Sina mantinha os olhos no par de coxas que Heyoon tinha exposto sobre o sofá. Ambas conversavam naquele fim de tarde, contudo era difícil não olhar quando a garota em sua frente era extremamente simpática e gostosa.
Bem gostosa.
-- Seria tão mais fácil se tivéssemos um pênis. -- Heyoon reclamou e automaticamente Sina apertou mais a almofada contra seu colo.
-- Vocês usariam como rato de laboratório a pobre pessoa. -- Sina disse. -- Minha mãe me dizia isso.
-- Não seria bem assim. -- se defendeu. -- Precisamos procriar. Talvez pediríamos para ele nos doar seu sêmen, para tentar recriar o cromossomo Y mudando a genética, assim não seria filho dele.
-- E implantaria no útero de todas as mulheres? -- Sina indagou e Heyoon riu.
-- Bem, as que quisessem ter filhos.
-- Você quer? -- Sina perguntou por impulso.
-- Na verdade, sim. Só não agora. -- Heyoon explicou.
-- Mas minha mãe disse que vocês prenderiam a pessoa que tivesse pênis. -- Sina arriscou continuar o assunto.
-- Somente por proteção enquanto realizássemos os exames de sangue. Não seria nem três horas isso. -- Sabina explicou. -- Sua mãe tinha um péssimo conceito de nós
-- Talvez ela tenha visto todos morrerem. -- Sina disse com frieza.
-- Ela não foi a única. Todas perdemos alguém. -- Heyon disse com veemência. Sina queria contar a Heyoon que talvez poderia servir de grande ajuda, porém seu medo ainda falava mais alto. Foram anos fugindo, anos ouvindo sua mãe dizer para não contar a ninguém que tinha um pênis.
Ela sequer conseguia decifrar o porquê de não ter sido atingida. Se era um vírus do ar que atingia o cromossomo Y, por que ela ainda estaria viva? Sendo que o ar ainda estava, possivelmente, contaminado.
Por ser intersexual? Impossível, afinal ela não era a única mulher intersexual do mundo.
-- Você ficava com homens antes disso acontecer? -- Sina perguntou e Heyoon negou.
-- Eu era muito nova. -- Heyoon explicou rindo. -- Tive as paixonites na escola, aquelas da infância, sabe? -- Disse. -- mas, apesar de o brinquedinho deles ser bastante atrativo, pelo menos nos vídeos, eu nunca vi graça em homem. São... não sei explicar. Parece que não têm sabor. Totalmente sem sal ou açúcar, sabe?
-- Entendo. -- Sina disse, comemorando internamente a parte onde Heyoon disse que o brinquedinho deles era bastante atrativo.
-- E você? --Heyoon perguntou, causando um constrangimento terrível em Sina.
-- Sempre gostei só de mulheres. -- Disse baixo, baseando-se no que seus olhos viam, afinal ela nunca havia se relacionado com ninguém. Quando tudo aconteceu ela tinha apenas doze anos, e agora com vinte e cinco ainda era virgem.
Já havia dado alguns beijos em algumas garotas ao longo dos anos, mas sempre fugia, afinal não poderia avançar na relação; não poderia revelar que era intersexual.
-- Any foi comprar algumas cervejas na cidade. Você bebe?
-- Nunca bebi. -- Sina revelou e Heyoon a olhou boquiaberta.
-- Pois bem, hoje será sua primeira vez. -- Sina sorriu, porém inevitavelmente maliciou a frase.
...
-- Sinto que você deveria deixar eu contar para minhas amigas sobre você. -- Sina disse sorrindo, levando uma cerveja até os lábios. -- Você as adoraria. Principalmente Any, ela é muito engraçada.
-- Hm, não sei. -- Sina disse, sentindo seus olhos fecharem de cansaço. Já eram quase três da manhã. -- Estou estranha.
-- Isso é o efeito do álcool. -- Heyoon disse rindo e Sina assentiu. -- Parabéns, tirei sua virgindade. -- Sina tossiu ao ouvir aquilo.
-- Vou ao banheiro. -- Sina disse ao sentir seu pênis endurecer porque estava apertada, porém como sairia dali sem mostrar seu evidente volume?
-- Fique à vontade. Esse é o efeito da cerveja. -- Heyoon disse rindo. Sina se levantou com a almofada e assim que virou de costas para Heyoon a jogou no sofá, caminhando até o banheiro.
-- Então, você tem quantos anos? -- Sina perguntou, se enfiando atrás do balcão assim que saiu do banheiro, quando viu que Heyoon não estava olhando.
-- Vinte e quatro e você? -- Perguntou, dando alguns tapinhas no sofá indicando que era para Sina voltar para lá.
-- Vinte de cinco. -- Informou, caminhando de costas antes de se jogar no sofá e se cobrir com a almofada.
-- Você tem algum problema em andar de frente? -- Heyoon perguntou rindo
-- Apenas fujo da sua beleza. Se eu olhar demais posso me apaixonar. -- Brincou, fazendo Heyoon rir.
-- Está me cortejando, Sina? -- Heyoon perguntou mordendo o lábio inferior e Sina sentiu seu coração acelerar ao ouvir o tom sexy de Heyoon.
-- Talvez? -- Sina disse confusa e Heyoon sorriu.
-- Não pense que me esqueci a forma como me olhou quando me viu de calcinha. -- Heyoon citou, piscando demoradamente devido ao excesso de álcool no sangue.
-- Desculpe. -- Sina disse envergonhada e Heyoon negou com a cabeça, sorrindo.
-- Não pense também que não vi seus olhos em minhas pernas esta tarde. -- Heyoon disse e Sina suspirou.
-- Você é... é muito atraente. -- Sina disse ruborizada. -- É difícil não olhar, desculpe.
-- Está tudo bem. -- Heyoon disse gentilmente. -- Você também é muito atraente... -- Disse num sussurro, vendo Heyoon engolir em seco ao ver Heyoon colocar uma mão sobre sua perna e aproximar o rosto. -- E eu só estava brincado. Acho que vou tomar um banho para ir dormir. -- Disse em um suspiro, se espreguiçando.
-- Tu-tudo bem. -- Sina disse, sentindo-se ligeiramente nervosa.
-- Hoje a cama é minha. Amanhã é sua e assim a gente reveza. -- Heyoon disse se levantando e indo diretamente para o chuveiro. Sina suspirou.
Não deveria arriscar-se tanto, mas não podia negar que sentia uma atração fatal por aquela mulher.
Se deitou no sofá e arrumou os lençóis, se cobrindo. Rezou para não ter nenhuma ereção noturna ou matinal, pediu também em suas orações que acordasse antes de Heyoon, porque aquele lençol era fino e se ela passasse por ali pela manhã veria o que Sina tanto tentava esconder.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Último Pênis da Terra
AdventureQuando, por algum motivo misterioso, todos os homens são infectados por um vírus fatal, só se resta mulheres no mundo. Os poucos homens que sobreviveram ficaram definhando, o que levou as mulheres a matarem cada um deles para evitar o sofrimento. Co...