -- Sina disse ao sentir seu pênis endurecer porque estava apertada, porém como sairia dali sem mostrar seu evidente volume?

-- Fique à vontade. Esse é o efeito da cerveja. -- Heyoon disse rindo. Sina se levantou com a almofada e assim que virou de costas para Heyoon a jogou no sofá, caminhando até o banheiro.

-- Então, você tem quantos anos? -- Sina perguntou, se enfiando atrás do balcão assim que saiu do banheiro, quando viu que Heyoon não estava olhando.

-- Vinte e quatro e você? -- Perguntou, dando alguns tapinhas no sofá indicando que era para Sina voltar para lá.

-- Vinte de cinco. -- Informou, caminhando de costas antes de se jogar no sofá e se cobrir com a almofada.

-- Você tem algum problema em andar de frente? -- Heyoon perguntou rindo

-- Apenas fujo da sua beleza. Se eu olhar demais posso me apaixonar. -- Brincou, fazendo Heyoon rir.

-- Está me cortejando, Sina? -- Heyoon perguntou mordendo o lábio inferior e Sina sentiu seu coração acelerar ao ouvir o tom sexy de Heyoon.

-- Talvez? -- Sina disse confusa e Heyoon sorriu.

-- Não pense que me esqueci a forma como me olhou quando me viu de calcinha. -- Heyoon citou, piscando demoradamente devido ao excesso de álcool no sangue.

-- Desculpe. -- Sina disse envergonhada e Heyoon negou com a cabeça, sorrindo.

-- Não pense também que não vi seus olhos em minhas pernas esta tarde. -- Heyoon disse e Sina suspirou.

-- Você é... é muito atraente. -- Sina disse ruborizada. -- É difícil não olhar, desculpe.

-- Está tudo bem. -- Heyoon disse gentilmente. -- Você também é muito atraente... -- Disse num sussurro, vendo Heyoon engolir em seco ao ver Heyoon colocar uma mão sobre sua perna e aproximar o rosto. -- E eu só estava brincado. Acho que vou tomar um banho para ir dormir. -- Disse em um suspiro, se espreguiçando.

-- Tu-tudo bem. -- Sina disse, sentindo-se ligeiramente nervosa.

-- Hoje a cama é minha. Amanhã é sua e assim a gente reveza. -- Heyoon disse se levantando e indo diretamente para o chuveiro. Sina suspirou.

Não deveria arriscar-se tanto, mas não podia negar que sentia uma atração fatal por aquela mulher.

Se deitou no sofá e arrumou os lençóis, se cobrindo. Rezou para não ter nenhuma ereção noturna ou matinal, pediu também em suas orações que acordasse antes de Heyoon, porque aquele lençol era fino e se ela passasse por ali pela manhã veria o que Sina tanto tentava esconder.

O Último Pênis da TerraOnde histórias criam vida. Descubra agora